Cuidado antes de atirar a primeira pedra se você é dos fãs radicais de música eletrônica!
Você pode engolir as pedras, e até mesmo os DJs que dizem “saber tocar” podem levar reguadas nos dedos até serem quebrados!
Respeitar e saber a importância de um ícone para o segmento é no mínimo estar de fato engajado na tal “cena”.
Tirando as firulas que um popstar como David Guetta atrela, é bom ressaltar a tamanha importância dele que é de longe o DJ mais popular do planeta, a minha avó de 90 anos conhece o cara tá!.
Se o mundo ouviu e convive mais com a sigla “DJ” a culpa, ooops, o mérito é desse cara, influenciado e amigo de caras como Carl Cox (alô alô radicais do futrico engulam mais essa!).
Outro fato inusitado que nunca esquecerei é que ao lado do publisher de outra grande publicação do segmento há pouco menos de 3 anos , uma “tia da limpeza” do festival Sonar em São Paulo, foi ao stand da revista e reconheceu David Guetta, mesmo o nome dele estando encoberto por outras revistas.
É notório afirmar o populismo a que chegou o universo Djing com este francês, muito simpático por sinal , e que mixa de verdade dando uma volta por cima em muito cara que se diz “conceito”.
Até muitos caras de “conceito” estavam no rebolation na noite da última sexta (15/01), no Anhembi na capital paulista.
Coube a David Guetta, em sua nona vinda ao Brasil, abrir o calendário de eventos de música eletrônica de 2016, num ano que promete ser tão recheado como foi 2015 (leia mais: https://www.djsound.com.br/festivais-de-2015-diversidade-e-conquistas-expandidas/).
E os fãs responderam a altura, mesmo com datas em outras cidades brasileiras em dias anteriores, de paulistas a sulinos e baianos o clima era de harmonia e festa.
E tinham 16.500 cabeças para não multiplicar braços e pernas, o cara leva o equivalente a meia plateia de uma das grandes bandas de rock quando tocam em São Paulo, e mais gente ou o mesmo número que outros festivais de música eletrônica brasileiros levam com mais de 30 nomes no line-up e investimentos com nomes internacionais para atrair o público.
Resumindo: Guetta é Guetta!
O warm-up do DJ João Lee abriu espaço para o esquenta do alemão Robin Schulz convidado por Guetta para abrir todas as datas desta tour por aqui.
Robin Schulz executou na perfeição e entregou a pista no ponto certo para a entrada do francês onde antes de dar o play da primeira música era ovacionado aos gritos e mãos para cima.
Entreter o público é a função máxima de qualquer DJ e David Guetta sabe entregar com carisma e capacidade técnica, aliados a belos efeitos audiovisuais com destaque para os belos vídeos baseados no universo de quadrinhos e com algumas tiradas ácidas de cenas cotidianas, o palco tinha design dos melhores.
No set ele permeou seus grandes sucessos, e brindou a todos com dois momentos no mínimo inusitados e por não dizer incríveis: com um clima mais dark na iluminação flertou com ritmos Tech na contramão da sua sonoridade comercial, e pouco antes de encerrar sua apresentação pegou o microfone e disse que faria uma homenagem ao falecido David Bowie (para quem não conhece vale a pena estudar um pouco mais de música), e tocou um remix feito por ele para “Heroes” de Bowie.
Pouco mais de dez minutos (no desmonte de equipamentos da cabine), separam o final de David Guetta da próxima atração;
o DJ Tom Keller, que ao assumir o palco logo abriu o microfone e na humildade pediu ao público que ligasse os celulares e dizendo para o acompanhar na missão de tocar (depois do set arrasador do francês).
Em pouco mais de 20 minutos Tom Keller engatou a marcha certa e foi grande, passando a bola para o final com Adriano Pagani.
Mas no fim a noite foi de David Guetta que ao deixar o palco fez com que o público se dissipasse com um daqueles bons sonhos que permeiam nossa mente.
Desejando que David Guetta venha nos visitar mais vezes (ele é atração confirmadíssima na segunda edição do festival Tomorrowland Brasil em abril: https://www.facebook.com/TomorrowlandBrasil/?fref=ts), assim cada um independente de gostos musicais pode tirar suas conclusões sobre diversão e entretenimento onde ele tem seu espaço mais que garantido como rei.
O evento organizado pela SFX e No Limits aliados a Deep Entertainment (que cuidou dos camarotes), fluiu bem do início ao fim, e os taxistas mais comportados em momento uber fizeram boa parte do público que foi chegar em casa para continuar o final de semana.
A gravadora Warner Music aproveitou a tour e pôs nas lojas o álbum duplo “Listen Again”, com remixes e faixas inéditas.
By Gonçalo Vinha e pics, Gonçalo Vinha, Erick Dias e Gui Urban