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Chemical Brothers, sucesso no Sonar Festival (e novo recesso?), exclusiva!

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Ainda me recordo do calor, suor, paredes escorrendo de uma finada casa de shows paulistana em 1997 que foi palco da primeira passagem dos Chemical Brothers pelo Brasil.

E que show, o fator novidade e a recém explosão da música techno no território nacional, na época teve lá seu charme e hoje trazem boas recordações para este vosso escriba.

Dezoito anos se passaram e o regresso veio, após a passagem avassaladora pelo Sonar Festival em São Paulo, os Chemical Brothers seguiram pela América do Sul (dentro da programação do Sonar na Argentina, Chile e Colombia), com a tour do novo álbum (“Born In The Echoes”).

The Chemical Brothers em Live no Sonar SP 2015
The Chemical Brothers em Live no Sonar SP 2015

Em São Paulo o show foi azeitadíssimo os plugs ferveram, o subgravenas caixas curava pedras-de-rins e deram o coquetel perfeito aliando antigos hits (“Block Rockin Beats”…), surpreenderam tocando “Salmon Dance” e mandaram as novas “I´ll See You There” (granada com pressão), e “Sometimes I Feel So Deserted”, mostrando que a química da dupla em estúdio ainda rende pérolas (ou seriam torpedos?!).

Argamassa sonora e imagens de tirar o fôlego (e gerar transe em alguns) de primeira grandeza.

Tinha uns semi-engravatados na plateia e alguns outros com óculos de grau transpirados pelo fervor e dança.

A vinda ao Brasil foi uma das últimas a serem confirmadas pela organização do Sonar por aqui, que apostou certo (e olha que Massive Attack estava na mira no lugar dos Chemical), e presenteou os fãs e notívagos de plantão com um áudio-visual de encher os olhos.

DJ Sound tinha noticiado a vinda da dupla para o festival em 25 de maio, num furo exclusivo para o Brasil.

Tivemos o privilégio de participar da audição do novo álbum organizada pela gravadora Universal Music em São Paulo no mês de junho, um mês antes do lançamento mundial.

Um hiato de 5 anos desde o lançamento de “Further” os tirou do circuito de shows, mas impulsionou vários DJ set´s (sim eles são DJ´s e dos bons muito antes de serem músicos), como num treinamento “Jedi” para o que viriam a dar aos fãs novamente.

O novo álbum “Born In The Echoes” parece “silencioso” demais, mas ao vivo eles continuam raivosos e psicodélicos como nunca.

Ah! e os pedais de guitarra de 8 bits, continuam presentes com aqueles chiados e ruídos característicos que a dupla incorporou ao seu som.

As tours do Chemical Brothers são raras, quase empatadas com os franceses, do Daft Punk ou mesmo dos alemães do Kraftwerk, então poder vê-los ao vivo é momento único, curiosamente, após a tour Sulamericana não constam mais datas de shows.

Ventila-se a participação deles no festival Coachella na Califórnia (em abril, 2016);  onde são “hour concours” (com 5 apresentações: 1999/2001/2002/2005/2011),  e headliners atraindo legiões de adoradores.

Passada a tour sulamericana, Ed Simons falou com a DJ Sound dias antes do natal, onde adiantou que na véspera fariam DJ set por três horas ao vivo na rádio BBC6 Music.

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Porque demoraram tanto para lançar “Born In The Echoes”?

Ed Simons – Temos vidas normais como as pessoas, e afazeres iguais. Nosso foco não é música 100% do tempo. Juntamos as demos que fazemos, realizamos os ajustes e surge o álbum. Este é um disco bruto, instrospectivo… retorno as nossas origens. Ele soa melancólico em alguns momentos.

Como escolheram os colaboradores do álbum?

Ed Simons – A idéia é que os vocais nesse álbum tivessem uma importância maior, os convidados surgiram de contatos e amizades ao longo dos anos. Ali Love e Beck são muito interessados em nossa música e isso facilitou o trabalho no estúdio.

Não fizeram nada musicalmente nesse período parados?

Ed Simons – Temos uma portabilidade e alguns equipamentos em nossas casas. Aparecer no estúdio não é uma necessidade imediatista para nós. Eu e Tom gostamos de brincar, descobrir os sons, criar as texturas, as batidas.

Quando decidem ser hora de gravar num novo disco?

Ed Simons – Não temos uma obrigação com gravar discos para gravadoras, então isso nos deixa confortáveis para trabalhar sem pressões. Músicas aparecem na hora certa… Juntamos o que gostamos e formamos um álbum com história.

Vocês não saem muito em tours, porque? E o que é importante nos shows?

Ed Simmons – A música fala por nós, então os shows acontecem quando temos algo para falar e mostrar.

É um trabalho que depende de uma equipe enorme, envolve a criação das imagens que levam meses.

Tom e eu pensamos no playlist da tour e nas adaptações, saímos em tour com tudo completo não há espaço para improvisar imagens.

Nos shows do Chemical Brothers

Como foram os shows no Brasil?

Ed Simmons – Temos boas lembranças do Brasil, apesar do pouco contato com o público. Sabemos que nossos discos vendem bem e videoclipes são vistos com frequência.

É uma energia grande estar no Brasil as pessoas gostam do nosso som.

São Paulo o local e som estavam incríveis, uma atmosfera underground vista em alguns poucos lugares.

Foi realmente incrível e procuramos fazer um setlist para os velhos e novos fãs.

Rio de Janeiro foi a segunda vez, público respondeu a nossa música.

Sempre passamos com pressa pelo Brasil e desta vez não foi diferente, a tour devia prosseguir com o Sonar.

E os demais shows na América do Sul?

Ed Simmons – Argentina é incrível, uma plateia enorme. Tocamos no Creamfields em Buenos Aires alguns anos atrás e o público é louco, eufórico, um dos melhores do mundo. Chile foi fantástico, nunca fizemos uma grande tour como esta na América do Sul… Temos de agradecer ao Sonar que realizou este trabalho.

O set-up de vocês continua sendo analógico e digital, vimos uns sintetizadores modulares no palco? Gostam?

Ed Simmons – Esta tudo no palco e o que usamos nos discos.

Há os sintetizadores digitais e analógicos, os samplers tem a capacidade de armazenamento grande e possibilitam exercitar a música da forma que quisermos ao vivo.

Eu e Tom ficamos apaixonados pelos modulares, pelo som quente dos grandes teclados dos anos 80.

Vocês ainda gostam de fazer DJ sets?

Ed Simmons – Gostamos, nos divertimos fazendo!… (rs)… Fizemos muitos DJ sets e os pedidos não paravam de chegar, avisamos nosso agente para suspender os pedidos para prepararmos os shows.

Foi um período importante para focar no show… os DJ set´s deram alguns caminhos.

Queríamos soar mais “brutos” “sujos” como nos primeiros discos.

Gonçalo Vinha
Gonçalo Vinha

Onde se vêem daqui dez anos?

Ed Simmons – Certamente seremos os Chemical Brothers e queremos fazer mais álbuns e shows.

Nos expressamos pela música, máquinas, e nossos cérebros…

Site oficial:

www.chemicalbrothers.com

Agradecimentos especiais: LRM, Universal Music, Dreamfactory e Sonar Festival

By Gonçalo Vinha

Fotos by Leandro Godoi

 

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