Os fãs da Dance e de outros estilos não podem reclamar de 2015, houveram fartas ofertas de festivais e shows.
Quem adiantou a compra dos ingressos para alguns eventos como Lollapalooza e Tomorrowland no final de 2014, curtiu sem maior peso no bolso e evitou ficar de fora, de acontecimentos no mínimo importantes no entretenimento.
No segundo semestre com a crise econômica aguçada e o mar de incertezas muita gente deixou de lado ou ficou mesmo impossibilitada de estar presente.
A salvação, ainda, para quem pode é o cartão de crédito parcelando a diversão, e foi isso que salvou muitas produtoras.
É notório afirmar o grande salto que o Brasil deu há alguns anos na profissionalização dos eventos, tanto que grandes nomes começaram a desembarcar com mais frequência por aqui, e exigências como sistemas de som (antes disponíveis apenas no exterior, ou por uma ou outra empresa brasileira), logística, capacidade técnica, para dizer o mínimo estiveram presentes.
A chegada de grandes grupos internacionais de entretenimento como William Morris, SFX e Insomniac com suas equipes estrangeiras, comandando ou integradas aos profissionais brazucas trouxe novo nível e horizontes para o mercado onde quem ganhou foi o público consumidor.
Os festivais por sua vez, estão sendo cobrados para ações efetivas de criar experiência para os frequentadores, engajamentos sociais e sustentabilidade, onde cada um desde que relatamos caminham bem.
Estivemos nos maiores eventos realizados no Brasil ao longo do ano, era nossa missão e planejamento, alguns estivemos envolvidos como media-partners fazendo um trabalho.
Infelizmente a nova plataforma da DJ Sound ocupou nosso staff e não pudemos estar em outros eventos que também chegaram em mais edições de norte a sul do país.
O ano de 2016 promete com a maioria dos festivais cobertos indo para novas edições, alguns com mudanças dentro do calendário, outros expandindo e entrando em tours pelo país.
Tem ainda a volta do Ultra Music Festival – UMF, desta vez no Rio de Janeiro (dias 7 e 08/outbro), numa cidade pós-Olimpíadas.
Com tudo isso acontecendo em profusão nas mãos de profissionais competentes do segmento, resta a mais marcas investirem tirando o estigma de que só cervejarias contemplam, quando o público é vasto e consumidor de várias categorias.
Afinal o público é o grande replicador destes eventos e marcas associadas.
Haja saúde para mais um ano de maratona e 26 anos de DJ Sound!
Lollapalooza (Autódromo de Interlagos, SP | realizado em: 28 e 29/março)
– A importação que deu certo!
Rumo a quinta edição em 2016, o festival que mistura diversos estilos musicais, cujos donos são a William Morris Entertainment e Perry Farrel (líder da banda Jane´s Addiction), aliados ao time da produtora Time For Fun (T4F), mostraram que é possível realizar um festival perfeito no autódromo de Interlagos.
Estrutura perfeita, tirando alguns afunilamentos de público (questão resolvida no festival EDC em dezembro, leia abaixo).
O sucesso do Lollapalooza se consolidou com ingressos esgotados em 2014, e um pouco menos em 2015; o festival de investimento passou a gerar lucro e consolidou sua marca e história frente ao público.
Resolveu dificuldades de realizar algo funcional no autódromo desbravado com louvor pelo Skol Beats nas suas primeiras edições (lembrar da terra vermelha levantando e grudando na pele na tenda no set do Paul Oakenfold na 1ª. edição é memorável para quem desfrutou).
Quanto ao line-up, bom a eletrônica (para raiva de muitos roqueiros, conservadores e radicais de plantão), quebrou paradigmas e mostrou força e aceitação do público.
E olha que o roqueiro Robert Plant estava como a grande atração.
Skrillex, que chegou no dia da apresentação vindo de uma maratona no exterior, deu um show e interagiu muito com o público.
Desceu do palco e foi ovacionado no set direito a bootleg do Daft Punk.
Já o inglês Calvin Harris provocou um deslocamento massivo do público (80% do festival moveu-se para o palco (e isso também ocorreu na edição do festival no Chile) para ver um DJ – vingança dos nerds consolidada!); com um set programado (isso mesmo e daí?!), sincronizado com luz e pirotecnia.
