Revisitamos seus últimos lançamentos e percebemos uma identidade cada vez mais definida.
Quem vive a indústria da música eletrônica diariamente sabe que o caminho até alcançar certa estabilidade e consistência profissional não é fácil e pode demorar, mas não desistir e investir seu tempo na evolução pessoal é fundamental.
Uma hora os resultados chegam.
O paulista Vini Pistori, por exemplo, já soma um bom tempo como produtor musical, mas foi nos últimos dois anos que ele demonstrou um amadurecimento sonoro e alcançou labels importantes.
Em 2019, foram poucos releases assinados, mas todos eles bem representativos.
Lançou um EP de duas faixas pela label italiana Nereau, explorando bastante a estética espacial sem deixar de lado as melodias.
Depois soltou o single “Ruah” pela Monaberry, selo de Super Flu, percorrendo por linhas percussivas e orgânicas.
Já no fim do ano, fechou com um disco de 3 faixas pela OMENI aproximando-se de uma vibe mais indie-nostálgica.
Essas características voltaram a aparecer, desta vez todas misturadas no primeiro EP que Vini assinou neste ano pela Not Another.
Notas profundas e melódicas do Techno entrelaçaram-se com elementos étnicos resultando numa aparência bem peculiar, perceptível principalmente na faixa-título “Shofar” — esse estilo também pode ser notado na faixa “Ritual”, assinada na sequência pela gravadora do Warung.
Seu EP mais recente, Louco & Sobrevivendo, faz um blend criativo de todos os elementos citados até aqui, mas agora ganha uma abordagem psicodélica e a companhia da voz misteriosa de Abrão com suas letras subjetivas e até sombrias, trabalho abraçado pela Calypso Records que chancela sua maturidade e identidade sonora dos últimos anos, mesmo que ele não se enquadre em um único estilo.
Seu próximo lançamento é o single “A Lonely Monday”, uma das 18 faixas da gravadora Connected Frontline, que já está em pré-order no Beatport.