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Habitants, dramas revelados e retorno anunciado!

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Demorou algumas semanas para organizar esta entrevista, mas nada imaginável, depois de um longo silêncio (de 19 anos!), feito pelo Habitants.

Dando um rewind, recebi uma mensagem do mentor do Habitants, dizendo que estavam retornando e que iria ter show, opa isso me chamou muito atenção claro e fomos trocando mensagens.

Por coincidências estava fazendo uma série de extensas entrevistas com alguns artistas pioneiros como o Símbolo (leia: https://www.djsound.com.br/simbolo-entrevista-historia-1o-cd-musica-eletronica-lancado-no-brasil-2/), que fazia parte do mesmo celeiro musical que lançou o Habitants, o selo Cri Du Chat de São Paulo.

E não é que a conversa rendeu e saiu aqui estou mostrando isso, mas nada comparado a encontrar o Habitants para umas fotos novas e exclusivas que acompanham esta matéria.

Obra do destino?

Bom, quem é vivo sempre aparece e me sinto honrado em falar que o Habitants chegou e parece que desta vez para ficar, quer queira ou não até eu chegar aqui o Habitants fez parte da minha vida de forma indireta e direta, mas isso é outra história.

O cérebro do Habitants é o paulista Renato Malim, que num curto espaço de tempo no meio dos anos 90, inseriu seu nome no mapa da música eletrônica brasileira.

Ex-modelo de publicidade e professor de natação, o cara é músico de formação e não somente um “apertador de botões”.

Sua escola musical é o Rock e TechnoPop dos anos 80, ao ouvir a música “It´s A Fine Day” do Opus III nos anos 90 teve a sacada de fazer algo mais voltando para a Dance Music.

Nascia então o Habitants, um dos primeiros filhos da geração da música eletrônica brasileira que germinou a partir dos primeiros experimentos dos anos 1950 no Brasil.

Suas apresentações no formato live (show ao vivo), foram das pioneiras da onda “Techno” que aflorou no país no meio dos anos 90, apresentou-se e fez parte da história do Hell´s club (o primeiro after- hours do país), no extinto club Columbia na capital paulista.

A música “Drama” chegou a se tornar um hit underground em clubs paulistanos como Sra. Krawitz, Nation e Soundfactory.

Os então DJs Gil Barbara (um dos mentores do extinto site RRAURL e precursor colunista na DJ SOUND) e Renato Lopes foram dos primeiros a ouvir e apostar no Habitants.

Foi da gravadora paulista Cri Du Chat Disques (https://www.facebook.com/criduchatdisques/), ou CDC para os íntimos, que lançou o Habitants no mercado brasileiro e internacional; algumas unidades do primeiro álbum homônimo foram parar nos Estados Unidos e Europa, e chegaram a vir faxes (a internet ainda dava seus primeiro passos em 95 no país), de DJs internacionais elogiando o trabalho.

Em paralelo ao álbum em CD foi lançado o single 12” (em vinil), “Drama!”, que se tornou uma verdadeira preciosidade e rara (existe uma peça inclusive a venda no Mercado Livre por módicos R$500,00) | http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-745895241-habitants-drama-single-cri-du-chat-lpcdc-0015-lp-vinil-_JM). O single foi parar nas mãos de vários DJs nacionais e alguns internacionais esgotando-se rapidamente.

A sonoridade do Habitants era ímpar em relação a outros artistas de música eletrônica “made in Brazil”, iam do techno ao trance, ambiente music e flertes com o technopop dos anos 80.

“Tinha recebido uma demo-tape com “Shadow Flame” que me deixou sem palavras.

Na sequencia quis ouvir mais e considerei que seria uma boa lançar um álbum.

A Cri Du Chat tinha foco em produção nacional de música eletrônica e o som do Habitants se encaixava perfeitamente no conceito.

Fizemos um trabalho pra divulgar juntos aos DJs, lançando o 12″ promo em vinil.

“A sonoridade refletia o momento, mas não teve intenção de seguir “onda” ou coisa assim”, explica Enéas Neto, ex-sócio da gravadora Cri Du Chat explica como se deu a contratação do Habitants:

Na sequência do álbum e do single em vinil, ainda em 1995, foi lançado o single “Shadow Flame” da tal demo, na compilação (em CD) “Minimal Synth Ethics 3” da Cri Du Chat.

Um álbum de remixes estava prospectado e chegou a ser feito, mas nunca lançado em função da Cri Du Chat ter parado suas atividades no meio de 1997 (NE: o selo retorna em breve ao mercado, com nova logomarca e reformulado, após ter sido vendido pelos sócios-fundadores).

