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Alok e músicos indígenas no Global Citizen, em New York

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Era noite na cidade de Nova Iorque quando Alok, Célia Xakriabá, Mapu Huni Kuin, Owerá e Brô MC’s adentraram o palco do Global Citizen, montado no coração do Central Park de Nova Iorque. Se antes, em 2021, eles estavam cercados pelo barulho dos rios, o canto dos pássaros e o uivar da mata Amazônica, revelando ao mundo a sabedoria da floresta, agora estiveram em dos cartões-postais da megalópole para não apenas terem as suas vozes amplificadas, como também seus corpos presentificados e seus conhecimentos compreendidos como ferramentas necessárias na criação e manutenção de um planeta sustentável. Foi o momento de conectar o mundo à tradição ancestral, um convite à escutar a floresta e canalizar suas mensagens para um futuro ecologicamente saudável.

A apresentação ocorreu dentro do bloco “Defend The Planet” do evento, pilar que se soma ao combate da miséria extrema e à exigir equidade no mundo e foi anunciado pela Ministra dos Povos Indígenas do Brasil, Sonia Guajajara, e pelo cacique e líder indígena Raoni Metuktire. Em formato de showcase, quatro faixas do álbum “O Futuro É Ancestral” (lançado em abril deste ano) ultrapassaram as barreiras linguísticas e geográficas e mostraram que os povos indígenas são hoje, mesmo com todas as formas de adversidades, o melhor testemunho da resiliência da espécie humana. Mapu fez um convite a fechar os olhos e abrir os corações com o canto da floresta e sua força de cura; Owerá convocou os guerreiros para defesa da aldeia e da floresta para as crianças poderem brincar; Célia revelou sua poesia em forma de manifesto; Brô clamou para que o canto de batalha pela retomada da terra seja ouvida. Alok unindo-se a essas vozes e produzindo um trabalho atemporal, uma sonoridade para conscientizar. Juntos, finalizaram a performance com as bandeiras do Brasil e do estado do Pará anunciando ao mundo a COP30 que acontece no ano que vem em Belém do Pará.

O conteúdo levado a vários países, evidenciou a urgência da promoção e defesa dos direitos dos povos indígenas ocuparem múltiplos territórios na sociedade contemporânea e promover, por meio da música, o entendimento entre o ancestral e o futuro. Além disso, mais uma vez, colocou “O Futuro É Ancestral” nos palcos globais e chamou a atenção da indústria criativa para as culturas indígenas, mostrando suas potências nos mais diversos campos, seja da cultura, entretenimento, social ou econômico. À tempo, a faixa “Pedju Kunumigwe” com os Guarani Nhandeva, recebeu indicação ao Grammy Latino 2024. “Jahara”, com os Brô MC’s, semanas atrás foi anunciada como parte da trilha sonora de um dos maiores jogos do mundo, o EA Sports. “O Futuro É Ancestral” é, também, uma contribuição do Instituto Alok à “Década Internacional das Línguas Indígenas” em cooperação com a UNESCO.

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