Eram sorrisos, abraços, pulos de uma moçada feliz. Calvin Harris ainda ganhou um disco de ouro da Sony Music, pelas mais de 160 mil cópias vendidas de seu álbum, chegou com glamour tendo pulseiras próprias de acesso ao festival para seu crew e convidados, além de ter chegado no mesmo helicóptero usado por Robert Plant.
Os DJs também são astros do rock tá! (avisem os tais roqueiros e radicais, rs).
Steve Aoki levou a tenda eletrônica a ficar insuportavelmente cheia, a lona transpirava e a vibe era incrível.
De longe uma das melhores apresentações do japa louco por aqui.
Ah foi muito bom ver o a eletrônica tão forte como o tal do rock.
A decepção foi Pharrel Willians num show morno, excelentes músicos, mas sua voz não “fala” ao vivo como no estúdio, nem os hits “Happy” e “Get Lucky” dos Daft Punk salvaram o seu show rocambolesco, dessa cara gente boa (!), que conquistou o mundo.
Ao lado do Rock In Rio goza do mérito de vender ingressos sem anunciar o line-up antecipado.
Para 2016 o line-up é dos bons reunindo nomes como: Zedd (que ocupa a 1ª. posição no Top 40 da rádio DJ Sound – https://www.djsound.com.br/chegando-as-sugestoes-do-brasil-dj-sound-%E2%94%82-top-40-%E2%94%82-jan-2016/ | www.radiodjsound.com.br), Kaskade, A-trak, Gramatik, Matthew Koma (parceiro nas produções de Zedd), Groove Delight, Funky Fat, e Eminem.
Site oficial: http://www.lollapaloozabr.com/
Tomorrowland | (Itú, SP | realizado em: 01, 02 e 03/maio)
-Excelência! Verdadeiros professores com lição de casa para outros
Atenção logo de cara é necessário falar que o Tomorrowland é Universidade e pós-graduação em eventos realizados no Brasil até então.
Então tenho de dizer para muitos produtores sentem numa cadeira, ou melhor vivenciem o festival, e rebolem para fazer um pouco do que essa galera da SFX faz (apenas um dos palcos, muito escondido e perto de ações de MKT de marcas também escondidas, resultado, um VCO Rox e outros do palco tocando para quase ninguém que não chegava ao palco), não desmerecendo nenhum outro festival ou produtores.
Sem precedentes o nível do festival em vários quesitos: staff educado e cortez (dos seguranças (pouco mais informados que na média dos festivais) a turma eficiente da limpeza.
No que tange a nossa parte é ótimo mencionar a sala de imprensa (essa é surpreendente! – ar-condicionado, internet potente e funcional, tomadas e mesas em quantidade, geladeira cheia (água, refrigerantes e até cerveja (pela alta rotatividade saia quente para alguns), comida farta (sanduíches, frutas, e chocolate belga), limpeza.
Não teve improvisão, teve percepção e preocupação com os profissionais, “açoitados” em muitos eventos Brasil afora.
Resumindo entregaram estrutura para quem estava lá cobrindo a maratona de 3 dias para uns e 4 dias para outros (o festival abriu as portas em 30/04, para imprensa e pagantes do Dreamville).
Ok, o envolvimento das dezenas de profissionais vindos do estrangeiro, alguns meses antes, deu rédeas e direção em muitas coisas e para um melhor.
Amistosos, curiosos e felizes tanto quanto o público na missão de divertir os mais de 60 mil baladeiros por dia, que foram a fazenda Maeda em Itú (SP).
Rodando pelo festival, uma das diversões para quem vai, é poder caminhar pelas áreas, todas harmoniosas entre sí (apenas um dos palcos, muito escondido e perto de ações de MKT de marcas) , a decoração espalhada pela área do festival (incluindo portais, totens, cogumelos), ricos em detalhes, sinalização correta das áreas.
Piso plástico anti-derrapante, em boa parte do festival, incluindo a imensa área do main stage, evitou lama no pé que era via de regra num evento como este e no local onde foi.
São Pedro também ajudou e fechou a porta do “pipi room” e os deuses mandaram dias ensolarados para brindar o festival.
Praça de alimentação farta para todos os gostos (e bolsos), merchandising do evento sendo consumido como pão, em locais amplos e estruturados sempre cheios (alô alô outro eventos: façam e caprichem nesses produtos e áreas, a nossa XXXperience manda muito bem como exemplo).
Palcos majestosos e mesmo os menores (muito charmosos) e detalhados, imaginem as nossas escolas de samba turbinadas em criatividade na décima potência.
O palco dos “espelhos” dedicado ao House um dos mais belos em meus 26 anos de cena e com mais de 23 festivais gringos vistos ao redor do mundo.
Na música, a diversidade reinou, todos os estilos contemplados, com nomes graúdos e alguns ainda inéditos.
A galera dos ritmos hardcore fez a festa no palco Q-Dance (com seu logo emblemático), os argentinos (ah sim, azucrinados na rivalidade do futebol, mas em música eletrônica estão ainda na frente do Brasil, sendo os pioneiros a receberem nomes e festivais internacionais no continente) deram “baile” na presença frente aos brasileiros, no palco Trance comandado por Ferry Corsten.
Alguns “cri-cri´s” do Trance ficaram fortemente incomodados pela presença dos hermanos, esquecendo que um festival como esse prega a tolerância e boa convivência.
Bom salientar que não foram registradas brigas ou atos violentos em todo festival.
Gente poderosa da cena nos bastidores suando a camisa e com pé na terra mostrando que meter a mão na massa pode fazer a diferença no final.
Para edição 2016 nomes de calibre (e ainda é primeira fase dos) confirmadíssimos: Armin Van Buuren David Guetta, Axwell & Ingrosso, Loco dice, Afrojack (set memorável na XXXperience de 2014), Ferry Corsten, Infected Mushroom, Laidback Luke Solomun, Steve Angelo (num dos seus melhores momento de carreira), além dos brasileiros Marky (verdadeiro DJ e herói brasileiro; furacão na edição 2015, arrasou!), Gabe, Gui Boratto, Tropkillaz.
De olho na crise e querendo ajudar o público a organização esta parcelando os ingressos em 4x sem juros para 2016.
O festival ainda mudou de data, sendo realizado agora em abril (dias: 21, 22 e 23, haverá um dia a mais de festa para quem comprar o ingresso do Dreamville).
Quer ver algo realmente diferente no Brasil e tantos gringos por metro quadrado.
Experiência e diversão garantida, palavras na memória de quem foi e recomenda. Ops, altamente recomendável!!!
Visão, responsabilidade, planejamento e um algo a mais não visto em outros festivais dá a tônica do Tomorrowland. Profissionais do segmento de eventos no Brasil revejam suas idéias e métodos, incluindo o mkt de internet.
A cidade ainda viveu uma nova era com alguma estrutura a mais feita por particulares e mesmo a prefeitura local, ajeitou umas coisas para receber os visitantes.
Site oficial: http://www.tomorrowlandbrasil.com/
Rock In Rio | (Rio de Janeiro, RJ | realizado em: 18, 19, 20, 24, 25, 26 e 27 de setembro
– Reunindo a família fora de casa!
A cidade do rock funcionou novamente no Rio de Janeiro com todo seu esplendor e line-up de quilates.
Quem poderia imaginar a volta do Queen, A-ha (especialmente convidados para o festival pelo dono, Mr. Roberto Medina), Metallica (esses são residentes do festival pelo mundo), enfrentaram problemas técnicos como “apagão” no som e saíram com maestria.
A tenda eletrônica, meio tímida em 2015 perante anos anteriores, trouxe apresentações de ouro como set conjunto da trinca formada por Anderson Noise, MauMau e Renato Cohen, mostraram coerência e música de categoria (fica uma aula para os set´s de duplas, trincas, não ensaiados e desengonçados que vem permeando a “cena”), a sensação do jovem Vintage Culture e a revelação Chemical Surf surpreenderam.
Ainda houveram apresentações de Vivi Seixas (filha do ícone roqueiro, Raul Seixas), Mary Olivetti (numa homenagem ao pai, o compositor Lyncon Olivetti), Volkoder.
Na ala internacional nomes fortíssimos da linha de frente como o mestre de Detroit, Carl Craig, Pig & Dan, DJ Vibe (um dos preteridos de Carl Cox), prevaleceu o clima underground; ponto para uma curadoria que não desvairou num festival mais para o mainstream!
Apesar da correria para garantir os ingressos antecipadamente, o Rock In Rio no Brasil , não teve esgotamento de ingressos (reflexo da tal crise), mesmo assim é ao lado do Lollapalooza, o festival que vende ingressos logo de saída sem anunciar o line-up.
Novo encontro marcado para 2017 no Rio de Janeiro.
