Projeto produzido durante a pandemia já está disponível em todos os aplicativos de música.
Quem não desistiu de acompanhar as notícias, ou pirou com algumas delas durante a pandemia que atire a primeira pedra. Ou, como fez um dos maiores nomes do reggae internacional, Clinton Ferron, atire música! O artista jamaicano preparou durante o período de isolamento seu 13º álbum, “Breaking News” com o objetivo de jogar para o mundo um pouco de bom senso e compaixão. O projeto já está disponível em todos os aplicativos de música e representa a cura para Clinton Fearon, cuja vida mudou completamente durante a pandemia, assim como a de toda a comunidade de músicos e artistas.
Durante o momento de reclusão povocado pela pandemia, o cantor permaneceu em casa em Seattle, vivendo a crise com sua esposa, e, juntos, realizaram diversas lives para se manterem conectados com o mundo exterior. Esses momentos foram luzes brilhantes durante o período para manter a inspiração de Clinton positiva. Por outro lado, as constantes más notícias vindas de todos os meios de comunicação também o impactaram, foi quando o compositor sentiu vontade de reagir, apresentando ao mundo suas letras que como disse seu iamigo de longa data, Manjul são “bálsamo para ouvidos, mente, alma e corpo”.
Por conta da pandemia, a produção do projeto também foi realizada de forma incomum. Acostumado a gravar uma faixa guia para cada música nos primeiros dias de estúdio, com apenas sua voz e seu violão capturados de uma só vez, e só então gravar faixa a faixa com os músicos de sua banda em Seattle, Clinton Fearon precisou gravar uma demo adequada com a maioria dos instrumentos em arquivo- exceto bateria e teclado-, todos executadas por ele mesmo, com o engenheiro de som Pete Remin, no Dubtrain Studio, em seu bairro. A demo foi enviada aos músicos na França para praticar e, alguns meses depois, o artista voou para Bordeaux para gravá-las em conjunto, com o apoio do engenheiro de som Damien ‘Bobby’ Coutrot no Baco Studio.
Os músicos da banda The Riddim Source, os grandes Xavier ‘Kubix’ Bègue (guitarra), Julien ‘Manjul’ Souletie (vocal e percussão), Simon ‘Saymon’ Coutant (bateria), Thomas ‘Mato’ Cirade (baixo) e Muctaru Wurie (teclados), foram os responsáveis pela interpretação impecável das canções. Pelas próprias palavras de Clinton: o melhor conjunto de músicos com quem ele já tocou.
“Breaking News” é o 13º álbum completo de Clinton Fearon em seu próprio nome, e o primeiro não totalmente produzido por ele mesmo. Após três anos de parceria de sucesso, Boogie Brown Productions (Clinton Fearon e sua esposa Catherine) e Baco Music decidiram co-produzir este magnífico álbum, a ser lançado pela Kool Yu Foot e Baco Records em junho.
No Brasil, Clinton Fearon é um artista muito reverenciado e já se apresentou em grandes festivais e eventos por cidades como Salvador, Belém, São Paulo, Porto Alegre, São Luís, Brasília e Fortaleza. Uma das curiosidades é sua semelhança física com o mestre do samba Martinho da Vila, fato sempre citado pelos fãs e que causa risos e satisfação ao jamaicano. Clinton é também conhecido por ter sido um dos fundadores do “The Gladiators”, icônico grupo do reggae jamaicano da década de 70 e que já excursionou por seis continentes. Além dos treze álbuns solo, Clinton possui mais de 25 sucessos ao lado do The Gladiators, faixas essas que são sempre muito pedidas nos seus shows. O jamaicano agora se prepara para uma mega turnê na Europa e espera lançar o seu novo álbum no Brasil em breve.
Vídeos do novo álbum:
(Trod On)
(Breaking News)
SONG BY SONG
Clinton Fearon talks about the songs of his new album “Breaking News”:
1. Breaking News
O ditado ‘notícias de última hora’ existe há muito tempo, mas nos últimos anos tornou-se muito popular na divulgação de notícias, e são sempre quase cem por cento más notícias! Às vezes, estou com fome de boas notícias e quase nunca estão lá ou são comentadas. Então decidi usar ‘notícias de última hora’ como tópico, mencionei algumas das coisas ruins que sempre ouvimos nos noticiários e, no meio do caminho, mudei a narrativa para uma perspectiva mais positiva.
