O evento que celebra a cultura do Sul da América e a identidade do Rio Grande do Sul contará com shows de artistas locais, nacionais e internacionais, como Vitor Ramil, Esteban, Shana Müller e Clarissa Ferreira, além da argentina vencedora do Grammy Latino Tayhana e do grupo uruguaio de candombe F5. Realizado dentro do hipódromo tombado como patrimônio histórico da capital, o festival ainda contará com demonstração de cavalos, instalação artística sonora, ativações de marcas e comidas típicas dos países do Cone Sul.
Estreia no dia 30 de novembro, sábado, em Porto Alegre, o festival Chisme, um evento criado para celebrar a cultura do Sul da América e a identidade do nosso Estado através da música, da arte e da gastronomia. Realizado às margens do Guaíba, no Jockey Club do Rio Grande do Sul, hipódromo tombado como patrimônio histórico da capital que nunca recebeu um projeto como este, o evento contará com 12 horas de encontros ao vivo. A partir das 13h, o público poderá aproveitar shows de artistas brasileiros, argentinos e uruguaios, além de outras experiências que conectam manifestações artísticas do Cone Sul, como demonstração de cavalos, uma instalação artística sonora sobre a cultura nativista e comidas típicas, de milanesas a empanadas e panchos.
14 atrações musicais vão passar pelo palco e pela pista de dança, criados especialmente para o festival. Do exterior, desembarcam por aqui a DJ argentina Tayhana, radicada no México e vencedora do Grammy Latino, além do grupo uruguaio de candombe F5, que explora os limites entre tambores e tecnologia musical. Da cena gaúcha e brasileira, o evento conta com nomes como o músico e escritor Vitor Ramil, o cantor e multi-instrumentista Esteban Tavares, além de quatro importantes vozes femininas gaúchas: da tradicional cantora regional Shana Müller a artistas que têm provocado grandes mudanças na cena musical contemporânea, como a pesquisadora e artista multidisciplinar Clarissa Ferreira, a percussionista, cantora e compositora Nina Fola, que expressa sua música através da ancestralidade afro-brasileira, além de Thays Prado, que tem despontado sua mistura de ritmos latinos.
Completam o line-up os grupos Maracatu Truvão e La Brasa Lunera, que resgatam nossas raízes multiculturais com os sons dos seus tambores coletivos, além dos DJs Daniel Villaverde, GB, ELLE P e Gigio, que chegam ao festival para criar ambientes envolventes, com sets que celebram desde as festas de rua até as batidas mais intensas da música eletrônica. A apresentação das atrações e os intervalos entre os shows serão comandados pelo mestre de cerimônias Demétrio Xavier, músico e apresentador especializado nas sonoridades produzidas no Uruguai e na Argentina.
Além do palco, o evento contará com cenografia especial e outros ambientes dentro do hipódromo, como uma instalação artístico sonora assinada pela premiada artista e pesquisadora Camila Proto a convite da patrocinadora Heineken. A obra contará com oito caixas de som dispostas em sequência no ar, formando “corredores espectrais” nas zonas de lazer do festival, que vão transmitir uma programação ficcional de rádio. Enquanto o público caminhar pelo espaço, ouvirá recortes dessa programação, que cria um imaginário fragmentado de “notícias” e “comentários” sobre a cultura nativista. Intitulado Chismes de la Madrugada, o programa trará quadros históricos, vozes fantasmas e experimentações musicais guiadas por uma locutora que, entre o português e o espanhol, “fala para aqueles que dormem no pampa” e “embala os sonhos com cantigas do vento”.
O festival ainda terá ativações de outras marcas. Patrocinadora do evento, a Doctor Clin assinará uma área de descanso com carregadores de celular, além de uma estação, próxima da pista, que borrifará uma névoa de água para refrescar a galera durante os shows. Também participam do evento o Banrisul, como patrocinador, e o Bistek, como apoiador, assim como o Elev Energy Drink, da Fruki Bebidas. Ainda estarão por lá outras duas marcas parceiras: a Suspeito Vinho, com taças à venda para celebrar a cultura sul-americana, e o Matito, drink feito com mate, rum, guaraná e limão, que tem o verão como a sua estação preferida.