Já nos Estados Unidos a primeira edição do Rock In Rio foi derrotada com público escasso, e requer novas estratégias e melhor período de realização na terra do Tio Sam.
Festival prima pelos ótimos nomes, estrutura sendo possível curtir com várias gerações da sua família.
Se você reclama de não ter almoço ou jantar em família, eis a dica para reunir todos com boa trilha sonora!
Site oficial: www.rockinrio.com
XXXperience | (Itú, SP | aconteceu em: 14/novembro)
– Gigante pela própria natureza!
Passaram-se 19 anos e a Rave XXXperience, chegou a maioridade, o termo rave acoplado ao nome deixou de ser usado há muito tempo e a festa grande tornou-se um verdadeiro festival.
Quem diria que produtores de eventos “normais” (muitos corporativos, este escriba esta lá e até tocou em alguns deles), viriam a se tornar pioneiros na profissionalização do que era chamado de rave no Brasil.
A dupla Edson Bolinha e Erik Dias, proprietários da No Limits Eventos, são os corajosos e responsáveis pela empreitada, contando com uma bem municiada equipe funcional e criativa.
Passaram-se 19 anos e a Rave XXXperience, chegou a maioridade, o termo rave acoplado ao nome deixou de ser usado há muito tempo e a festa grande tornou-se um verdadeiro festival.
Criatividade e força de vontade a dupla tem de sobra apesar das dificuldades, todo histórico e números bem relevantes (de consumo e de público), ainda padece de patrocinadores que poderiam fazer o evento crescer ainda mais. Apenas uma grande cervejaria e um energético tem sido os fiéis escudeiros da dupla.
Qualidade e responsabilidade a XXXperience detém, as tendas ao longo dos anos foram ganhando designs e produção exclusivas, o palco principal tornou-se uma muralha vislumbrante de show e luzes (nada devendo a festivais como Ultra, Tomorrowland e EDC´s).
XXXperience tem um papel fundamental ao lado de outros eventos como a MegAvonts (do DJ Dmitri), pois foram a porta de entrada e escola de muitos baladeiros, e inspiraram outros núcleos de norte a sul do Brasil.
Foi a pioneira em tour nacional plantando a semente da cultura rave e de festivais por onde passou.
No line-up grandes nomes da cena nacional e mundial, mostrando novidades do momento e apostando em nomes que aconteceram e acontecem no mercado. “… Em 2016 vamos chegar aos 20 anos com a volta da tour da XXXperience pelo Brasil… Vamos finalmente encerrar um ciclo e continuar renovados… “, disse animado Edson Bolinha.
A tour vai passar por cidades que fizeram história na XXXperience: Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro, Brasilia (veja o teaser no:
[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=lysu2r9OzPc&feature=youtu.be[/youtube]),
encerrando em São Paulo.
Um documentário da XXXperience é uma pretensão dos proprietários para selar o ciclo de duas décadas de entretenimento.
Vamos falar da edição 2015, público em peso, e alguns ingredientes fizeram muitos (incluindo eu retornar no tempo): o mapa da festa não existia, nem com GPS (Deezer e tudo o que se tem), levou os festeiros direto ao festival sem algumas voltas um sentimento “lost” perdurou como nos velhos tempos (brinquei com o Edson e Erik de porem o mapa no flyer mais latitude e longitude nas próxima edições, ajudaria até um “velho” como eu, mesmo eu já tendo ido ao local em outras edições), São Pedro abriu o bendito “pipi-room” e choveu ao ponto de criar lama (muitos perderam os calçados, como nos velhos tempos, rs). “…Tem até chuva, agora virou rave de novo…”, brincava Edson Bolinha conosco no backstage.
No line-up Armin Van Buuren foi o headliner no main stage, com um set inicial de duas horas, que acabou ganhando uma hora a mais por cancelamento da vinda de outro artista internacional.
Armim van Buuren aproveitou e descarregou seu eurotrance contrariando quem achava (os tais tranceiros “cri-cri´s”), indo do melódico aos ritmos “big room”, típicos de suas apresentações desde suas origens (alô, alô tranceiros relembrem o passado e não cuspam no prato que comem(iam)).
Mesmo na chuva e lama o público não se intimidava e dançava seguindo os gestos do holandês que comandava a iluminação do palco em certos momentos com braceletes tecnológicos que sincronizavam seus movimentos dos braços com as luzes.
