Início e Influências
Formada por cinco amigos da universidade, Grian Chatten (vocals), Conor Curley (guitarra), Conor Deegan III (baixo), Tom Coll (bateria) e Carlos O’Connell (guitarra), a banda compartilha uma paixão por literatura e música. O nome do grupo combina uma referência ao personagem Johnny Fontane de O Poderoso Chefão e as iniciais “D.C.” de Dublin City.
A Ascensão Internacional
Com o lançamento do álbum de estreia Dogrel em 2019, o Fontaines D.C. recebeu elogios da crítica e foi indicado ao Mercury Prize. O disco traz faixas que capturam a energia bruta do punk enquanto refletem a vida urbana e as complexidades da juventude irlandesa. Trabalhos seguintes, como A Hero’s Death (2020) e Skinty Fia (2022) que levou a banda a ganhar o Brit Award,indicação ao Grammy e ao Mercury Prize, consolidaram a posição da banda como referência na cena alternativa, explorando temas de identidade, nostalgia e perda.
Conexão com a Literatura
Uma das marcas registradas do Fontaines D.C. é a influência da literatura em suas composições e as primeiras canções mostram uma forte influência do punk britânico dos anos 1970, com nuances literárias inspiradas em poetas como James Joyce e Patrick Kavanagh. Os membros frequentemente citam escritores como Samuel Beckett, Allen Ginsberg e outros grandes nomes que moldaram sua visão artística. As letras, muitas vezes carregadas de simbolismo, convidam o público a interpretar e refletir sobre os temas apresentados.
Legado e Futuro
O Fontaines D.C. não é apenas uma banda de pós-punk; é um retrato da modernidade visto através das lentes de poetas contemporâneos. À medida que continuam a lançar novas músicas e a se apresentar em palcos ao redor do mundo, o grupo prova que há muito mais a ser explorado nessa jornada musical.
O novo álbum do Fontaines D.C., intitulado “Romance”, foi lançado em 23 de agosto de 2024 e marca uma mudança significativa na sonoridade da banda. Este é o primeiro trabalho deles pela gravadora XL Recordings e surge após o sucesso de Skinty Fia, de 2022. O álbum apresenta um estilo que combina influências de rock alternativo e indie, explorando temas emocionais complexos e arranjos mais melódicos e menos energéticos.
O álbum se destaca pelo seu tom surrealista e expansivo, misturando elementos de opulência cinematográfica com influências do rock ocidental. As músicas variam de faixas intensas, como “Starburster” e “Here’s the Thing,” a momentos introspectivos e emotivos, como “Horseness Is the Whatness,” que incorpora uma gravação do batimento cardíaco da filha de Carlos O’Connell, o guitarrista da banda.
“Romance” é descrito como uma jornada tanto emocional quanto estilística, explorando a vulnerabilidade e a busca por sentido. A voz de Grian Chatten se destaca pela expressividade, variando entre tons apaixonados e introspectivos. Essa transformação sonora reforça o status da banda como uma das mais inovadoras do cenário contemporâneo .
Em uma entrevista para o jornal britânico The Guardian em abril deste ano,Chatten cita:
“Eu não queria escrever algo como Champagne Supernova, mas queria fazer algo que parecesse profundamente interno e, ao mesmo tempo, vasto e externo”,
A estratégia de criar refrões amplos e envolventes também é uma maneira de transcender o tema com o qual a banda se tornou sinônimo: Romance é o álbum “menos irlandês” do Fontaines, diz Chatten. O país tinha sido cenário, tema e espectro, representado através de letras densamente referenciais . Dogrel começa com o verso: “Dublin na chuva é minha / Uma cidade grávida com uma mente católica”, enquanto a penúltima faixa, Boys in the Better Land, caricatura um taxista anglófobo: “Ele cospe ‘Brits out!’, só fuma Carrolls”. Jackie Down the Line, de Skinty Fia — um álbum que reflete sobre o conflito interno de deixar a Irlanda para viver em Londres — inicialmente parece falar sobre um relacionamento abusivo, mas essa ideia se distorce como um estereograma quando você considera a visão de Chatten de que, na verdade, é sobre “a irlandesidade sobrevivendo na Inglaterra”.
Na mesma entrevista, O’Connell cita que o foco da banda na Irlanda sempre foi algo mais amplo; para ele, as músicas eram, em última análise, “meditações sobre identidade e pertencimento, sobre entender seu próprio lugar no mundo”. Para Chatten, é apenas “uma cor que eu realmente não senti vontade de usar no momento, especialmente com a intensidade com que já usamos. Eu não quero escrever algo que pareça uma continuação.”
Mudança estética
Na nova fase de sua carreira com o álbum “Romance”, o Fontaines D.C. apresentou uma mudança significativa em seu visual e estética. Esse novo momento reflete a transformação sonora e conceitual da banda. Eles abandonaram o visual mais casual e urbano que marcou o início de sua trajetória, e adotaram uma abordagem mais colorida e teatral.Visual esse,talvez imposto pela nova gravadora ,foi muito criticado por alguns fãs da banda e elogiado por outros .
Essa transição reflete também o conteúdo lírico e musical de “Romance”, que abraça um caráter mais emocional e experimental. O vocalista Grian Chatten, por exemplo, é visto explorando diferentes personas nos videoclipes e apresentações ao vivo, ampliando a conexão visual e emocional com o público.
O Show no Brasil
O Fontaines D.C. fará uma aguardada apresentação no Lollapalooza Brasil 2025, que será realizado no Autódromo de Interlagos, São Paulo, entre os dias 28 e 30 de março de 2025. O show promete ser um dos destaques do festival, com a banda exibindo a energia que se tornou característica de suas performances ao vivo.
Ingressos e informações gerais no link:
https://www.lollapaloozabr.com
especial collab by Charlie Farewell