Bhaskar não é só mais o irmão de Alok, e sim um artista pródigo em movimento, daqueles que oxigenam a dita cena em larga expansão.
Dono de um estilo que o diferencia em muito do irmão, ele esta de contrato com o selo Austro (braço fonográfico da Som Livre (da Rede Globo de TV), para música eletrônica, e tem uma série de lançamentos nos próximos meses.
A fera vem galgando a passos largos sua carreira, e debuta no festival Lollapalooza Brasil no próximo dia 07 de abril no palco Perry´s (https://www.instagram.com/p/BvdQpGknAaY/), dedicado a música eletrônica.
Há muito que gostaríamos de fazer aquela conversa com Bhaskar, para desmistificar sua personalidade e pensamentos, e como rendeu, basta conferir agora.
1.Fale um pouco do seu primeiro contato com a música no geral, e o contato com a música eletrônica?
A música já está comigo desde o berço.
Meu pai era guitarrista de uma banda então sempre escutei muito Rock.
Depois ele foi diretor de clipe de Rap, então sempre tive muita influência musical na vida.
Mas meu primeiro contato com a música eletrônica foi em 2000/2001 quando eu comecei a escutar com 10 anos de idade The Prodigy, The Chemical Brothers e alguns artistas desta época que me influenciaram muito e eu gostava de ouvir no dia a dia, então esse foi meu primeiro contato.
2.Onde aprendeu a sua técnica DJing? Você sente alguma pressão por ser irmão do Alok, mesmo vocês tendo carreiras solo?
Então, eu aprendi muito ao longo dos anos tanto com os meus pais como com amigos DJs e eu acho que com o tempo você vai vendo o que gosta, vai aplicando e no fim das contas cria sua própria técnica.
Com relação a ser irmão do Alok, no começo a pressão já foi maior de ter que provar que eu não era só o irmão do Alok, mas hoje em dia acho que tá bem claro isso, as pessoas já conseguem identificar nossos estilos musicais, então está tranquilo.
Não sinto mais essa pressão e está tudo certo, cada um construindo a sua história.
3.Qual sua visão de um produtor musical e DJ num mercado cada vez mais competitivo como o do Brasil?
O Brasil tem um mercado bem singular, porque temos um estilo próprio de música bem forte e acaba que isso é bom porque fortalece nosso mercado e acaba também que satura mais rápido já que quase todo mundo faz o mesmo estilo.
Então acho que os produtores daqui tem que buscar referências tanto internacionais quanto de outros estilos musicais pra tentar inovar a sonoridade que chamamos de Brazilian Bass nos últimos anos e fazer algo novo e fresco para os próximos anos.
Acho que estamos num momento bem de transição e de ver qual será o próximo grande estilo do Brasil e tem muitos produtores e DJs buscando essa resposta.
4.Você esta tocando Lollapalooza. Fale para nós q o que você esta preparando para esta edição 2019?
Estou preparando um show bem dinâmico com várias participações especiais, músicas inéditas, versões inéditas de músicas conhecidas, então para o público que vai e que já me viu antes, saiba que terá um set bem diferente com coisas bem legais pra vocês!
5.Conta para nós sobre o seu trabalho com a Austro Music, e o que esta por vir?
Hoje eu sou artista assinado com a Austro e é bem legal a nossa relação, porque eles acreditam no meu trabalho realmente como eu sou, não tentam me moldar como artista e isso é a melhor coisa dentro de uma gravadora, quando você se sente confortável pra fazer o que você gosta.
E estamos planejando vários lançamentos, estou super feliz com nossos trabalhos juntos e só tem coisa boa pra vir por aí.
6.Qual o set-up atual do seu estúdio?
Eu tô montando um estúdio novo agora, uma sala mais bem tratada acusticamente falando, mas o que eu uso é um Mac Pro com 64GB de RAM, 12 Cori, HD de 2TB e SSD de 512.
Esse é meu setup principal que mais uso.
E outras coisas que eu tenho é uma placa baby face RME Pro, uma controladora Control S49 e os monitores.
7.Qual a decisão mais importante na sua vida para dedicar-se a música de forma profissional?
Acho que veio bem natural, nunca precisei pensar se essa ia ser minha profissão, simplesmente aconteceu desde muito novo.
E são os dois lados da moeda.
Isso porque meu trabalho está rendendo bons frutos e tanto porque faço com amor.
O fato de eu ser apaixonado pela música eletrônica e viver 24h em prol disso me ajuda a ser uma decisão unânime.
Nunca pensei em fazer outra coisa, então eu vivo pra isso.
8.A partir de que momento passou a planejar sua carreira? Recorreu a algum profissional para lhe orientar?
Em 2016 eu lancei o projeto como Bhaskar, antes eu tive outros trabalhos com Alok, outros com outras pessoas, etc.
Mas como Bhaskar é o que mais tenho me dedicado e tive assistência de várias pessoas ao longo da carreira.
A Artist Factory me prestou muita assistência, meu time interno que é o Lucas meu empresário, toda minha equipe, etc.
