A Technocracia autoproclamada pelos alemães do Kraftwerk nos anos 70 e que inspira toda uma geração em avanço parece não influenciar o brasileiro Ed Lopes, que quer tomar de assalto seu espaço na cena de Dance Music.
O produtor musical e DJ (saiba +: https://www.djsound.com.br/?s=ed+lopes), vem como um míssil no extremamente competitivo mercado, a sua música tem charme e é competente, mas os desafios são ainda maiores e talvez seja seu calcanhar de Aquíles.
Conversamos com ele num overview de um nome promissor que só o tempo dirá se o destino que escolheu para sí dará certo.
Fale um pouco do primeiro contato com a música no geral, e o contato com a música eletrônica?
Tive uma adolescência conturbada e encontrei nas raves de Fortaleza uma válvula de escape.
Eu sempre fui apaixonado por música e inclusive toco alguns instrumentos desde novo, mas o contato com a música eletrônica foi algo diferente. Lembro como se fosse hoje que foi a primeira vez na vida que consegui me desconectar 100% da realidade e de toda essa camada de ego que molda nossa rotina – o ano era 2004 e, salvo engano, quem estava tocando era o Dave The Drummer, na época um mito do Acid Techno de Londres.
De lá pra cá isso virou parte da minha vida – antes como fã de praticamente todas as vertentes, agora como produtor musical e DJ.
De onde veio a ideia de se tornar DJ e produtor musical?
Com a pandemia, acabei tendo tempo para investir na carreira musical. Primeiro terminando o curso de discotecagem do D-Edge, depois fazendo os cursos de produção, mixagem e masterização do Bossa, estúdio do Renato Ratier. Sempre foi um desejo meu e as coisas acabaram acontecendo muito rápido e naturalmente.
Qual a sua visão de um produtor musical e DJ num mercado cada vez mais competitivo como o do Brasil, e do exterior?
O mundo digital permitiu o acesso de mais artistas ao público, o que é extremamente positivo, mas isso de fato aumentou a concorrência. Vejo isso com bons olhos, dado que qualidade se torna cada vez mais um diferencial na maior parte dos nichos.
Você tem uma pegada híbrida de som entre underground e mainstream, acha que com isso conseguirá conquistar mais fãs?
Acho essencial focar em públicos específicos para obter êxito, mas hoje ainda estou variando minhas produções do Prog House / Melodic Techno, que é mais underground, ao House mais comercial. Acredito que existe espaço para vencer em ambos, como alguns artistas vem fazendo (Artbat e Camelphat são boas referências).
Como é o seu processo de composição?
Normalmente inicio pela melodia/harmonia central – com meu background de música, é sempre algo que tenho prazer em construir. O processo de síntese é fundamental nessa etapa – as vezes chego a construir 5, 6, 7 synths para a mesma track.
Depois disso, com a musicalidade do bass pré definida, construo as linhas de bateria e baixo, deixando os detalhes (efeitos de transição, variações, etc) para o final do processo, antes da mix/master.
Qual o set-up atual do seu estúdio?
Utilizo Ableton Live 10 suite, uma Scarlett (inteface), monitores HS8 da Yamaha, controlador midi 49 teclas da Novation e alguns equipamentos de gravação. Estou montando meu setup analógico em breve, muito inspirado pelo Bossa.
Qual a decisão mais importante na vida de vocês para dedicarem-se a música de forma profissional?
Hoje é complexo conciliar a carreira corporativa com a música, mas tem funcionado. Em algum momento vou ter que escolher e tenho feito tudo para que a música torne viável financeiramente a transição – daí a intenção de produzir e lançar tanto conteúdo.
A partir de que momento passou a planejar sua carreira? Recorreu a algum profissional para lhe orientar?
Hoje tenho alavancado o conhecimento que a carreira corporativa trouxe para estruturar meus planos de lançamentos, marketing e etc, mas sem dúvidas estou em contato com parceiros incríveis, como a DJ Sound e artistas mais experientes, que vem abrindo várias portas.
Descobrindo os meandros da profissão o que lhe motivou, qual foi seu maior desafio de vocês até aqui?
O maior desafio de fato é conciliar a carreira corporativa com a música. Além disso, estou descobrindo uma indústria nova, com ritmo diferente do que estou acostumado a trabalhar. Tudo é aprendizado e estou mais do que feliz de continuar evoluindo.
Quais são os planos atuais?
Ao lançar “Stars Are Coming Out”, “Fly” e “Countdown”, todas no estilo Prog House / Melodic Techno. A meta é atingir top 10 Beatport na categoria com alguma delas – estou acreditando muito no projeto.
Aonde quer estar nos próximos cinco anos?
Me vejo claramente transitado da vida corporativa para a música e vivendo disso. Idealmente, tocando nos grandes festivais e lançando frequentemente músicas de sucesso – esse é meu grande sonho e vou fazer de tudo para alcançá-lo mesmo sabendo que é algo muito desafiador.
Na sua visão quais são os seus maiores diferenciais para o mercado de música eletrônica?
Focar em produzir música de qualidade, ter uma boa estratégia de marketing e entender seu público, se comunicando de forma direta e estando presente.
Qual foi seu primeiro disco que você comprou?
The Wall, do Pink Floyd
Qual foi a primeira música que te impactou de fato?
“Since I’ve Been Loving You”, do Led Zeppelin
Tem algum hobby fora música?
Viajar, escrever e passar tempo com os amigos e família, principalmente se for com uma boa cerveja gelada.
Um sonho já realizado na música?
Produzir minhas primeiras músicas e ter uma boa aceitação do público. Foi incrível ver outros DJs tocando o remix que fiz para a música tema do seriado “Dark”, do Apparat.
Uma frase de efeito que faz parte do seu cotidiano?
Você é o único responsável pelo seu destino.
Qual a mensagem que você passaria para quem quer entrar neste mercado de Música Eletrônica como você entrou.
Nunca desista dos seus sonhos. Foque em aprender diariamente, tenha boas referências de artistas e não pare até produzir conteúdo que te deixe orgulhoso – o resto deve acontecer naturalmente.
Redes sociais oficiais do ED LOPES:
Instagram: @edlopesmusic
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SoundCloud:
https://soundcloud.com/edlopesmusic
by Gonçalo Vinha