O Beatport uma das principais plataformas musicas para download dos DJs do mundo, anunciou que vai remover as músicas que não vendem da sua plataforma.
A informação tinha percorrido os bastidores da cena de Dance Music mas no ADE Amsterdam Dance Music que começa nesta quarta-feira (16/10), deve ser um dos assuntos em destaque assim como foi num brunch com a DJ Sound no Cafe Joren em Amsterdã nesta terça (15/10).
A medida começa a ser aplicada nas próximas semanas, e todas as distribuidoras de música global foram notificadas, inclusive as majors (Universal Music, Sony Music e Warner Music); claro que a medida visa de imediato cortar custos das plataforma, o espaço de armazenamento das músicas custam dinheiro em equipamentos.
A peneira começa pelas músicas que não chegaram num número expressivo de vendas, e num segundo momento as que pararam de vender, os digamos clássicos devem permanecer.
Quando a plataforma chegou ao mercado, uma série de artistas, inclusive no Brasil gabava-se de ter uma música no Beatport, e mesmo que vende-se insignificantes números ou mesmo nada (sim existem os que não venderam nada!), davam carteirada nas redes sociais ou mesmo nas conversas.
Esses mesmos artistas hoje podem estar com o pezinho de muitas músicas suas para fora da plataforma, nesses você pode dar aquele tapinha nas costas, com certeza vão ficar enrustidos neste momento atual.
Essa limada no que não vende vai exigir ainda mais empenho dos artistas e selos para que possam se manter sempre competitivos na plataforma, mais uma prova de que o mercado da música não é muito diferente no que diz respeito a cada um conquistar o seu espaço assim como um emprego comum, é uma luta constante e um reboot pessoal idem sempre para ficar, ou ao menor tentar, ficar na linha de frente.
Quando foi fundado em janeiro de 2004 o Beatport, uma música para fazer sucesso na plataforma fazia uma média de 300 downloads, acima disso era tudo ótimo cenário.
Muitos brasileiros ficaram nessa módica média e arrotavam milhões de plays para a galera do Brasil (eheheh!!!), alguns meses depois foi rapidamente absorvido pelos DJs e influenciou até a indústria de equipamentos DJing com alguns até criando compatibilidades variadas facilitando o trabalho dos profissionais.
Novidades também foram implementadas no decorrer dos anos para deixar o site mais dinâmico inclusive na reorganização dos estilos facilitando as buscas dos usuários.
Boa parte dos consumidores do Beatport não são DJs mas audiófilos e fãs que muitas vezes sequer vão aos clubs e festivais, mas que são e querem ficar altamente informados sobre música.
O Brasil tem um dado importante no Beatport, é um dos países com maior compra percapita de música na plataforma, com um número menor de compradores se comparado a outros países como Alemanha, Inglaterra, Holanda e até Estados Unidos que vem subindo rapidamente em público consumidor nos últimos quatro anos.
A plataforma passou por maus bocados nas mãos do grupo SFX, atual Livestyle, em recuperação judicial nos Estados Unidos, depois da presepada e prejuízos acumulados em festivais como Tomorrow World nos Estados Unidos Tomorrowland Brasil, além de outros; mas saiu-se bem ao garantir os pagamentos das principais distribuidoras de música global que garantem mais de 95% do conteúdo da plataforma, mantendo os pagamentos em dia a música nova nunca parou de chegar.
Em contraponto as majors foram “enroladas”, e muitas cortaram lançamentos na plataforma, inclusive muitos artistas brasileiros assinados com majors sofreram com isso, em 2018 e com forte pressão em 2019 a plataforma começou a selar e pagar os acordos com as majors que voltaram a despejar alguns lançamentos no Beatport.
Acesse: www.beatport.com
by Gonçalo Vinha