Vários shows ocorreram promovendo o álbum e fazendo o nome do Habitants ecoar na capital paulista e outras cidades do Brasil como Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte, Mato Grosso.

Após o tour o Habitants viu sua formação com Renato Malim e o guitarrista e engenheiro de estúdio Sergio Carvalho, acabar, no meio tempo Jeff Molina tinha assumido papel de músico nos shows, participando em vários destes.

Em 1997, Renato Malim, foi o primeiro artista contratado pelo selo Mundo Mix Music, o braço musical de propriedade de Beto Lago dono do Mercado Mundo Mix, que fechou contrato de distribuição com a gigante Sony Music.

Às pressas e com muita pressão nascia no quarto da casa de Malim, o segundo álbum do Habitants, batizado de “Home”.

O single “Swing Café” chegou a ser lançando também em vinil para os DJs e com venda para o público, esgotando-se de forma rápida e outro item de colecionador.

Detalhe nos tempos atuais onde o computador passou a ser o principal senão o único instrumento (pelo avanço da tecnologia musical), todos os trabalhos do Habitants lançados até “Home” não fizeram uso de computadores na sua criação, somente hardwares (sintetizadores, sequenciadores, gravadores, microfones de voz, baterias eletrônicas).

Era na “unha” e pronto!

Depois do lançamento de “Home”, muito atrasado pelo selo depois de pressionar o recebimento da máster, veio uma grande tour passando por várias cidades brasileiras.

O Habitants ainda abriu os dois shows (SP e RJ), históricos da dupla inglesa Chemical Brothers que debutava com sua performance live em nosso território.

O Habitants foi parar na TV Globo, a mídia dava destaque para um artista da então Techno Music, que resolveu mostrar o rosto num estilo onde a música fala mais alto que o rosto, bem quase duas décadas depois a cena de música eletrônica, incluindo no Brasil, chegou ao mainstream e poucos artistas, ainda se “escondem”, da mídia, alguns até ficam reclusos como forma de marketing, enquanto outros requerem todos os holofotes possíveis, confetes e serpentinas, entre outros mimos midiáticos e de grande impacto (por vezes em detrimento da música, mas o que importa se o assunto é diversão para muitos músicos, DJs e principalmente para o público).

Mais shows vieram, e a mente e o corpo de Renato Malim estavam exauridos até entrar num colapso real e sério, algo que pode parecer um enredo de filme, mas é vida real.

O que se viu, ou melhor, ninguém viu (apenas pessoas próximas), foi um drama pessoal de Renato com doenças (como anorexia, síndrome do pânico), somados a um desgosto pelas decepções da vida inclusive com o mercado musical que vivenciou e acreditou.

Não ganhou nenhum centavo do contrato pelo lançamento do selo Mundo Mix Music e depois o mesmo com a gravadora Tupy em 2011, onde lançou o EP “Fumaça Blue”, o que acabou pondo o retorno do Habitants numa pegada mais TripHop e Downtempo (mas de grande musicalidade), na gaveta.

Novamente fez-se novo capítulo de drama, da vida de um cara apaixonado por música e muito espirituoso, talvez os reais motivos para anunciar o retorno do Habitants ao mercado agora em 2016.

Sim, o Habitants esta de volta, e prepara show de retorno para breve (daremos a notícia aqui na DJ Sound), o retorno conta agora com Jeff Molina (que havia participado das formações anteriores) no palco, que vem acompanhado do seu irmão Jaques, além de alguns convidados especial, e claro o mentor Renato Malim.

Passados 19 anos, pegamos Renato Malim para um entrevistão como ele nunca se deparou.

Nas próximas linhas dará para perceber que o artista viveu um drama nada legal na vida pessoal, com vários percalços que o fizeram parar abruptamente com o Habitants e até retirar-se do mercado.

Pela primeira vez toda a odisseia e drama do Habitants são revelados para os antigos fãs e para os dance-maníacos de plantão.

Drama e vitória pessoal numa odisseia vasta como uma galeria de samples, eis que o Habitants esta de volta, querendo o seu lugar ao sol no meio da música (não só a eletrônica).

Dá para sacar um ser humano com todas as suas emoções ao ler essa entrevista, talvez sejam essas emoções que fazem o Habitants não soar tão enlatado e gelado como boa parte das músicas produzidas pelas máquinas.

É muito bom saber que estão de volta à ativa. Como se deu este retorno há quanto tempo pensavam?

Bom este retorno eu ja vinha pensando há algum tempo, pois estava com muita saudade de tocar, produzir, fazer shows. Eh minha vida comecei a tocar aos 15 anos minhas primeiras composições começaram com 16 anos.

O retorno comecou quando em 2011 eu lancei um ep com umas oito músicas chamado “Fumaça Blue” pela gravadora Tupy (a qual nao recebi um centavo fui cobrado coisa de gente nao profissional enfim). Ensaiei com uma banda que tinha o Jeff Molina (comigo desde 97), o Sergio Carvalho (que ja tinha sido do Habitants), e o baixista da minha primeira banda, o Marcelo Horvath.

Bom nao conseguimos armar nenhum show acho que devido a falta de apoio da gravadora e do repertorio que era muito lento as musicas muito longas eu estava numa fase muito Trip Hop.

Então dificultou muito um ano depois eu ja desencanei!

Habitants Live SESC Pinheiros - SP
Habitants Live SESC Pinheiros – SP

Renato você tinha um jeito diferente em relação a outros artistas, parecia que você vivia mais os dia-a-dia sem muito planejamento. Isso era apenas uma forma de viver mesmo ou despretensão a outros lados que a música envolve (como mkt, gerenciamento de carreira, etc.)?

Era amor a musica puro e simplesmente, mas eu fazia também mesmo sendo difícil pra mim a função de produtor de shows, e divulgava do meu jeito.

Na época da Sony então fiquei esgotado e também não recebi rs… Putz viu coisas (mas não foi culpa da Sony Music)

Como você vê os dois primeiros álbuns do Habitants hoje? O primeiro ainda soa atual nos dias de hoje.

Vejo de forma diferente vamos começar pelo segundo, o “home” ele e um álbum mais direcionado as pistas, aos DJs tirando umas faixas claro.

Foi um álbum exaustivo em muitos sentidos eu já estava com anemia o MMMix (Mercado Mundo Mix e seu selo), me ligava e cobrava o dia inteiro; o álbum tinha um prazo pequeno para ser entregue eu tinha que correr e quando acabei demorou um tempão para ser lançado.

Fiz no meu quarto sem ajuda, sem outros músicos, ou produtor.

Eu gosto muito deste álbum, mas de quando ele foi lançado ate 10 anos depois nunca ouvi que me lembre.

E também não recebi (já escrevi isso), o q uma gravadora do porte da Sony paga no minimo para um álbum lançado por eles, mas não foi culpa deles provavelmente dos intermediários, isso me desanimou um tanto.

Quanto ao primeiro álbum homônimo “Habitants” lançado em 95 pela Cri Du Chat foi feito num estudio (quorum de sp), em dupla com o Sergio Carvalho que me ajudou muito com a parte de técnico de som, gravação e guitarras; mas não era a praia dele apesar de ter tocado comigo como guitarrista desde o começo e a partir de 96 como musico contratado.

Bom voltantando… O álbum as musicas são mais elaboradas, mais profundas mais experimentais, com vocal.

Ficavamos trancados madrugadas no estúdio pesquisando timbres, ouvindo coisas, eu sampleava tudo com meu Roland W-30, usava o adat.

O álbum tem sentimento o que não e fácil passar sentimento em musca eletronica…

Sei la se deu pra entender o que eu quero dizer.

Um detalhe nenhum álbum destes foi usado computador só ultimo EP “Fumaca Blue” pela Tupy foi o único.

A faixa “Drama” por exemplo, foi feita num piano.

O Habitants criou uma boa reputação e simbologia na noite principalmente em São Paulo. Explique o porquê da parada na carreira e o que realmente aconteceu com sua saúde que pelo que entendemos foi o principal motivo do afastamento de tudo?

Bom depois de ter assinado com a sony ter acabado, de ter feito uma turne pelas principais capitais do pais junto com o Mercado Mundo Mix (muito cansativa, minha saude foi ficando fragil).

Mesmo com muitas matérias capa da folha ilustrada, duas paginas no caderno 2 do Estadão… Rede Globo etc…eu me decepcionei  muito.

Abri os shows do Chemical Brothers com anemia e fiz mais um ultimo show no Sesc como Habitants ja sem condições físicas.

Parei logo depois, e tive um esgotamento muito serio que me acarretou muitos problemas físicos e psíquicos como depressão síndrome do panico, fobia social e uma insonia terrível.

Também tive uma parada cardíaca, um coma por traumatismo craniano.

