Seu primeiro videoclipe em carreira solo chega com um grito à liberdade e vida para pretos e pretas
Dia 13/05 é o Dia da Abolição da Escravatura no Brasil, também foi a data escolhida por Dani Nega para apresentar seu primeiro videoclipe em carreira solo “Como Noiz Quiser”. Não foi à toa escolher a data que simboliza um dos marcos da luta dos negros no país,
Dani questiona que 133 anos depois ainda se faz necessário tantos outros gritos à liberdade. A rapper chega pesado nesse trabalho:
“Os gambé não dá chance de noiz tá viva pra noiz morre como noiz quisé”.
ASSISTA aqui :
Não há como negar os números da violência contra os negros no Brasil, são frequentes as ocorrências da violência sistemática contra a população negra.
O clipe “Como Noiz Quiser” chega urgente e potente em tempos onde jovens pretos e pretas são desestimulados a sonhar com as suas possibilidades de futuro, já que suas vidas são diariamente interrompidas.
Dani levanta a questão com sua voz suave, precisa e irônica, representando muito bem o R.A.P. (rhythm and poetry) ou ‘revolução através da palavra’ em sua apropriação brasileira.
Dentro das atuais condições possíveis por conta da pandemia, o clipe foi produzido em parceria entre Dani Nega e o diretor e roteirista Tide Gugliano, seguindo três narrativas: de arquivos documentais, grafite digital feito pelo artista visual Achiles Luciano e imagens da rapper.
A linguagem simples e cheia de ruídos revela a impossibilidade atual do encontro, mas também a falta de recursos que o setor cultural enfrenta, um dos setores mais prejudicados com a Covid-19.
Confira também o video manifesto com crianças e artistas declamando a letra da música: https://www.instagram.com/p/COIzzFcnITv/
Ficha Técnica
Videoclipe Como Noiz Quiser
Artista: Dani Nega
Música single, 1º lançamento em carreira solo (2020)
Direção: Dani Nega e Tide Gugliano
Montagem e arte: Tide Gugliano
Produção geral, concepção e captação de imagens: Dani Nega
Grafite Digital: Achiles Luciano
Imagens cedidas: Sérgio Silva
Sobre Dani Nega
Dani Nega é atriz, rapper, compositora e ativista do movimento negro e LGBTQI+. Vem abordando em suas letras temas como racismo, violência urbana e apropriação cultural, do seu ponto de vista singular. Mestra de cerimônia com voz suave, precisa e irônica. Uma metralhadora poética que honra a sigla R.A.P. em suas duas versões: ‘rhythm and poetry’ no inglês ou ‘revolução através da palavra’ em sua apropriação brasileira. Atua como parceira junto a importantes grupos de teatro como “O Crespos”, “Coletivo Negro” e “Núcleo Bartolomeu de Depoimentos”. Com esse último ganhou o Prêmio Shell de melhor trilha sonora com o espetáculo “Terror e Miséria no Terceiro Milênio” onde assina direção musical.
Dani estreou na música na parceria com produtor/músico/performer Felipe Julian (Craca). O primeiro disco da dupla Craca e Dani Nega (Dispositivo Tralha) foi premiado no 28˚ Prêmio da Música Brasileira na categoria de Melhor Álbum Eletrônico. O segundo disco (O Desmanche) contou com participações femininas de peso como: Luedji Luna, Juçara Marçal, Sandra X, Roberta Estrela D’alva, Graça Cunha, Nanny Soul, Clarianas (Naruna Costa, martinha Soares e Naloana Lima). Além de circularem com shows pelo Brasil em pontos culturais e festivais, em 2019 estiveram em turnê internacional pela Europa.
Depois desta longa e frutífera parceria com Craca, Dani Nega se lança em carreira solo, com single e clipe e prepara seu primeiro álbum solo autoral.