Tenda Beatport (a XXXperience foi o primeiro festival no Brasil a ter um espaço assinado pelo portal de venda de música e informativo), ficou dedicada ao House e Techouse onde Joseph Capriatti foi nome da vez, ao lado de Claptone (filho pródigo do seminal selo belgo Play It Again Sam, ou PIAS para os íntimos), e Kolombo (momento ebulição no mercado brasileiro).
A turma que gosta do psytrance esbaldou-se também num palco dedicado ao estilo. Resta esperar a edição de 20 anos ansioso!
Site oficial: www.xxxperience.com.br
Sonar SP | (MIS/Red Bull Station/Espaço das Américas, SP | realizado em: de 24 a 28/novembro
– Corajosos, ousados e diversificados
Ousadia e coragem definiram o retorno do festival catalão Sonar ao Brasil, na capital paulista (onde estrou em 2004).
Após suntuosa edição em 2012 com line-up dos sonhos, e o um heróico cancelamento para reposicionamento e volta por cima em 2015, onde veio expansivo e coeso também desembarcando em capitais de outros países vizinhos (Argentina, Chile e Colombia).
É um festival não somente focado em música, mas com pilares no criativismo e tecnologia, o que o fazem ser o evento mais diferenciado no mercado daqui, assim como no exterior onde expandiu para diversos países.
Reformulado ousou em fazer sua programação em três espaços distintos numa cidade grande como São Paulo (com distâncias relativamente curtas e todas com facilidade de mobilidade através de transporte público (incentivado) e privado); o MIS Museu da Imagem e do Som, recebeu o Sonar Cinema, com mostras de vídeos e documentários, o Red Bull Station (no Vale do Anhangabaú) foi dedicado ao Sonar+D, com exposições de arte, workshops e oficinas com temas bacanudos como empreendorismo, Ableton Live com equipe internacional da marca para América Latina, tudo animado por happy-hours.
A programação de quatro dias culminou com a parte de apresentações de DJs e show de música eletrônica, no Espaço das Américas.
O Sonar levou cerca de 8 mil pessoas, em meio a um segundo semestre sacrificado pela crise, onde muitos choraram terem perdido nomes como Chemical Brothers e Hot Chip.
Poucos também se ateram a alguns fatos da organização que além da meia-entrada, oferecia o mesmo benefício para quem doasse um livro em bom estado (o lado cultura do festival gerando ativos na comunidade necessitada), programas de milhagens também davam suas vantagens.
Muitos enxergavam o valor do ingresso como para ver unicamente o Chemical Brothers e Hot Chip , pouco menos dos R$550,00 do ingresso cheio davam direito a ver somente um desses shows no exterior ao câmbio atual, e o nosso Sonar trouxe ainda nomes e apostas que fazem parte do DNA que originou o festival na Espanha.
O Espaço das Américas estava envolto numa atmosfera agradável, desde as ações das marcas envolvidas no evento, ao visual do imenso galpão na Barra Funda.
Todas as atrações mostraram a que vieram até mesmo a ilustre desconhecida chilena Valesuchi que mandou sonzeira logo na abertura.
Zopelar, único brasileiro a integrar o line-up, segurou bonito por 60 min. antes da entrada dos Chemical Brothers. Chegada a hora da dupla inglesa, o som recebeu aquele reforço, e o que se viu foi algo cênico como uma nave de Contados Imediatos do Terceiro Grau do Steven Spielberg, os Chemical Brothers com sua barreira de sintetizadores e samplers assumiram o controle e puseram todos para dançar. Os torpedos dançantes deram logo as caras com “Block Rockin Beats”, “Hey Boy, Hey Girl”, “Out Of Control”, “Salmon Dance” (surpresa, nada previsível no tracklist), “Horse Power”, “Believe” e novas como “I´Feel So Deserted” e a pancada de “I´ll See You There”.
Imagens em alta rotação e lasers massivos completavam o clima de “nave”, deixando alguns boquiabertos.
Os Hot Chip empolgaram com músicas cantadas pelo público, a banda que foi escolhida pelos alemães do Kraftwerk para remixarem suas músicas (“Aerodynamik” e “La Form”), empolgou com seu electropop, mas a noite era dos Chemical Brothers, e o fato de terem tocado depois dos irmãos-químicos foi desvantagem.
A noite ainda teve nomes como Brodinski, Evian Christ e Pional que conduziu o público ao clima after-hours.
