O alemão Boris Brejcha (www.instagram.com/borisbrejcha ), também chamado carinhosamente de “Bruxo”, que iniciou sua carreira em 2006, nunca teve relevância em sua terra natal e muito menos na cena global de música eletrônica, seja pela sua arte de mixagem (super OK e nada de outro mundo, diga-se de passagem), e suas músicas pouco chamaram atenção, não emplacando em charts, mesmo Beatport (que já lhe conferiu o status de artista do mês o pondo em destaque em raras oportunidades); com exceção do single “Gravity (feat.Laura Korinth)”, pela gravadora Ultra music, braço fonográfico do festival norte-americano Ultra. As músicas de Brejcha não figuram também em muitos playlists de músicas tocadas por outros DJs globais.
No Brasil foi adotado pelo DJ e produtor de eventos Du Serena, para apresentações nas edições da festa Tribe, que já tinha apresentado outros artistas como a dupla D-Nox (este inclusive casou-se com uma brasileira entre suas idas e vindas ao Brasil) & Beckers (também alemães sem relevância alguma na cena internacional, seja em charts com suas produções musicais ou mesmo em apresentações, em sua grande maioria no Brasil, mesmo ainda hoje, com valores de cachets altos, que jamais ganham em outros países, nem nos seus de origem, onde ficam praticamente sem tocar, em “férias”, até retornarem para cá), que se tornaram “superstars” no Brasil, numa anomalia causada com a energia trocada com o público brasileiro que vimos acontecer no Brasil com outros nomes da música eletrônica como: Information Society, Noel, Phonique, sem representação nos seus países de origem foram adotados feito bichinhos de estimação por uma leva de brasileiros. E se funcionam na hora da festa? A resposta é Sim e muito, poderiam até tirar a dupla nacionalidade.
Em 2015 fundou seu próprio selo, denominado “Fcking Serious”, por onde lançou a maioria dos seus álbuns, e uma label party, com o pretexto de rodar o mundo (ou seria conquistar o resto do Brasil que o adotou?!?!), e que atualmente promove um evento chamado “In Concert” (que passou por São Paulo no último dia 15/12, no Expo Imigrantes, com público enorme (em sua maioria) jovens que adentram na música eletrônica ainda sem educação musical pré-estabelecida, com o intuito de apenas passar a madrugada dançando, e com um P.A. potente, mas que entregou resultado sofrível com a péssima acústica do espaço onde foi realizado); com patos infláveis jogados para o público que responde de forma animada, e com amigos, também ilustres desconhecidos, que formam a quadrilha de “Zé ninguéns”, liderados por Brejcha.
Porém o destino do DJ “Zé ninguém”, mudou em 2017, ao ter uma apresentação filmada e promovida pelo canal francês Cercle (veja mais no: https://www.youtube.com/@Cercle ), que tornou-se um dos maiores canais (fora os dos festivais); de música eletrônica do YouTube), no Palácio Fontainebleau, em Paris.
O vídeo que conta atualmente com mais de 38 milhões views, foi o cartão de visitas de Boris Brejcha para o mundo e logo agradou mais gente graças a apresentações em festivais como Exit, Timewarp, Tomorrowland entre outros, onde passou a circular mesmo no segundo escalão dos line-ups.
Após o sucesso no canal Cercle no Palácio Fontainebleau, ele retornou mais duas vezes com apresentações, no Grand Palais de Paris (com 53 milhões de views), e Arènes de Nîmes (com 17 milhões de views), também na França, lhe dando ainda mais projeção global e aumentando sua base de fãs. Mesmo com tantos views que somados passam dos 108 milhões de views, ele angariou apenas 1,7 milhões de seguidores no Instagram, e no Spotify 1,8 milhões de ouvintes mensais, e onde os singles “Gravity” (o seu primeiro sucesso de fato (lançada em 2019, pela Ultra Music, detém mais de 56 milhões de plays) e “Purple Noise” (pouco mais de 66 milhões de plays, lançado pela poderosa gravadora alemã Harthouse, em 2014); mostram que as suas produções ainda não tem a relevância e a potência que vemos nas fotos do Instagram, e ao fervor e hype levantado pelo público brasileiro, que sequer é um dedinho no mercado mundial da Dance Music.
Mas voltando ao Boris Brejcha, o estilo musical ele autodefine como “high-tech minimal”, e aqui o rótulo nem importa para algo total dancefloor na “Terra Brasílis”, e que tem agradado pistas internacionais como o club Hi! Ibiza, onde ele debutou em 2019.
A máscara joker, que ele usa durante boa parte dos set´s foi inspirada no carnaval brasileiro, após ser abraçado pela pátria amada (!?!?), Brasil, e como outros artistas fantasiados da música eletrônica pós-Daft Punk, que motivou diversos outros artistas (incluindo Deadmau5, Marshemello, The Knife…), ajudou a promover seu rosto (que por baixo da máscara contém cicatrizes de queimaduras (adquiridas num acidente no festival aéreo de Ramstein na Alemanha, onde uma aeronave caiu próximo ao pequeno Boris com seis anos de idade); que o fizeram alvo de buyling na escola e o aproximaram da música e produção musical como válvula de escape.
Para este vosso escriba que já viu centenas de DJs, e os melhores do mundo dentro e fora do Brasil ao longo de mais de 35 anos, este Boris Brejcha não cheira e nem fede (e o cara por sinal é bem simpático como pessoa), mas diverte e isso é o que importa no resultado final no mercado de entretenimento em qualquer país. Aos meus ouvidos ele pouco faz, talvez por estar cansado de repetições feitas por mais um pseudo-mascarado, eu fico com outros, mas não abdico do Bruxo, que terá trabalho para manter-se no primeiro escalão da Música Eletrônica mundial. Chucrutes nele! Ooops ou seria Picanha nele! O que importa é Music On!
Veja as apresentações do bruxo no canal Cercle no YouTube: