Festival Novas Frequências acontece no Rio de Janeiro em dezembro com 45 artistas de 15 países diferentes
A 6ª edição do Festival Novas Frequências, o principal evento regular de música avançada e exploratória da América do Sul, já tem data para acontecer.
Entre os dias 3 e 8 de dezembro, a cidade do Rio de Janeiro vai receber aproximadamente 45 artistas de 15 países diferentes para uma série de shows, performances, instalações de arte sonora, festas, discussões sobre mercado, rodada de negócios e caminhadas sonoras.
A primeira leva de artistas confirmados inclui a banda norte-americana de música experimental e art rock Xiu Xiu; uma colaboração entre os cineastas franceses Vincent Moon e Priscilla Telmon com o experimentalista libanês Rabih Beaini batizada de “Cosmogonia”; os mexicanos Fausto Bahía e Mexican Jihad, dois dos fundadores de um dos principais coletivos de música eletrônica de pista da atualidade, o N.A.A.F.I; o power trio feminino de pós-punk e garage rock baseado em São Paulo Rakta; e o paulistano Thiago Miazzo, que, na performance inédita “Destruction Derby”, irá sonorizar ao vivo um game de destruição de carros jogado pela plateia.
A programação completa do festival, os locais das atividades e o início das vendas, serão divulgados em meados de outubro.
Membro da rede internacional de festivais de música avançada ICAS (International Cities of Advanced Sound), o Novas Frequências tem idealização dos produtores culturais Chico Dub (curadoria e direção artista) e Tathiana Lopes (direção de produção e produção executiva) e é realizado pela Cardápio de Ideias Comunicação e Eventos e pelo Oi Futuro.
Conta com o patrocínio master da Oi, do Governo do Rio de Janeiro, da Secretaria de Estado de Cultura e da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro; patrocínio da Funarte e do Ministério da Cultura; apoio de mídia da revista inglesa The Wire; apoio do ICAS.
Xiu Xiu
(Polyvinyl/ Estados Unidos)
http://www.xiuxiu.org/
Xiu Xiu é uma banda de música experimental e art rock formada em 2002 na cidade de San José, Califórnia.
O grupo é uma criação do cantor e compositor Jamie Stewart, seu único membro constante – seus colegas atuais são Angela Seo, Shayna Dunkelman e Ava Mendoza.
Musicalmente, o Xiu Xiu inspira-se em um sem número de gêneros musicais diferentes, incluindo pós-punk e synth-pop britânico, noise, experimental, House, Techno, Folk, Rock and Roll dos anos 50, pop, música percussiva asiática, música clássica do século 20 e trilhas de filme – aliás, seu último disco, o 8º da carreira, é uma homenagem a série/filme Twin Peaks (Plays The Music of Twin Peaks).
O Xiu Xiu nunca se esquivou de qualquer tópico honesto e significativo para eles. Suas canções discursam sobre transexualismo, suicídio, solidão, loucura, crianças-soldados, o tsunami na Indonésia, sexo bizarro, o cotidiano gay, aborto, incesto, gatos, ser estuprado pela polícia e a responsabilidade individual dos militares norte-americanos para com às famílias que assassinam.
Ainda assim, dentro de tudo isso, ainda há uma certa “fofura” na banda.
O Xiu Xiu, vem sendo chamado nos últimos anos de “auto-flagelante”, “severo”, “brutal”, “chocante e “perverso”, mas também de “genial”, “brilhante”, “único”, “imaginativo” e “luminoso”.
Já excursionaram ao redor do mundo dividindo o palco com Sun Ra Arkestra, Swans, Ben Frost, Zola Jesus, Deerhoof, Prurient, Matmos, Faust, Grouper, Kid 606, Genesis P Orridge, Chris Watson, Angelo Badalamenti, entre muitos outros.
Vincent Moon + Rabih Beaini + Priscilla Telmon apresentam: Cosmogonia
(França, Líbano)
https://www.vincentmoon.com/
A relação entre Vincent Moon e Rabih Beaini vem ocorrendo a partir da mútua admiração de ambos, que vieram a criar uma parceria em diversos trabalhos ao longo de 2016.
Beaini produziu “7 films by Vincent Moon”, projeto comissionado pela instituição Live SoundTracks para uma apresentação ao vivo em Barcelona numa tentativa de se recriar a trilha sonora de filmes, assim como manipulá-los no palco em tempo real.
Assim, o artista incorporou seu toque dark à trilha original, criando um resultado novo e abstrato.
No Festival Novas Frequências, Vincent Moon se junta a Rabih Beaini e a Priscilla Telmon para apresentar “Cosmogonia”, performance que mistura cinema ao vivo, eletrônica experimental e a música de objetos sagrados.
Espécie de colagem entre os projetos transmídia “Rituals” e “Híbridos”, “Cosmogonia” é uma jornada audiovisual que atravessa territórios e continentes em um grande redemoinho telúrico e xamânico, misturando rituais de transe seculares ao redor do mundo com um estudo etnográfico sobre os cultos religiosos e ritmos místicos do sincretismo brasileiro.
O “reinventor do videoclipe” segundo o New York Times, Vincent Moon é um cineasta independente francês (“Take Away Show”, “Petites Planètes”) que se define como um explorador de sonoridades.
Ao longo dos últimos dez anos vem viajando ao redor do mundo, descobrindo e redescobrindo do Sufismo na Chechênia e Etiópia, ao Ayahuasca no Peru, o transe no Brasil, o Jathilan na Indonesia e o Len Dong no Vietnam.
Nascido no Líbano, o produtor e DJ Rabih Beaini (no passado conhecido como Morphosis), é especialista em criar atmosferas imaginativas e granuladas.
