Essa mina é treta no bom sentido!
Batemos um papo com a Groove Delight, um dos rostos da música eletrônica que mais cresceram nos últimos anos, atestado por apresentações incendiárias por onde passa incluindo grandes festivais como o Lollapalooza.
No próximo dia 7 de abril, Groove Delight será pela segunda vez, atração do Lollapalooza no palco Perry´s (https://www.instagram.com/p/BvdQpGknAaY/) dedicado a música eletrônica.
A mina preparou uma apresentação especial que deve ter muitas novidades sonoras.
Nesta sexta (29 de março), Groove Delight lança seu mais novo single “Peter Pan”, com a voz de Samantha Machado, pelo selo DJ Sound Music da Warner Music Group (ouça no Spotify: http://open.spotify.com/album/7Fm9MOm9kTKKZ39fKlUVQw).
1. Qual foi seu primeiro contato com música eletrônica?
Meu primeiro contato com a música foi desde muito nova porque meus pais ouviam música todos os dias.
Cresci com o hábito de ouvir música sempre e eles ouviam exatamente o que me fez olhar para a música eletrônica: House, Flash Dance, Synth Pop, New Wave, Jazz, RnB então foram os principais por terem me introduzido à música e também ao estilo eletrônico.
2. Como aprendeu a técnica DJing?
Aprendi há 14 anos com um pessoal do meu bairro, Vila Maria em SP.
Eu era bem novinha e ia para algumas matinês que rolavam em São Paulo com música eletrônica, na época era Drum and Bass e House o que eu mais ouvia nessas matinês.
De tanto frequentar conheci uma molecada que estava começando a se aventurar com uma CDJ 100S e fui aprendendo.
Passei por diversas etapas.
Logo depois comecei a querer me interessar em aprender o Vinil e por aí estamos até hoje aprendendo mais. rs
3. Qual sua visão do mercado de música eletrônica atualmente?
Minha visão talvez seja diferente do que muitas pessoas vêm.
Eu vejo que tudo hoje em dia se tornou fácil, mas não digo o fácil de ter trago praticidade e coisas positivas, digo o fácil que trouxe junto com a facilidade a falta de criatividade e entrega na elaboração de um set ou faixa a ser produzida.
Com isso apareceram inúmeros artistas que decidiram se apegar a fórmulas já executadas por outros.
Isso saturou o cenário e ficou gigante, nem vejo como competitivo, mas vejo que hoje você só se da bem se seguir os pré-requisitos que o mercado manda e acabou.
E ai quem segue fórmulas que já dão certo tem muito mais tempo pra focar nisso, afinal ele não precisa como produtor musical e de se inovar originalmente e sim seguir a tendência.
4. Que lembranças você tem da sua primeira apresentação no festival Lollapalooza?
A primeira vez foi fantástica, eu estava começando a me encontrar na minha carreira a caminho de algo mais sólido e o Lollapalooza me trouxe uma maturidade artística enorme e era exatamente o que eu precisava para aquele momento.
Porém, em 2019 quero trazer algo muito maior do que apenas um set, e sim algo que vai marcar as pessoas que estarão lá.
Tanto uma experiência visual, quanto algo maior do que som, mas quero buscar um sentimento no público esse ano e também faixas novas.
5. Você esta lançando um novo single, “Peter Pan”, no Lollapalooza, nos diga qual foi à inspiração?
Eu e a Samantha Machado já estamos conversando há muito tempo sobre fazer um som.
Eu sempre gostei muito da voz dela e sempre falávamos de fazermos algo que fosse simbólico pra nós, tanto na parte da produção quanto na letra da faixa.
Algo que nos sentíssemos duas mulheres fortes e fazendo algo que também fosse passado para mulheres que precisariam sentir essa força.
Então na Peter Pan conseguimos fazer isso e eu fico muito feliz e espero que todos entendam de fato a mensagem que esse som passa que é muito importante.
6. Qual é o setup atual do seu estúdio?
Meu estúdio passa por várias mudanças sempre rs, até alguns meses eu estava produzindo meu outro projeto que tem um som mais “underground” então estava no foco de sintetizadores analógicos com: Moog Minitaur, Moog Subphatty, Moog Slim Phatty, Novation Bass Station e Korgs.
