á se passaram 31 anos desde que Cazuza, um dos maiores poetas da história da música brasileira, nos deixou.
Suas letras e canções, sua imagem irreverente e, principalmente, sua mensagem, deixaram uma marca e um legado único na história da MPB, transformando-o em um ícone jovem, cuja obra transcende o tempo e permanece viva.
Dez anos após sua morte, Cazuza recebeu uma das maiores homenagens, o musical tributo “Cazas de Cazuza”, escrito e montado em 2000, na virada do milênio, por um grupo de jovens artistas, tendo à frente o diretor e compositor Rodrigo Pitta, que gerou um grande sucesso e uma enorme repercussão na época, sendo visto por 80 mil pessoas.
Vinte e um anos depois, o espetáculo está de volta, em nova montagem e com um novo elenco, escolhido em diversas audições realizadas no Vivo Rio.
Em dois atos, o musical mostra a história de oito personagens, Mia, Enrico, Justo, Bete, Deco, Vera, Ernesto e Dornelles, que vivem no Baixo Leblon, no Rio de Janeiro, abordando temas como preconceito, sexo, drogas, amor e desemprego presentes nas 20 músicas de Cazuza, entre elas “O Tempo não para”, “Pro Dia nascer Feliz”, “Um Trem para as Estrelas”, “Codinome Beija-Flor”, “Ideologia”, “Bete Balanço” e “Brasil”.
Essa nova montagem de “Cazas de Cazuza” deveria ter estreado em 2020, como parte das comemorações dos 30 anos da morte do poeta.
Com o cronograma alterado pela pandemia e o atraso de mais de um ano, novas audições foram necessárias.
Com participação especial de Paulinho Serra, que viverá Dornelles, os papéis principais serão interpretados por Fernando Prata ( Enrico),Yan Dufau (Deco), Jade Baraldo (Bete Balanço), Leandro Bueno (Justo), Julianne Trevisol (Mia), Janamo (Vera) e Alexandre Damascena (Ernesto).
Dois componentes do elenco da versão original estarão na nova montagem, o ator Fernando Prata que interpretou Enrico em 2000, volta a viver o papel do poeta desempregado 21 anos depois.
A versão 2021 terá como Diretor Musical o cantor e compositor Jay Vaquer que fez parte do elenco da montagem original no papel de Justo.
O espetáculo retorna para três grandes apresentações no Vivo Rio nos dias 20 de Novembro, 3 e 4 de Dezembro. Mas já a partir de outubro se apresenta, em versão adaptada, dentro da programação do festival itinerante “Rock Brasil – 40 anos”, nos dias 28 e 29 de outubro no CCBB Rio de Janeiro; 16 e 17 de fevereiro de 2022 no CCBB Belo Horizonte; 31 de março e 1º de abril no CCBB São Paulo e 26 e 27 de maio no CCBB Brasília.
O Espetáculo
Escrito e dirigido por Rodrigo Pitta, então com 22 anos, “Cazas de Cazuza” chamou atenção por apresentar uma genuína e pioneira “ópera-rock” nacional com arranjos e textos inéditos, que ousava transformar canções de rock emblemáticas em um musical “estilo Broadway”, muito antes do Brasil ter se transformado em um polo consumidor e criativo de espetáculos do gênero.
Com arranjos vocais e instrumentais de Daniel Salve, a versão original contava com um elenco afiado e afinado, formado por atores e cantores desconhecidos da mídia, do teatro ou da TV, foi outro fator que fez o espetáculo se transformar em um fenômeno e lotar grandes casas de espetáculo e teatros como o Tom Brasil em São Paulo e o Canecão no Rio de Janeiro por várias semanas.
No elenco original estavam Jay Vaquer, Lulo Scroback, Debora Reis, Rosana Pereira, Bukassa Kabenguele, Fernando Prata e Vanessa Gerbelli.
“Cazas de Cazuza” causou “furor” como se dizia antigamente,foi fenômeno de público e teve excelentes críticas, reuniu em sua platéia uma gama impressionante de personalidades como Caetano Veloso, Ney Matogrosso, Gilberto Gil, Moraes Moreira, Marilia Pera, e seu elenco foi convidado para se apresentar em programas como os de Fausto Silva, Jô Soares e Hebe Camargo, entre muitos outros lideres de audiência.
Por onde passou, o espetáculo ganhou destaque na capa de jornais, chegou a virar tema de tese em universidade e, até hoje, é grande o número de pessoas que gostaria de revê-lo ou assisti-lo pela primeira vez.
Ouça a trilha original:
Em menos de 50 apresentações, “Cazas de Cazuza” realizou o sonho de jovens desconhecidos mas, desde então, nunca mais foi assistido. Sua trilha sonora, agora disponível nos serviços de Streaming, foi lançada em CD pela SOM LIVRE, fato raro na época, para uma produção teatral nacional. Em escolas de teatro musical como a CEFTEM, no Rio de Janeiro, o espetáculo é cultuado por uma geração que nem havia nascido quando foi montado.