Acho que foi um planejamento e tudo foi acontecendo no decorrer da minha carreira, fomos vendo pra onde estava crescendo, estudando o mercado e aplicando o que a gente aprendeu da melhor forma possível.
Então acho que devo muito a vivência de todos, fomos aprendendo como lidar com a carreira e o crescimento dela.
9.Descobrindo os meandros da profissão o que lhe motivou, qual foi seu maior desafio até aqui?
O maior desafio foi provar que, apesar de eu vir de uma família de músicos, ser irmão do Alok e filho do Swarup com a Ekanta, eu tenho minha própria personalidade.
Isso demorou alguns anos pra se concretizar, mas acredito que cada vez mais está claro quem é o Bhaskar e qual a minha personalidade musical.
10.E o seu maior mind set no segmento até o momento, qual foi?
O mind set que tenho hoje é o de não ser preso a nenhum nicho de música eletrônica que me define como artista.
Acho que temos que estar abertos a novas possibilidades e, claro, eu tenho meus parâmetros de até onde vou chegar, não vou fazer músicas que condizem com o que acredito, mas tô sempre muito aberto a expandir meu público, procurando pessoas que nem gostem tanto de música eletrônica e, pra chegar até elas, fazer parcerias fora do meu nicho.
11.Quais são os seus planos atuais?
Tenho planos de lançar um álbum até o fim do ano e também bolar novas parcerias com artistas de outros estilos.
E também sempre deixar meu som dinâmico, fazer coisas pra pista e também pra streaming.
12.Aonde quer estar nos próximos cinco anos?
Essa é muito difícil, mas se for pra responder agora, eu quero estar ganhando um Grammy.
É difícil ler em 5 anos, mas acredito que o meu perfil de artista ultrapasse um pouco a questão de ser um DJ, eu quero estar produzindo coisas novas, talvez até a trilha sonora de um filme.
Eu quero sentir com o tempo as oportunidades que vão chegando, mas eu diria que um artista que inspira pra eu estar daqui 5 nos é o Skrillex.
13.Qual sua análise sobre o mercado atual de música eletrônica?
A música eletrônica está crescendo muito e, inclusive, alcançando festivais e eventos que não costumavam ter, porque as pessoas estão gostando e pedindo.
Então isso é muito legal pra gente e estamos num cenário muito positivo que está crescendo pra todos os lados, tanto pro maisntream, quanto para o Underground e está sendo bom pra todo mundo.
14.Quais os seus maiores diferenciais para o mercado de música eletrônica na sua visão?
Um dos diferenciais que eu tenho é o tempo de carreira.
Acaba com que isso me dá uma noção maior de pista, de feeling, o que é um diferencial de quem começou agora.
Outro diferencial é que acho que tenho uma sensibilidade legal na hora de compor as músicas, tento ir mais profundo com as letras e melodias; sempre tento músicas que toquem a vida das pessoas.
15.Qual foi seu primeiro disco que você comprou?
Eu lembro de dois discos que eu comprei e tocaram muito minha vida.
Um deles foi o do Prodigy (“The Fat Of The Land”); esse me inspirou muito, foi o primeiro artista de música eletrônica que fez diferença na minha vida.
E o outro foi do Link Park, o “Namb”, foi um clássico pra maioria dos adolescentes da minha idade e um artista que me inspirou muito, pois eles saiam do Rock e iam pra um caminho mais eletrônica e tentavam inovar.
16.Qual foi a primeira música que te impactou de fato?
Ah essa é muito difícil de responder (risos), mas se for falar de música eletrônica eu diria que The Prodigy foi o artista que mais me inspirou e a música “Breathe” eu escuto até hoje e parece que acabou de ser lançada.
Tem um grande papel na minha vida.
17.Tem algum hobby fora música?
Agora eu tô bem focado na academia e está sendo muito bom.
Além de ser um momento pra eu ouvir novas músicas, buscando inspiração, eu também descarrego toda pressão que tenho ao longo da semana na minha carreira.
Mas se eu fosse escolher um que gosto mesmo é skate, mas não estou tendo muito tempo pra andar.
18.Um sonho já realizado na música?
Alguns, como participar do line up de alguns festivais como o Ultra Brasil, Tomorrowlnad Brasil, mas todas as conquistas que tenho feito no dia a dia, todos fãs, mensagens que tenho recebido, isso tudo pra mim é um sonho realizado.
E agora tem o Lolla chegando aí e eu tô super ansioso pra esse dia.
19.Um sonho a ser realizado na música?
Tenho sonho de colaborar com alguns artistas como Flume, Skrillex, Zoo, mas sonho pra tocar com certeza seriam os grandes festivais que eu almejo como o Tomorrowland Bélgica, Ultra Miami.
E falando de sonho pra zerar a vida, seria ganhar um Grammy com uma produção minha.
20.Uma frase que resuma sua pessoa e lifestyle?
O importante é ser você, porque no final das contas as pessoas não se apaixonam por produção, mas por sua personalidade e pelo que você mostra como pessoa.
Seja você e conte com que as pessoas gostem de você deste jeito.
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by Gonçalo Vinha