O legado continua, Sonar retorna em 2016 ao Brasil e América do Sul com mais novidades.
Site oficial: www.sonarsaopaulo.com
Electric Daisy Festival – EDC | Interlagos, SP | realizado em: 04 e 05/dezembro
– Playground sadio em crescimento
Na missão de fechar o ano, apenas uma semana depois do Sonar festival. Debutava no Brasil, o festival norte-americano criado pelo empresário Pasquale Rotella chegou ao Brasil pelas mãos certeiras da Time For Fun (T4F), que após perder o Sónar festival anos atrás, buscava um festival de música eletrônica para o portifólio.
Ao ter sucesso em implementar o Lollapalooza que vai para quinta edição (em 2016), era hora da T4F mirar novamente na música eletrônica. “Para mim é um sonho e uma realização trazer o EDC para os brasileiros ao lado do melhor parceiro, a T4F, minha equipe esta honrada e feliz… Foram 5 anos de buscas pelo melhor parceiro local… Vou continuar investindo no Brasil, faz parte do negócio desbravar mercados”, palavras de Pasquale Rotella, um dia antes do festival abrir as portas para o público.
Ele, Pasquale, ainda sonha alto e pode expandir o evento para outros países sulamericanos quando foi indagado sobre isso.
A Insominiac Events de Rotella, é maior plataforma na atualidade dentro do mercado americano neste segmento musical, onde o EDC é apenas um dos eventos, criados e que realiza-se em outras cidades nos Estados Unidos além de edições na Inglaterra e agora no Brasil.
Entre “erros” (o festival programado há mais de um ano demorou para dizer ao mercado e público que ia acontecer (nos soubemos no meio de 2014 e fomos cobrir a edição 2015 em Las Vegas).
A mídia começou pouco depois do início do segundo semestre, até então o festival não figurava em nenhum calendário antecipado como de costume, a essa altura o público estava comprometido com outros muito perto, e muita gente não acompanhou o festival pela questão financeira).
Na parte dos ingressos vendidos com oportunidade por preços menores aos primeiros compradores tornaram-se motivo de raiva e frustração, quando as vésperas do festival promoções vendiam os mesmos ingressos por valores abaixo de quem adquiriu primeiro, revoltando o público nas redes sociais.
Um piso plástico anti-derrapante cobrindo boa parte (e não menos da metade), do Kinetic Stage, seria bom para o público, que sambou em alguns momentos na lama nada legal, pois é choveu e virou quase uma “rave”.
O festival também não ser aberto para menores de 18 anos e acontecer em formato noturno, numa adaptação as edições americanas onde começa de dia e termina a noite, pode ter causado estranheza para muitos que acompanham o EDC, mas é bom lembrar aos “técnicos” (leia-se algumas centenas de Zagalos), que cada país tem suas adaptações para qualquer negócio e incluí festivais como este.
Nos acertos (a começar pela excelente idéia de remoção de parte dos “guard-rails” da pista, para melhor locomoção do público, a T4F de forma cuidadosa percebeu isso no Lollapalooza), line-up balanceado também contemplando vários estilos e com nomes também até então inéditos em solo brasileiro (como Arty) e até mesmo na capital paulista (Dash Berlin); atrelados a nomes com séquito de fãs caso de Skrillex, Steve Aoki, Above & Beyound, e Tiesto (num set constrangedor).
Palcos originais, magnitude, pirotecnia e design deslumbrantes ainda mais vendo de perto.
O saldo é positivo, mais uma brand e empresário querendo investir no segmento no Brasil, mostrando que o mercado tem público.
A assessoria do evento anunciou um público de total de 90 mil pessoas (40 mil no primeiro dia e 50 mil no segundo dia).
Vários profissionais de eventos do segmento foram conferir o EDC, como público, e tiraram suas conclusões.
EDC é um playground tecnológico em crescimento no Brasil, onde o público é atração no slogan do festival.
Fato, a semente foi plantada, isso é o que importa assim como outras marcas estrangeiras que desembarcam por aqui.
A imprensa de massa e alguns veículos especializados como a DJ Sound foram bem recebidos pelo próprio Rotella e staff da T4F.
A segunda edição esta confirmada para 2016, e deve ter data de realização antecipada no calendário.
Site oficial: http://brasil.electricdaisycarnival.com/
textos • especialmente by Gonçalo Vinha
fotos • Leandro Godoy, Fernando Muylaert, Ricardo Sarmiento