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Festival COOLJAZZ celebra 20 anos com mais de 25 artistas em cartaz e estreia de palco eletrônico ‘Late Nights’

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O evento será realizado de 9 a 31 de julho em Cascais (Portugal). Confira abaixo a entrevista completa com a DJ e produtora Sónia Trópicos.

Mais de 25 apresentações em quatro palcos distribuídos na região de Cascais embalam as sete noites do Ageas Coojazz Festival. Esta edição marca os 20 anos de um dos eventos mais importantes da cultura portuguesa e a grande novidade deste ano é que as noites de verão do evento vão prolongar-se no novo palco Late Nights. Os bilhetes estão à venda a partir de 30€ no site https://cooljazz.pt/bilhetes.html .

“Na edição de celebração dos 20 anos do festival, procurámos apresentar uma programação única e especial. Ao longo destas duas décadas, o jazz nacional reforça o seu espaço, as tardes de domingo são já uma referência e queríamos oferecer uma outra experiência ao público: a noite. Por isso estendemos a programação um pouco mais e estreamos o novo palco das Late Nights até ao início da madrugada.”, afirma Karla Campos, CEO Live Experiences.

A edição comemorativa dos 20 anos será realizada no Hipódromo Manuel Possolo e no Parque Marechal Carmona, em Cascais, que em 2004 recebeu a primeira edição do festival. A programação do palco Ageas conta com as seguintes apresentações:

·         9 de julho: Air | Lana Gasparøtti

·         10 de julho: Chaka Khan | Morcheeba

·         19 de julho: Dino D’Santiago | Maro

·         26 de julho:  Diana Krall | Manuel Oliveira Trio

·         27 de julho: Marina Sena | Luedji Luna

·         30 de julho: Fat Freddy’s Drop | Expresso Transatlântico

·         31 de julho: Jamie Cullum | Inês Marques Lucas

Está de volta o palco Cascais Jazz Sessions by Smooth Fm, que é uma das iniciativas que apresenta ao público artistas portugueses de jazz. No palco do Anfiteatro do Parque Marechal Carmona estão confirmados os seguintes artistas:

·         9 de julho: Marwan

·         10 de julho: Onoma

·         19 de julho: Rogério Pitomba Trio 

·         26 de julho: Eunice Barbosa 

·         27 de julho: Samalandra

·         30 de julho: Gisela Mabel 

·         31 de julho: Guilherme Melo

O palco Cascais Lazy Sundays apresenta uma programação gratuita aos domingos, que será realizada nos Jardins da Casa de Histórias da Paula Rego, em Cascais. Os artistas selecionados para a edição de celebração dos 20 anos são:

·         14 de julho: Inês Lopes Gonçalves e Ivo Costa DJ Set

·         21 de julho: Vanda Miranda DJ Set

·         28 de julho: Wandson DJ Set

Quanto a grande novidade desta edição, o palco Late Nights apresenta um alinhamento diversificado e perfilado de acordo com o mote de cada dia do festival. Na noite de 9 de julho o público poderá curtir o set do DJ e jornalista Pedro Dias de Almeida, que apresenta “Gainsbourg Soirée Mix”. Em 10 de julho, o DJ Alex D’Alva Teixeira é quem comandará a festa com o mote “Música é amor”. Na noite de 19 de julho, dedicada em exclusivo aos artistas portugueses, quem se encarregará da diversão será o Progressivu DJ Set. Para 26 de julho se apresentará o DJ Pedro Tenreiro. Na noite de 27 de julho quem irá brilhar é a DJ e produtora Sónia Trópicos, com quem a DJ Sound Mag bateu um papo descontraído que você confere logo abaixo. Na noite de 30 de julho o palco Late Nights será comandado pela DJ Matilde Castro e para encerrar o novo palco do festival, na noite de 31 de julho, a dupla Tarantam – composta pela artista Beatriz Pessoa e o DJ Daniel Mora. Todas as apresentações do palco Late Nights serão realizadas no Anfiteatro do Parque Marechal Carmona.

PROGRAMAÇÃO

Com abertura de portas às 19h, o palco Cascais Jazz Sessions by Smooth FM têm início às 20h, no Anfiteatro do Parque Marechal Carmona, depois no Palco Ageas, o Primeiro Concerto, seguindo-se o Grande Concerto no mesmo palco. Após término do Grande Concerto no Palco Ageas, a programação do palco Late Nights começa no Anfiteatro do Parque Marechal Carmona. Para consultar todos os horários do festival, acesse ageascooljazz.pt

ENTREVISTA

A DJ Sound Mag conversou com a DJ e produtora Sónia Trópicos, que se apresentará no novo palco Late Nights no dia 27 de julho. Sónia Trópicos é o nome artístico de Sónia Margarido, que nasceu no dia da revolução dos Cravos em 1991 e foi criada na Margem Sul, Regisão Metropolitana de Lisboa. Confira o bate-papo abaixo:

DJ SOUND: Muito obrigada por essa entrevista, Sónia. Conte-nos como foi o seu início da sua carreira na música e também na produção:

SÓNIA: Comecei de uma forma bem autodidata, fui em busca de algum sítio em que me sentisse confortável em aprender (para além dos tutoriais de YouTube) e encontrei uma comunidade chamada Beats By Girlz que era mulheres, para pessoas não binárias, e o intuito era ter aulas dentro desse espaço um pouquinho mais tranquilo. Então fui muito bem atendida nessa comunidade e comecei a minha trajetória aí, depois fui participar do Concurso Pulsar, do qual fui vencedora e isso foi um impulso para lançar meu primeiro EP. Portanto, eu comecei como produtora e depois se desdobrou para DJ e a verdade é que em Portugal ainda não há muitas mulheres produtoras, há mais mulheres DJ. E por isso que eu dizia que era produtora as pessoas pensavam que era DJ porque estavam mais habituadas a ver figuras femininas nas pickups do que na produção.

DJ SOUND: E para você qual foi a importância de você vencer esse Concurso Pulsar?

SÓNIA: Foi bastanteimportante porque não tinha muitos meios ou muitos contactos que eu pudesse entrar na indústria da música, mostrar o meu trabalho, enfim, esse concurso deu-me fundos, não só apoios financeiros, mas também o apoio das pessoas da Cosmic que ajudaram com management, tiraram as minhas dúvidas todas e ajudaram a divulgar meu trabalho depois de pronto porque era um mundo completamente desconhecido para mim. Então eu diria que isso foi o início de tudo e que foi o que regou a plantinha para fazê-la crescer.

DJ SOUND: Você vem de uma família de músicos ou é a primeira da família a se envolver nesse meio?

SÓNIA: Sim, sou a primeira.A minha família nem é muito do meio artístico, ou seja, não tinha muitos contactos. O que eu ouvia eram as influências dos meus pais, mas não são pessoas que tocam instrumentos, que tenham um background musical muito forte. Acho que na família a única coisa que eu tinha era a minha avó que fazia revistas à portuguesa.

DJ SOUND: Você vem de uma carreira nas artes, como que você traz isso nas suas músicas e produções?

SÓNIA: Eu tirei licenciatura em Design, mas também estudei fotografia, cerâmica e ilustração, e acho que acrescenta bastante para o meu trabalho porque eu trabalho a música também com alguma plasticidade. O que me ajuda a quebrar algumas barreiras de não pensar na música só com um pensamento musical, mas também com outros pensamentos criativos e uma abordagem que depois também se desdobra para várias coisas, para curadoria das capas, para os videoclipes, ou seja, vejo o meu trabalho de música com um olhar 360º.

DJ SOUND: Não pudemos deixar de notar um certo mistério envolvido nas suas produções e gostaríamos de saber: onde você busca referências?

