A associação mais óbvia quando o tema é música e cultura sneaker é com o Rap, muito por conta do basquete.
Entretanto, Ramones e Nirvana são dois bons exemplos de artistas alheios ao mundo do Hip-Hop, mas que não tiravam seus sneakers dos pés.
Astros do Pop, como Justin Bieber e Justin Timberlake, também já declararam o amor por tênis inúmeras vezes.
No Brasil não é diferente: de Anitta a Leo Santana, sem esquecer Filipe Ret e Dilsinho, os tênis são os acessórios mais cultuados entre todos.
Não à toa, os sneakers já foram protagonistas de videoclipes, como na música ‘Air Force Ones” do Nelly, de 2002, que declara seu amor ao tênis criado pela Nike em 1982, ou mesmo “My Adidas”, de RUN DMC, que lhe rendeu o primeiro contrato de um artista com a marca esportiva.
E para saber um pouco mais sobre a cultura sneaker, Yuri Mine e eu fomos visitar um espaço com mais de 5 mil pares, um verdadeiro parque diversões chamado “Mundo Sneaker” do empresário Rodrigo Clemente.
Paulista de Jaboticabal, Rodrigo foi jogador de basquete na juventude, onde iniciou seu interesse por tênis.
“Eu não tinha dinheiro, então ganhava muitos tênis ainda jovem, dos jogadores profissionais, e como seus pés eram muito maiores que os meus, usava algodão ou jornal nas pontas para poder servir”, admite”.
Embora possua milhares de pares, a coleção do Mundo Sneaker é relativamente recente.
“Eu comecei de fato a coleção há 5 anos, mas venho guardando tênis desde minha época de jogador de basquete. Guardava um pouco em casa e outra parte na casa da minha mãe, mas percebi que precisava ter um espaço próprio’, avalia Rodrigo.
O primeiro sneaker comprado com seu próprio dinheiro foi em 1994, um Converse Magic Johnson na cor preta.
Acontece que mais tarde, ele acabou sendo doado, e quase três décadas depois, a própria fabricante o presenteou com o mesmo modelo na cor branca.
Mas seu predileto é mesmo o clássico Kichute, criado pela Alpargatas na década de 70. “Esse tênis me remete à minha época de criança em que eu o usava amarrado na canela.
Ele foi garimpado recentemente em Bragança Paulista”.
Mesmo com uma coleção tão vasta, será que há algum que Rodrigo ainda almeja ter? Sim, um Nike edição limitada do personagem Freddy Krueger.
“Ele foi lançado apenas 200 pares em 2005 e distribuído no Mexico, e segundo minha última pesquisa, o tênis custava 400 mil dólares”.
O país que mais consome sneakers continua sendo os Estados Unidos, mas segundo Rodrigo, o Brasil tem ganhado cada vez mais novos adeptos.
“Infelizmente ainda pagamos muito caro por um tênis legal e de qualidade. Enquanto que nos Estados Unidos, um Jordan custa 180 dólares, o mesmo tênis no Brasil não sai por menos de R$ 1.699,00”.
Das colabs musicais, o espaço possui as linhas de Kanye West e Pharrel para Adidas, e Travis Scott e Billie Ellish para Nike, entre outras raridades.
Mais do que quantidade, o empresário se preocupa com a história que representa cada um dos modelos, seja ela comprado ou presenteado.
“Eu criei o Mundo Sneaker como uma forma de cultuar a minha paixão por sneakers, mas também como um espaço para falar, debater e gerar conteúdo sobre a cultura sneaker’, finaliza Rodrigo Clemente.
by Alê di Lima @aleedlima e pics Yuri Mine