Poucos artistas conseguem montar um live analógico tão desafiador e intrigante como ele, onde dark wave, krautrock, techno e “pós-tudo” se harmonizam de forma assombrada.
Rabih ainda toca o seu selo Morphine (Senyawa, Pauline Oliveiros, Pierre Bastien) e vem dando voz ao que existe de mais interessante na vanguarda da música eletrônica internacional, colaborando há anos, por exemplo, com o festival de música avançada CTM, em Berlim.
Membro da Sociedade de Exploradores Franceses, a fotógrafa, escritora e cineasta Priscilla Telmon percorre o mundo em missões humanitárias e viagens de aventura.
Sua paixão pela exploração e culturas antigas rendem reportagens, filmes e livros, atuando na imprensa escrita, no rádio e na TV.
Fausto Bahía
(N.A.A.F.I/ México)
http://naafi.mx/artista/fausto-bahia/
Tomás Davó, o Fausto Bahía, é uma das principais cabeças do N.A.A.F.I, coletivo mexicano baseado em Porto Escondido que nos últimos anos tomou de assalto às pistas mais vanguardista do globo.
O segredo do grupo está na conexão das raízes da música de baile do México e das sonoridades pré-hispânicas com novos sons undergrounds que pipocam ao redor do país e do mundo.
Seja lançando música pelo próprio selo, fazendo festas e festivais ou produzindo música original, o N.A.A.F.I mistura estéticas tradicionais com pós-modernas para quebrar barreiras e mudar clichês sobre a música latina.
Uma discotecagem do N.A.A.F.I invariavelmente envolve ritmos regionais mexicanos, percussão indígena, herança afro, “Future Reggaeton”, Dancehall, Plena, Grime,Jersey Club, Kuduro, Funk Carioca e Ballroom House.
Junto com Paul Marmota, Lao e Mexican Jihad (que também toca no Novas Frequências), Fausto Bahía começou o N.A.A.F.I em 2010 como uma festa.
Eventualmente se tornaram um selo e um coletivo que envolve hoje mais de 14 projetos do México e de outros lugares, além de um estúdio de produção cultural que desenvolve, dentre outras coisas, projetos de pesquisa junto com instituições culturais, documentários e marcas de software.
Mexican Jihad
(N.A.A.F.I/ México)
http://naafi.mx/artista/mexican-jihad/
Mexican Jihad é um dos DJs e produtores envolvidos no coletivo mexicano N.A.A.F.I, uma das principais frentes no desenvolvimento da música dançante do país do mundo, ao lado de nomes como Fade to Mind, Night Slugs, Janus, Principe Discos e Staycore.
Trabalhando na teoria e na prática uma fusão de gêneros batizadas por eles mesmos como “ritmos periféricos”, o N.A.A.F.I vêm expandindo seus horizontes para fora da cena local, fazendo showcases e apresentações na Europa, nos Estados Unidos e na Ásia e utilizando a música dos clubes para explorar a sua identidade latino-americana.
Até aonde se pode falar de identidade geográfica, e até aonde a mesma pode ser extrapolada no mundo globalizado de hoje, isso é o que Alberto Bustamante vem experimentando, sob a alcunha de Mexican Jihad.
O artista, inclusive, prefere não se rotular como latino-americano, preferindo se deixar levar pelo o que não pode ser rotulado, pelo que fica no limite, não só musicalmente, porém em relação à pensamentos de cidade, sociedade, estética Mexican Jihad prefere combinar diferentes gêneros e inspirações para assim transformar os territórios da dance music.
Rakta
(Dama da Noite Discos, Nada Nada Discos/ Brasil)
https://rakta.bandcamp.com/
Rakta é um trio de São Paulo formado apenas por mulheres que tem sua produção fundamentada no punk-rock e no pós-punk, trazendo influências da psicodelia, do gótico e do noise.
Formada por Paula Rebellato (voz e teclado), Nathalia Viccari (bateria) e Carla Boregas (baixo), o mundo da Rakta transita entre o místico, o feminino e a potência de seu som – forte, tribalístico e performático.
Mesmo que por vezes aparentemente urbano, a sonoridade do trio se deixa influenciar pelo bucólico e busca se aproximar de referências pagãs.
Em 2016, a banda, que já possui três álbuns, excursionou nos Estados Unidos e no Japão, passando por diversos venues destes países e aumentando a já crescente visibilidade de seu trabalho – em Seattle, por exemplo, se apresentaram no mítico programa de rádio FM/digital KEXP.
Thiago Miazzo apresenta: Destruction Derby
https://thiagomiazzo.bandcamp.com/
Thiago Miazzo é artista visual, experimentador sonoro, videomaker e professor de história na rede estadual de São Paulo.
Desde 2005, está envolvido com o guarda-chuva estético e sonoro da música experimental, passeando por, dentre outros, noise, vaporwave, drone, dark ambient, lo-fi e chopped & screwed.
Metade do selo TOC Label e do duo Gruta (ambos ao lado de Cadu Tenório), Miazzo atua sozinho em projetos que levam seu nome e também no Fluid Druid, Alfa Lima International, Mesbla, Caldo Verde, Pallidum, entre outros.
Em Fruto Proibido Vol 1 colaborou com Victor Lucindo (aka Iridescent), e em spit com Felipe Zenícola, do trio Chinese Cookie Poets.
Em “Destruction Derby”, performance audiovisual inédita comissionada pelo Novas Frequências, Miazzo irá sonorizar ao vivo o game de mesmo nome enquanto a plateia é convidada a jogá-lo.
“Destruction Derby” é um jogo (Playstation) de corrida e combate baseado no evento esportivo americano de corrida de demolição.