Na Dance Music os artistas mascarados tornaram-se icônicos, vide os Daft Punk, Deadmau5, Marshemello só para citar alguns.
No Brasil o seu representante ou compatriota de segmento é Alex Joker, que tem um know-how de entretenimento desde muito cedo num dos clubs que foi uma das molas propulsoras da Dance Music no Brasil e ajudou a disseminar a música eletrônica pelo D.N.A. de toda uma geração até os dias de hoje.
O nosso mascarado Alex Joker, gente fina conversou conosco abrindo um pouco mais do seu lado incógnito mostrando que há muito trabalho humano por trás de um personagem preocupado em divertir e fincar sua bandeira no cenário musical.
Fale sobre os seus lançamentos de produções autorais que aconteceram ao longo de 2018, como se deram as parcerias e a partir de que momento você achou necessário ter músicas autorais para lançar com seu nome?
Alex Joker – Músicas autorais são o caminho para o reconhecimento do público e de outros artistas.
No meu caso até agora foram duas: “Dance Meu Bem” que surgiu de uma parceria com DJ Adriano Pagani (da rádio Energia 97FM), e Zeider, vocalista e líder do Planta e Raiz.
Um talento absurdo que me ensinou demais.
A outra foi “Turn Off The Lights”, com incrível Siara Killer e Heat Mode, que saiu pela Ditto Music.
As duas tocaram nas rádios.
Como foi seu primeiro contato com a música no geral, e o contato com a música eletrônica?
Alex Joker – Eu praticamente nasci numa casa noturna.
Na maior de todos os tempos, a Toco.
Então imagina só.
Ver de perto surgir Willian Crunfli, Vadão, Ricardo Guedes, Cadico, Iraí Campos, Marky.
Fui iluminador de quase todos eles e tive uma revista de DJs antes da música eletrônica ser chamada desse nome.
Foi na DJ World que fizemos as capas de Prodigy, Chemical Brothers, Apollo 44, Marky, Memê, Dallanese, etc.
Sempre apostei alto nisso!
Onde aprendeu a sua técnica DJing? E como foi seu aprendizado na cultura clubbing vivenciada fora do Brasil?
Alex Joker – Aprendi com um ídolo chamado Eduardo GKD (conhecido como Grace Kelly Dum para os mais antigos), DJ espetacular que tem uma didática fora de série e me ensinou a explorar os recursos do CDJ, mas principalmente me ensinou que o sucesso não tem atalhos.
Que o treino leva a perfeição. Uma das pessoas mais importantes neste meu processo.
Qual sua visão de um produtor musical e DJ num mercado cada vez mais competitivo como o do Brasil?
Alex Joker – Minha trajetória é curta e ainda estou no começo, mas posso dizer o que eu quero pra mim.
Que minhas músicas aconteçam na pista.
Eu só quero lançar o que realmente eu curta de verdade e não quero rotular nada.
Meu chefe é a pista.
Qual o set-up atual do seu estúdio?
Alex Joker – Não tenho um estúdio em casa. Tenho as ideias e terceirizo um estúdio pra realiza-las.
O que tenho em casa é um Kit Nexus 2 e uma controladora RX2 Pioneer.
Que uso pra treinar e alugo pra eventos.
Qual a decisão mais importante na sua vida para dedicar-se a música de forma profissional?
Alex Joker – Eu entrei nisso por prazer de tocar na Audio, casa que sou sócio.
Daí meu trabalho chamou atenção da Tune Agency e foram pintando as datas fora.
Minha entrega agradou e tenho fidelizado festas e casas como Toca do Tatu, Sirena, Code Club, etc.
A partir de que momento passou a planejar sua carreira? Recorreu a algum profissional para lhe orientar?
Alex Joker – Até hoje foi tudo na raça mesmo.
Mas pra 2.019 quero trabalhar com uma equipe de produtor e manager.
Meu sonho de consumo a curto prazo é não brigar com técnicos de som por causa de ríder, rs.
