A 20ª. edição do Electric Daisy Carnival – EDC Las Vegas aconteceu no último final de semana nas dependências do Motorspeedway de Las Vegas, que ao invés de receber os carros de corrida na pista, recebeu a correria dos fãs da E.D.M. (Electronic Dance Music), adentrando o festival, descendo as arquibancadas (usadas para eventual descanso), indo de encontro aos palcos do evento.
Falando em público que é chamado carinhosamente de “Headliners”, tão importante quanto os artistas e o festival, é o grande responsável pelo colorido e cara do evento, e a imaginação leva a divertidas fantasias e acessórios perambulando por toda parte, (imaginem as primeiras edições das raves brasileiras MegAvonts e XXXperience no Brasil, algo similar), com fartos adereços da Rua 25 de Março e suas quinquilharias luminosas chinesas.
Diferente de outros festivais o EDC pode ser chamado de uma grande rave tecnológica, é tanta luz e brilho que deveria ser exigido óculos escuros para curtir o evento que é grandioso e muito bem organizado.
Pontos que expelem labaredas de fogo estavam presentes nos palcos e em torres estratégicas distribuídas pelo festival, dando um climão Mad Max nas madrugadas.
Os ingressos foram concorridos e muitos estavam nas mãos de cambistas a preços exorbitantes, como os camarotes, a polícia local reprimiu chegando a apreender ingressos e levar dois cambistas detidos por desacato de autoridade, e seriam somente liberados sob fiança.
A água é distribuída gratuitamente em diversos pontos do festival (ponto que precisa ser melhorado na edição brasileira faltou), como exigência das autoridades americanas que forçam os eventos de música eletrônica a terem medidas de redução de danos, dando mais conforto e segurança ao público na sua hidratação.
No line-up ao longo dos três dias artistas dos sonhos rechearam os horários junto a muitos desconhecidos do grande público brasileiro, mas com centenas de seguidores no território americano como Marshmellow (uma espécie de cria e residente do EDC, o artista toca com um capacete luminoso em formato de marshmellow (bizarro e divertido beirando o ridículo), que recebe todos os cuidados de Pasquale Rotella, dono do festival).
O EDC Las Vegas chega a ser um verdadeiro teste de popularidade para os artistas onde nomes como Armin Van Buuren, Dash Berlin (com pequeno séquito de fãs no Brasil, aqui é rei e com músicas tocadas nas rádios à exaustão), Above & Beyound, Afrojack, Deorro, Carnage, Amtrac, KSHMR, Galantis (energéticos), foram os destaques.
Armin Van Buuren fez um set pesado Big Room, e Tiesto preferiu investir em melodias e vocais, nem tudo é Trance e soube comandar o palco Kineticfield como ninguém no último dia (domingo 19/06).
O EDC é um festival com sonoridade das mais comerciais, talvez pela quantidade de artistas que carregam o estigma presentes nos palcos, mas sons como Breakbeats e Dubstep soam muito fortes ainda na cultura Dance americana, e o lado mais underground vai crescendo no país.
Artistas como Richie Hawtin (vindo exaurido e feliz com o resultado da dua apresentação no Sonar de Barcelona na sexta 17/06), e Adam Beyer salvaram o último dia do festival; Chris Liebing (atenção Brasil, o máster Techno toca em SP no aniversário da festa Circuito no segundo semestre e avisamos na exclusiva aqui agora), viveram momentos felizes nas suas apresentações sendo aplaudidos (ala feminina forte gostando dos sons mais underground na América).
O mercado de Techno e sons mais underground vem sendo desbravado pelo trabalho constante da Bullit Agency, de Arash (irmão de Dubfire do Deep Dish), que optou por um casting de nomes na linha do Techno e House fora do eixo comercial.
Arrasaram o recinto do palco Neogarden: Hot Since 82, Maya Jane Coles (amei!), Nicole Moudaber e Dusky lenhosos e grooveados.
A estrutura de transmissão de streaming do festival impressiona (leia: https://www.djsound.com.br/sliders/edc-las-vegas-tem-transmissao-online-mundial/), é mais grandiosa em termos técnicos e de pessoal do que eventos como Tomorrowland e Ultra (que transformou a sua plataforma de streaming uma das mais rentáveis em publicidade (único festival a ter patrocinadores na transmissão, e no on demand pela internet)), a promoção do EDC enfatizou muito sua transmissão online, que serviu de esquenta para muitos ainda nos quartos dos hotéis.
A maioria dos artistas chegou ao festival através de helicópteros saindo de dois hotéis de Vegas, forma para escapar de certo tráfego em torno do festival que ficou mais pesado no segundo dia (sábado 18/06).
Pela segunda vez no festival percebi que o grande barato é a desculpa de estar em Vegas pela primeira vez para muitos jovens que cruzaram os Estados Unidos ou vindos de outros países da Europa, especialmente Holanda.
A rede hoteleira (com preços abaixo dos cobrados no Rio de Janeiro e São Paulo ou equivalentes nos hotéis mais luxuosos), taxis e o acesso (um grande bolsão de estacionamento comporta muitos carros com conforto e segurança), favorece o embarque dos interessados na brincadeira do festival.
Senti uma leve inflação real no comércio americano, numa subida de preços nos serviços (taxis) e alimentação.
O festival é do tipo para se ir uma vez, mas a atmosfera da cidade de Vegas e o complexo do autódromo fazem ainda valer as pernadas dentro e fora da pista.
Muitos ainda tiveram folego para continuar a folia nos clubs da cidade como Omnia (em que estivemos ano passado), Hakkasam, Light, Marquee, entre outros com line-ups poderosos.
O tempo colaborou com calor reinante mesmo a noite onde nem o vento apareceu como no ano passado assustando os iniciados como eu.
Confiram abaixo o Video de EDC 20 Anos!
Site oficial:
http://lasvegas.electricdaisycarnival.com/
by Emely Wessen
pics by Insomniac e Emely Wessen