“O Chisme é um festival cultural que quer ampliar a ideia do pampa, que inclui milonga, candombe e música eletrônica. O nome Chisme é uma expressão muito comum nas confluências fronteiriças meridionais. Significa burburinho, novidade, algo que se espalha rápido. E a ideia do festival é mostrar que há uma vasta manifestação artística, histórica e mistura de povos na cultura popular do Rio Grande do Sul ”, explica João Castiel, coidealizador do festival e sócio da Gana&Voga, estúdio de design experiencial e escritório de produção que está à frente da curadoria e organização do evento.
“Vai ser uma experiência única, pensada para públicos de diversas faixas etárias e estilos. As pessoas podem assistir aos shows na pista, em clima de festa, ou sentadas, no conforto das tribunas. E tudo isso em um dos espaços mais icônicos da arquitetura modernista do Rio Grande do Sul, no hipódromo que tem projeto premiado, assinado pelo uruguaio Román Fresnedo Siri. Vamos celebrar, de diferentes formas, a cultura tão diversa e rica do Sul da América”, acrescenta Giovani Bonin-Barbieri, diretor de experiência da Gana&Voga e um dos idealizadores do festival, que também será responsável por um dos DJs sets do evento.
Os ingressos para o festival estão à venda no site tri.rs com preços, no segundo lote, de R$ 100 inteiro e R$ 50 para quem tem direito a meia-entrada. No dia do evento, também será possível adquirir entradas na bilheteria do Jockey Club, das 13h às 23h. As novidades podem ser acompanhadas no site www.chismefestival.com.br e, nas redes sociais, pelo @chismefestival.
O evento é realizado pelo Ministério da Cultura/Governo Federal e pela Gana&Voga, com patrocínio de Doctor Clin, Heineken e Banrisul, além do apoio do Bistek e da Elev Energy Drink.
Saiba mais sobre os artistas
Vitor Ramil é compositor, letrista, cantor e escritor. É autor de 13 álbuns: Estrela, Estrela (1981), A paixão de V segundo ele próprio (1984), Tango (1987), À beça (1995), Ramilonga – A estética do frio (1997), Tambong (2000), Longes (2004), Satolep Sambatown (com Marcos Suzano – 2007), délibáb (CD+DVD – 2010), Foi no mês que vem (duplo – 2013), Campos Neutrais (2017), Avenida Angélica (2022) e o recém-lançado Manta concreto (2024). Recebeu dois Prêmios da Música Brasileira, de Melhor Cantor Voto Popular por Satolep Sambatown e Melhor Cantor Regional por délibáb (2011) e venceu o Prêmio Açorianos de Música 18 vezes. O álbum Campos Neutrais teve duas indicações ao Grammy Latino, como Melhor Álbum de Música Brasileira e Melhor Arranjo (música Campos Neutrais).
Tayhana é um nome essencial na cena eletrônica latino-americana. Sua sonoridade mistura elementos de reggaeton, cumbia, techno e experimental, criando uma linguagem musical própria. Como produtora de CUUUUuuuuuute, no icônico Motomami, da cantora e compositora espanhola Rosalía, que foi vencedor do prêmio de álbum do ano no Grammy Latino, a argentina deixou sua marca no cenário global, mostrando que sua arte é tão política quanto sonora. Além de ser uma das fundadoras do coletivo HiedraH Club de Baile, que promove a expressão livre de corpos e dá voz a minorias culturais na América Latina, a artista tem uma carreira marcada por sua resistência ao racismo e machismo.
F5 é um grupo uruguaio que explora os limites entre tambores e tecnologia musical, com o objetivo de ressignificar o candombe para novos e variados contextos. Incorporando a tradição da música popular uruguaia com ritmos latino-americanos, o conjunto combina o candombe com novas formas de expressão musical, apresentando sua música de maneira inovadora. O tambor é o líder e a raiz de seu som enquanto Vector intervém como DJ, criando uma peça musical construída como uma rajada de ritmos.