Cazas de Cazuza foi a primeira grande homenagem feita a Cazuza e agora, 21 anos depois, ainda é tão atual! Eu fui ver todos os dias no Canecão e a cada dia era uma nova emoção. Não é uma biografia, não é um filme, são variações sobre um mesmo tema falando das várias facetas do Cazuza. É um musical muito bonito e vocês não podem perder, corram para comprar os ingressos”, declara Lucinha Araújo, Presidente da Sociedade Viva Cazuza e mãe do cantor.
“Pelos padrões do formato original, Cazas de Cazuza é um musical competente (…) A direção consegue fazer com que a tradução das canções para o palco tenha a relevância da sua poética de beleza agressiva e de delicadeza ácida. “ Macksen Luiz (Jornal do Brasil em 18.03.2000)
“O espetáculo, em si, é muito bom.O diretor Rodrigo Pitta foi muito feliz na intenção de inserir os versos contundentes de Cazuza num universo ficcional. O encaixe é perfeito..” Mauro Ferreira (Jornal O Dia em 18.03.2000)
“Cazas de Cazuza é também- o que é até espantoso numa encenação tão ligada ao modelo Broadway- Um espetáculo de cor nacional, de um Brasil oprimido de cidade grande. Impressiona a fusão alcançada entre as letras e a trama, mas sobretudo, é de fazer inveja a elevada a qualidade dos números musicais.” Nelson de Sá (Folha de São Paulo – 5/2/2000)
Depoimentos sobre o Musical:
Frejat
“Gostei muito e o mais curioso é que conheço os motivos pelos quais as músicas foram feitas e, na peça, elas são usadas em situações totalmente diferentes. É por isso que tantas pessoas se identificam com as letras” Frejat para ShowBizz, (02/2000)
“Cazas de Cazuza é uma produção da melhor qualidade, esse é um tipo de trabalho que quase não se faz no Brasil..Eu fiquei muito emocionado, assim como acho que vão ficar os amigos do Cazuza e todas as pessoas que conhecem sua obra” Frejat para Revista Programa JB 17/3/2000
“Foi uma emocionante noite de “flashbacks”. Pela primeira vez, a obra de um compositor brasileiro é tratada de forma inovadora. O Pitta pegou o imaginário de Cazuza e transformou numa peça” Frejat para Mauro Ferreira ( Jornal O Dia,07.02.2000)
Ezequiel Neves
E Cazuza Gostaria? – “Ele adoraria. Identifiquei o Cazuza na problemática dos personagens. Ele está em todos esses tipos que sempre vão existir” Ezequiel Neves, produtor e parceiro de Cazuza para O Globo em 19/12/99
“É um musical nos moldes da Broadway com composições do Cazuza.A ação é realmente impulsionada pelas canções, gostei bastante. Acho que o próprio Cazuza gostaria da montagem”. Ezequiel Neves , Revista Programa JB 17/3/2000
Lucinha Araújo
“Achei muito digna a forma com que eles abordaram a obra do Cazuza. (…) Eu me emocionei muito durante o espetáculo, o que não é uma novidade,mas o João , meu marido,é muito exigente. E quando ele assistiu ficou passado, chorou e olha que é muito difícil ele chorar em público” Programa- JB ( 17.03.2000)
Moraes Moreira
“Chorei em diversos momentos,revi Cazuza o tempo todo, ele está ali” Moraes Moreira após assistir o musical no Canecão. O Globo, 18.03.2000
Flávio Venturini
“Os arranjos são muito bem feitos, a solução musical encontrada é perfeita” Flávio Venturini após assistir o musical no Canecão. O Globo, 18.03.2000
Ficha Técnica
Elenco:
Alexandre Damascena como Ernesto Custódio
Fernando Prata como Enrico Rocha
Jade Baraldo como Elizabete Sampaio (Bete Balanço)
Janamô como Vera Custódio
Julianne Trevisol como Mia Barros
Leandro Bueno como Justo Grimberg
Paulinho Serra como Dornelles
Yann Dufau como André Bastos (Deco)Coro:
Alex-Ci
Amanda Brambilla
Ella Fernandes
Grace Nascimento
Gugu Peixoto
Maria Virgínia
Raí ValadãoBanda:
Pianista / Tecladista – Anderson Nem
Guitarrista / Violonista – Caio Barreto
Baterista – Kelder Paiva
Baixista – Lancaster Lopes
Técnico de Som – Erick José de Lima
Microfonista – Bernardo NadalDireção Geral – Rodrigo Pitta
Codireção e Direção Musical – Jay Vaquer
Assistência de Direção – Tauã Teixeira
Coreografia – Joane Mota
Light Design – Wagner Pinto
Cenógrafo – Vinícius Fragoso
Videomaker – Eduardo Souza
Imersão Cênica – Ricardo RizzoProdução Executiva – Thiago Amorim e Bianca Labruna
Consultoria Jurídica – Felipe Laureano
Coordenação de Produção – Igor DibArranjos Vocais – Daniel Salve
Arranjos Vocais Adicionais – Rodrigo Pitta e Jay Vaquerespecial by Midiorama