Descobrindo os meandros da profissão o que lhe motivou, qual foi sei maior desafio até aqui?
Alex Joker – Meus maiores desafios foram abrir shows de artistas de outro segmento.
Como sertanejo, música baiana, etc.
Sempre muito difícil.
E o seu maior mind set no segmento até o momento, qual foi?
Alex Joker – Acho que foi o lance da máscara.
Quando uni a tecnologia com o marketing a coisa rolou.
Crianças e pessoas que não frequentam a noite se identificam com o personagem.
Quais são os seus planos atuais?
Alex Joker – Estourar o remix do Maneva “To de Pé” e lançar novas parcerias com outros artistas.
Também quero lançar uma música 100% minha com um videoclip em homenagem a “Smack My Bitch Up” do Prodigy.
Aonde quer estar nos próximos cinco anos?
Alex Joker – Nos estádios, vendo meu time jogar. Brincadeira. Quero estar fazendo o que eu gosto e se possível com uma agenda e estrutura bacana. Quem sabe tocar no exterior. Mas tudo no seu tempo.
Qual sua análise sobre o mercado atual de música eletrônica?
Alex Joker – Eu acho que a música eletrônica perdeu muito espaço, principalmente no público feminino.
O sucesso dos remixes de Tribalistas (do Bruno Martini) e Ai Ai Ai (do Cat Dealers / Felguk), é prova disso.
Nossa música nacional é muito forte e as mulheres gostam de cantar.
Muito difícil competir com sertanejo e funk. Acho muito preocupante que a última música que tocou pra valer em todas rádios jovens tenha sido “This Girl” do Kungs. Precisamos manter a chama acesa.
Quais os seus maiores diferenciais para o mercado de música eletrônica na sua visão?
Alex Joker – Hoje com os recursos de equipamentos o diferencial é repertório e leitura de pista. Como fui influenciado por grandes DJs que tinham como principal objetivo botar a pista pra dançar, eu tenho esse D.N.A; não quer dizer que você precise apelar pra isso.
Em vez de uma versão eletrônica de um funk eu prefiro tocar um clássico do Avicci. Sempre dá certo.
Outra coisa. Pra mim existem apenas dois tipos de música: a boa e a ruim.
A boa não envelhece.
Qual foi seu primeiro disco?
Alex Joker – Beatles “Abbey Road”. Minha mãe ouvia Beatles, Roberto Carlos e Elis Regina.
Qual foi a primeira música que te impactou de fato?
Alex Joker – Tem uma imagem que não me sai da cabeça. Tinha 7/8 anos e o meu tio Tobal (hoje dono do complexo Audio, Espaço das Américas e Villa Country), me levou na matinê da Toco, quando eu subi as escadas começou o videoclip de “Don’t Stop To Get Enough” do Michael Jackson, minha vida mudou ali.
Depois Queen, Madonna, Earth Wind & Fire e muita influência da black music. Uma das bênçãos de ter nascido na zona leste.
Tem algum hobby fora música?
Alex Joker – Ir atrás do meu time do coração em viagens insanas pelo Brasil e América do Sul.
Um sonho já realizado na vida?
Alex Joker – Sim, minha filha Isabela.
Um sonho a ser realizado?
Alex Joker – Tocar na Laroc.
Uma frase que resuma sua pessoa e lifestyle?
Alex Joker – Não tenho uma frase pronta. Acho que as coisas acontecem pra mim porque eu mentalizo o que eu quero e corro atrás. Estou na minha terceira empresa de sucesso e me reinventando a cada dia. Ainda tenho tempo de ser DJ. Procuro tratar todos da mesma maneira e prego sempre a justiça e honestidade entre as pessoas que me cercam.
Links oficiais:
Facebook: www.facebook.com/ajokerdj
Instagram: @alexjokermusic
Youtube: Alex Joker
Soundcloud: alexjokermusic
by Gonçalo Vinha