Então, me distanciei, vendi todos meus analógicos e vim para os synths digitais. Na parte de técnica e mixagem, uso um par de monitores Focal Trio6be, uma placa Apollo Twin, uma UAD Quad, Mac Pro, dois microfones um Shure SM57 e um B1.
7. Qual foi seu maior insight na sua vida musical até o momento?
A decisão mais importante da minha vida foi sair de casa muito nova e jogar a cara no mundo pra fazer dar certo.
Tive diversas decisões importantes, mas sem essa inicial, eu não teria tido as outras.
8. A partir de que momento começou a planejar sua carreira?
Desde que comecei a produzir, há nove anos eu já cuidava da minha carreira de forma profissional, por mais que naquela época eu não tinha muito que fazer, eu cuidava para que aquilo crescesse.
Mas há quase seis anos atrás eu entrei para a Entourage, onde o Marcelo Arditti e o Guga Trevisani passaram a me ajudar com o projeto Groove Delight.
Uns dois anos depois pude passar a contar também com a ajuda do Rodrigo Moita e até hoje são esses três caras que cuidam do projeto.
9. Qual foi seu maior desafio na carreira até aqui?
Meu maior desafio por incrível que pareça não foi o início embora bem delicado e difícil, mas está sendo o agora, pois estou vivendo uma constante fase de buscar algo diferente e inovador para o Groove Delight e essa tarefa não é lá muito fácil rs.
São horas e mais horas estudando sonoridades diferentes, e botando tudo isso em pratica, exige tempo e muito amor, mas tenho certeza que será recompensador.
10. Fale sobre seu maior mind set até o momento.
Já passei por vários mind sets nesses 13 anos envolvida com música.
Mas o que mais me trouxe resultados foi posicionar a minha mente a criar algo novo e sem medo.
Temos muito medo de arriscar, mas se não arriscarmos seremos sempre mais do mesmo.
11. Quais são os seus planos atuais?
Meu plano atual é fazer algo diferente de tudo com o Groove Delight, diferente pra mim e não em relação ao cenário.
Meu plano é me desafiar dentro do estúdio e sair da zona de conforto.
12. Aonde pretende estar nos próximos cinco anos?
Nos próximos cinco anos pretendo curtir muito o Brasil, pois depois disso pretendo morar fora.
13. Qual sua opinião sobre o concorrido mercado brasileiro de música eletrônica?
O mercado tem artistas fantásticos, mas pra mim está totalmente articulado e o que sempre presenciamos: contaminando bons artistas a serem o que a indústria quer que eles sejam.
O próprio mercado quem define o que é pequeno ou o que é grande, e muitas vezes há uma distorção gigante de talentos nisso.
O mercado não quer somente talentos, eles querem o talento somado de um bom rosto, um bom marketing e por aí vai.
Fora isso, é contagiante ver como a música eletrônica tem crescido cada vez mais e à proporção que está tomando. Não sei dizer.
Talvez o que eu considero positivo, muitas pessoas consideram negativo.
Por exemplo: Eu dificilmente vou ser aquela pessoa que mostra mais do meu life style ou estratégias de marketing do que minha música.
Sempre vou seguir minha vida artística em primeiro lugar e muita gente critica isso.
Sou extremamente dedicada e nerd de estúdio rs.
E hoje vejo que a maioria não está mais ai pra isso, pois como disse na pergunta anterior, a cena não esta atrás somente de talentos e sim de uma soma de coisas…
O que eu vejo como algo bom para mim muita gente diz que não então não sei dizer mesmo.
14. Qual foi o seu primeiro disco?
Led Zeppelin – “Physical Graffiti”
15. Qual música remonta a sua infância?
Alphaville – “Big Japan”.
Várias me tocavam já, mas quando meu pai botava essa parece que eu já sentia na veia a batida mais agitada e um som eletrônico ali por trás.
Eu tinha uns sete anos, rs.
16. Você tem algum hobby fora da música?
Tenho alguns. Kart, quadricíclo e vídeogame!
17. Um sonho já realizado?
Tocar no Rock in Rio.
18. Um sonho que gostaria de realizar?
Tocar no Ultra Music Festival
19. Qual é a frase que define seu lifestyle?
Música é cura.
Links oficiais:
Instagram.com/groovedelight
Facebook: https://www.facebook.com/GrooveDelight/
by Gonçalo Vinha