Esteban Tavares nasceu em Camaquã, deu seus primeiros passos nos bares do Sul e alcançou o sucesso nacional com a banda Fresno, além de colaborar em projetos marcantes ao longo de sua carreira. Depois, acompanhou Humberto Gessinger na turnê Insular, e agora foca em sua carreira solo. Com o álbum Entressafra, lançado em 2024, o artista revisita seus maiores sucessos em versões acústicas, celebrando sua trajetória por meio de obras icônicas como Eu, Tu e o Mundo; e Toda Mañana Tendrás Una Nueva Canción. Atualmente, se prepara para uma turnê comemorativa de 10 anos do seu segundo álbum, Saca la Muerte de tu Vida, e já está em estúdio trabalhando em um novo projeto, com lançamento previsto para 2025.
Clarissa Ferreira é compositora, violinista, pesquisadora e escritora. A artista multidisciplinar que desafia fronteiras culturais tem entre seus lançamentos autorais o álbum LaVaca e o livro Gauchismo Líquido. Seu trabalho reinterpreta a figura do gaúcho com uma abordagem contemporânea, explorando temas de identidade, gênero e tradição sob novas perspectivas. Com uma sólida formação em música erudita e popular, ela combina sua bagagem teórica com uma sensibilidade única. É uma expoente da nova música gaúcha que repensa a história e recria a música do Rio Grande do Sul através de uma perspectiva feminista.
Shana Müller é uma das vozes mais marcantes da música regional gaúcha. É cantora, jornalista e produtora cultural, com mais de duas décadas de carreira. Dona de um timbre forte e inconfundível, se destaca por modernizar o cancioneiro tradicional do sul. No festival, ela apresentará o show Canto de América, acompanhada de uma banda impecável, trazendo referências musicais da Argentina ao Uruguai, passando por Peru, Venezuela, Paraguai e chegando a Cuba, em forma de canção e performance.
Maracatu Truvão é um grupo que celebra e preserva, há 20 anos, músicas autorais, compostas por artistas gaúchos e pernambucanos. Na levada do baque virado, encurta as distâncias de um Brasil continental e multicultural, criando uma ponte que aproxima dois Estados separados por quase quatro mil quilômetros de distância. Suas apresentações são uma experiência imersiva, na qual a energia do tambor e o ritmo envolvente convidam o público a participar de uma celebração ancestral.
La Brasa Lunera é uma comparsa multicultural de Porto Alegre, inspirada no candombe afro-uruguaio. Composta por artistas de diversas partes da América Latina, o grupo promove a cultura através de ensaios abertos e oficinas semanais no Centro Histórico e no Parque da Redenção, com foco no toque Cuareim, típico de Montevidéu. O compromisso da La Brasa Lunera vai além do entretenimento: seu propósito central é o intercâmbio cultural com referências uruguaias e, sobretudo, a preservação do candombe como patrimônio imaterial, uma tradição transmitida entre gerações.
Nina Fola é cantora, compositora e percussionista, com raízes nas rodas de batuque, samba e capoeira. A artista expressa sua música através da ancestralidade afro-brasileira, unindo tradição e contemporaneidade em cada batida. Sua bagagem enquanto socióloga e doutoranda é transmitida em cada batida no tambor. Com projetos como o Coletivo Afroentes e o Projeto Ialodê, desenvolveu uma carreira que celebra a cultura do povo de terreiro, ressignificando ritmos e tradições.
Thays Prado é cantora, compositora e produtora musical de Porto Alegre. Seu single de estreia, Vals de los abuelos (2021), lançado pela Escápula Records, venceu o primeiro prêmio no Festival Lupa de Videoclipes. Depois, ela produziu Popô e Para Celeste em parceria com Tiago Medeiros. Em 2023, lançou seu primeiro álbum, Falta de Jeito, pela Tal & Tal Records, na qual mistura ritmos brasileiros e latinos. Sua voz potente e presença cênica criam uma experiência única e reflexiva em suas apresentações.
DJ GB chega ao Chisme para agitar a pista com sonoridades quentes e pulsantes, que exploram ritmos que capturam a essência dos beats de rua e das festas mais intensas. No comando do projeto CALOR, GB convida o público a atravessar as fronteiras dos ritmos latinos, que vão do dub ao reggaeton e fluem livremente entre cumbia, funk global e house, com um toque característico de groove.