2. Don’t Dump It
A inspiração para esta música veio em parte através de notícias de última hora. Há muitos derramamentos de óleo nos oceanos, muitos plásticos, resíduos tóxicos e assim por diante. Muitas vezes há peixes mortos em nossas costas e não estamos falando apenas de alguns peixes mortos! Outra grande parte veio de viajar de e para muitos países onde vi muitas dessas situações ruins com meus próprios olhos. A maneira mais simples de evitar esses problemas ambientais é não despejar nossos resíduos na natureza.
3. Social Unrest
Os últimos cinco ou seis anos de instabilidade política e a situação global do COVID juntos causaram uma crise de pânico, que nos deixou em um mundo de agitação social: acho que a injustiça sistêmica e a justiça fraudulenta desempenham um papel muito importante nessa inquietação que estamos vivendo. Mas, novamente, também acho que podemos fazer algo a respeito, juntos como um.
4. New Chapter
Devo dizer que, no nível da agitação social pela qual estamos passando, não tenho escolha a não ser recorrer ao novo capítulo da sobrevivência. O primeiro e o segundo versos desta música estão falando literalmente sobre mim e por isso sinto uma conexão muito especial com este novo capítulo.
5. Have Some Fun
Quando a pandemia do COVID chegou e as pessoas não puderam mais se reunir, os shows não estavam acontecendo. Como muitos outros, fiquei com fome, então decidi escrever sobre meu sentimento, como faz muito tempo que não nos divertimos cantando e dançando até o suor começar a correr … Mantendo-se positivo com uma afirmação no final de que nós vamos se divertir.
6. Sweet Morning Sun
As primeiras quatro linhas desta música podem te pegar desprevenido com base no quão pesada e talvez até deprimente a letra é, e ao mesmo tempo a melodia é tão doce. Tudo começa a fazer sentido quando chega o segundo verso e vai ver e ouvir porque a melodia é tão doce. “Sweet Morning Sun” é definitivamente uma das minhas favoritas do álbum.
7. Brace Yourself
A inspiração para “Brace Yourself” foi desencadeada pela minha filha Sherine. Eu tenho dito a ela por um longo tempo que ela tem uma voz legal e que ela é uma pessoa sensível, então eu acho que ela escreveria lindas canções. Cerca de um ano atrás, ela escreveu uma música e me enviou para aprovação. Quando eu escutei a melodia e a letra para mim foi simplesmente lindo. Eu estava me sentindo orgulhoso e feliz por ela. Poucos dias depois eu peguei minha caneta e comecei a escrever “Brace Yourself” porque outro poeta nasceu!
8. I Wanna Dance
A inspiração para esta música veio em duas partes. A primeira parte veio de alguns músicos com quem trabalhei no passado que me avisaram em várias ocasiões quando quero que toquem seus instrumentos com intenção e tentem estar no bolso, disseram que não são máquinas e que estou pedindo demais.
A segunda parte veio de não poder fazer shows por causa da pandemia.
A mesma frustração veio de ambas as situações: eu quero dançar!
9. Trod On
“Trod On” é uma canção de encorajamento e perseverança com uma atitude que diz, não vou desistir. Essa música é uma delas que me ajudou a não ficar deprimida. Lembro-me de pegar meu violão e começar a tocar acordes e movimentos e o som parecia muito bom, então comecei a cantar: “Uma vez que estamos vivos, temos que continuar andando, pisando, pisando, pisando… “. Eu soube ali mesmo que eu tinha uma música de sucesso.
10. I Am Thankful
Sou grato por literalmente como me senti quando cheguei à 10ª música do álbum. Eu venho agradecendo há muito tempo, mas viver os últimos anos, com a situação política, a pandemia e a agitação social dão mais volume ao quanto sou grato. Eu amo quando vai para a ponte e as letras estão dizendo: “Às vezes cantamos, às vezes falamos, às vezes corremos, às vezes andamos, às vezes choramos, às vezes secamos, e quando tudo está dito e feito, sou grato por tudo. “.
11. Unbeatable Dub
Esta faixa não fazia parte do álbum. Chegando perto do final de gravar as faixas brutas estávamos conversando e alguém sugeriu que deveríamos fazer uma faixa dub e que eu deveria tocar o baixo. Eu pensei que era uma ótima idéia. Então, no final, Simon Coutant, o baterista, e eu colocamos a bateria e o baixo. E então colocamos as outras faixas, uma a uma, exceto as trompas que tocaram suas partes juntas. No começo nós o chamamos de “Unstructured Dub”, mas o engenheiro de som Damien Coutrot e eu o estruturamos um pouco quando o mixamos. E minha esposa veio com o título final “Unbeatable Dub”. “Unbeatable Dub” é F…!