SÓNIA: Eu vou buscar essa inspiração muito de uma forma autorreflexiva, algumas coisas que escrevo e também de situações que me rodeiam, mas essencialmente experiências próprias, ou seja, eu sou uma pessoa que ao mesmo tempo que sou muito uma cólica também tenho um lado muito animado e extrovertido, e eu também tento passar isso porque é meu, não deixo isso passar. E os temas vão desde desgostos amorosos, um poema com o meu avô não dizia que estava vivo, passa assim por várias experiências. Tanto no meu primeiro EP “Astral Anormal” quanto no EP “Singela”, cada música tem características próprias, mesmo que não sejam só instrumentais, vou buscar experiências próprias, como por exemplo a “Safadinha triste”, que fala realmente dessa personagem que vai sair à noite e que é melancólica, mas que quer dançar. O “Mar Alto” tem esse poema que o meu avô contava e que transformei em uma música. “Os cravos” tem a ver com o dia da Revolução de 25 de abril – que também foi o dia em que eu nasci – e que fala sobre a nossa democracia e que temos que respeitar a nossa democracia. Portanto, viajo assim nesse mundo.

DJ SOUND: Tem algum produtor ou produtora brasileira que você gosta e admira profissionalmente?

SÓNIA: Sim, estou sempre a par de tudo que o Brasil faz e acho que o país tem bastante produtores que eu gosto. Gosto muito da Larinhx, Maffalda, Evehive, Vhoor, Clementaum, Mu540, Jlz, DJ Kingdom e DJ Bassan, entre outros.

DJ SOUND: Essa será a sua estreia no Cooljazz Festival, como está o sentimento para o festival? Você está preparando alguma coisa diferente? Tem algo que podes adiantar para a gente?

SÓNIA: Sim, essa será minha primeira vez no Cooljazz, no ano passado já tinha participado do NOS Alive e estou muito contente que vou me apresentar no mesmo dia que a Marina Sena, uma grande referência para mim. Eu vou fazer um DJ set baseado numa grande pesquisa da música brasileira essencialmente, e acho que há muito para unir a música brasileira e a música portuguesa. Eu vou tentar fazer um DJ set que vá buscar um pouco desses dois universos, onde eles se encontram, e vou também trazer produtores essencialmente brasileiros que eu gosto muito do trabalho, e eu própria estou a preparar alguns remixes para também encaixar nesta pesquisa.

DJ SOUND: Para além da noite em que vai se apresentar, qual dia do evento a Sónia quer ir curtir?

SÓNIA: Há vários dias. Eu gostava de acompanhar a apresentação do Dino D’Santiago e o dia do Air. Acho que vão ser dois dias ótimos também e espero estar lá.

DJ SOUND: Essa é uma iniciativa nova no Cooljazz Festival, esse palco Late Nights, que importância você enxerga nisso?

SÓNIA: Eu acho uma iniciativa bastante importante porque ao mesmo tempo que estamos a valorizar artistas de fora e a trazer coisas novas, estamos também a dar uma oportunidade às pessoas daqui de terem essa visibilidade e mostrarem o seu trabalho. Acho que toda a gente sai a ganhar e acredito ser uma boa iniciativa.

DJ SOUND: Uma última pergunta, quais são os projetos futuros para sua carreira?

SÓNIA: Então, nesse momento estou em fase de produzir, quero lançar um álbum e gostava de preparar uma turnê, não só em Portugal, mas também lá fora. Gostava muito de tocar no Brasil, seria incrível. E também gostava muito de fazer lá uma vivência artística porque acho que o Brasil é muito rico musicalmente, sempre o estimo imenso, desde pequenina. Então poder ir também para lá e produzir com artistas de lá seria incrível.

DJ SOUND: Muito obrigada pelo tempo, Sónia. Agradecemos pela conversa e então nos vemos dia 27 de julho, no Cooljazz Festival.

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