Daniel Villaverde traz uma jornada sonora envolvente e rica em diversidade cultural para a pista do festival. Turismólogo, músico, pesquisador e DJ, ele carrega em seu set a paixão pela pesquisa musical que atravessa fronteiras e estilos. Com uma bagagem formada por programas como Sonidos Latinos e Ako Ba Ho, na rádio Vírus Comunitária, e atualmente apresentando o Itinerário Sonoro na rádio Armazém, Daniel nos convida a um passeio geográfico e temporal pela cumbia rebajada mexicana à chicha peruana e villera argentina.
ELLE P é DJ, cantora e compositora, que se destaca pelos sets que exaltam a cultura negra, brasileira e LGBTQIAPN+, trazendo o futuro, a ancestralidade e o pertencimento para o território de pista, com foco em vozes femininas e periféricas. Na sua rotina, flui por sonoridades afrodiaspóricas, urbanas e eletrônicas.
Gigio é um artista que domina a arte de criar ambientes envolventes, na qual a música e o diálogo fluem com naturalidade. Familiar das pistas de dança e festivais em todo o Brasil, ele traz uma bagagem rica, não apenas na discotecagem, mas também na produção de eventos. Em seus DJ sets, desenvolveu uma fusão sofisticada de house com percussão de ritmos brasileiros, abrindo espaço para o jazz e o groove, enquanto se conecta com a energia da world music. Acredita que a dance music global também encontra espaço nos pampas, oferecendo uma experiência musical que atravessa fronteiras e valoriza o caráter multicultural e acolhedor da dança.
Demétrio Xavier é formado em Ciências Sociais pela UFRGS e há quase 40 anos dedicado à pesquisa e difusão da música popular de matriz crioula do Prata, com ênfase na obra de Atahualpa Yupanqui. Cantor e violonista, apresenta-se na Argentina, Uruguai e Rio Grande do Sul e possui três CDs gravados. Criou e apresenta o programa Cantos do Sul da Terra na FM Cultura e na TVE. Em 2009, ao lado de Marco Aurélio Vasconcelos, ganhou a Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana, com a canção A Sanga do Pedro Lira (letra de Demétrio). Em 2014, foi eleito para o Conselho Estadual de Cultura, onde atuou até 2016. Em 2022, foi incluído na terceira edição do Diccionario biográfico de la música argentina de raíz folklórica, de Emilio Pedro Portorrico. Em 2023, lançou as primeiras traduções da obra literária de Yupanqui para o português. Seu primeiro livro, Cevando a Palavra, concorre ao prêmio AGES de Livro do ano de 2024 na categoria crônica.
Camila Proto é artista e pesquisadora. Investiga modos de narrar por meio da escuta fabulativa e da escrita de campo especulativa, que se materializam em instalações multimídia e interativas. Natural de Porto Alegre e doutoranda em Artes Visuais pela UFRJ, foi indicada ao 13º Prêmio Açorianos de Artes Plásticas (2020), na categoria Artista em Início de Carreira, e recebeu o 6º Prêmio Aliança Francesa de Arte Contemporânea (2023). No Chisme, fará uma intervenção artístico sonora, trazendo quadros históricos, vozes fantasmas e experimentações musicais.
Serviço:
Festival Chisme
Dia 30 de novembro, sábado, a partir das 13h
Jockey Club do Rio Grande do Sul (Avenida Diário de Notícias, 750 – Cristal, Porto Alegre/RS)
PROGRAMAÇÃO
13h – Abertura dos portões
Palco
14h15 – Thays Prado
15h30 – Nina Fola
16h30 – Esteban Tavares
17h45 – Shana Müller
19h – Clarissa Ferreira
20h15 – Vitor Ramil
21h30 – F5
22h30 – Cortejo com Maracatu Truvão e La Brasa Lunera
23h – Tayhana
Pista de dança
15h30 – DJ Gigio
17h – DJ ELLE P
18h30 – DJ GB
21h – DJ Daniel Villaverde
Ingressos
Lote 1: R$ 80 (inteiro) | R$ 40 (meia-entrada) – ESGOTADO
Lote 2: R$ 100 (inteiro) | R$ 50 (meia-entrada)
Pontos de venda
Online, pelo site https://tri.rs/event/chisme-festival
Bilheteria do Jockey Club: somente no dia do evento, das 13h às 23h