Putz muita coisa… Tive uma separarão de 18 anos de casamento, tive uma filha já tinha (tenho um filho), mudei pra a Praia e dei uma mudada radical de vida (mas não parei de compor, produzir).

De volta as minhas origens tocar fazer musica sentir o prazer de estar num palco.

Hoje você Renato como pessoa esta curada?

 Estou curado fisicamente, mas, logico insonia, depressão, síndrome de panico, dependência em remédios, sempre podem voltar; só que agora tenho muita experiencia no assunto sei como lidar espero… rs… Tenho tomado muito cuidado.

Esse retorno agora vem com novas músicas?

No show talvez muito provavelmente uma musica nova… Estamos fazendo outra, já são duas só que não estão terminadas, ainda fase de produção.

E as músicas antigas ganham releituras?

Sim, as musicas antigas ganham releitura… Algumas sim, outras queremos tocar do jeito que eram…

Mas como vão ter dois guitarristas, o Alec do Metro e o Jaques Molina (irmão do Jeff Molina), que já toquei com ele há muito tempo atras grande; mostrou-me Japan uma das minhas bandas prediletas e um grande musico.

Ele esta se integrando ao som do Habitants e por enquanto deve fazer este primeiro show como contratado.

Mas tudo indica que vai ser o novo integrante, e tem mais a participação do Sebage cantor e compositor que vai cantar algumas músicas, e o Vica faz percussão para este primeiro show, outro irmão.

Como vai funcionar o live agora nos palcos?

Bom o live depende da festa, do tipo de publico, do tamanho do palco, do tempo de apresentação, para cada uma destas coisas que escrevi muda o setlist e set- up.

O set list até a formação que por enquanto só esta eu e o Jeff..

Mas por exemplo se for um lugar muito, muito pequeno, vai um dos dois de DJ e outro como musico.

Levo meu Mac e um controlador por exemplo.

Como este composto o seu setup de equipamentos hoje no estúdio e o que vai para o palco?

Desfiz-me de muitos equipamentos por muitos motivos.

Mas pode ir desde meu piano Rhodes com um microfone para voz, uma batera e uma guitarra com um amplificador e pedais.

Como podemos levar nossos synths, samplers, groove box da Roland… Meu synth…

Ops, nao do Jeff, me emprestou quando der, pois estamos em crise nos pais.

Roland Gaia
Roland Gaia

Comprei um Roland Gaia, simples, leve, com filtros, etc…

Estou fazendo levadas de acordes nele (que propaganda… rs.. me deem um Roland Gaia eu faço um EP pra vocês, Roland do Brasil ok? rs…).

E estou com meu Mac, minha Maschine, o Jeff tem bastante equipamento, mesa de som temos algumas…

Enfim depende do show.

album_habitants

Você acreditava de alguma maneira que a música eletrônica chegaria à popularidade de hoje, inclusive com a possibilidade de se fazer música apenas usando um computador?

Sim eu acreditava muito, mas, quando em 1996 senti que deu ma baixada geral, a Cri du Chat acabou, ou mudou de dono, e nosso disco de remixes foi cancelado.

Ja estava pronto com nomes como Suba, Apollo, Mau Mau,DJ Alfred, Renato Garga, Renato Lopes.

Meu remix talvez a faixa que mais goste e este CD material não tenho.

O DJ Gil Barbara tem rs… Nosso video também foi cancelado, o guitarrista Sergio Carvalho saiu, fiquei só….

Entçao naquela hora pensei, bom vou continuar, mas não sei onde ia chegar e continuei a produzir.

Depois o jogo virou novamente e dai sim começou a crescer.

E ter chegado a um ponto que sinceramente vendo não, a cena daqui, mas a cena mundial eu acreditava!!!

Mas deste jeito que a musica eletrônica chegou…

Eu falaria não…, não vai acontecer isso… rs.

Vai chegar longe, mas tão longe… Não… Não sabia!!!

Mas sempre acreditei no poder da musica seja eletrônica seja de tambores africanos…

Musica tem um poder inacreditável e acontece.

Como era adquirir os equipamentos na época com a restrição das importações liberadas somente na época (1997) do presidente Collor?

Hahaha entao naquela epoca alguem me vendeu um dat por 700 dolares (compraria o Roland Gaia agora e ainda sobraria rs) e o dat não funcionou kkkkkk…

E agora como alimento meu filhote de gato…

Bom mas enfim tinha muito equipamento antigo que você podia achar por um bom preço eu mesmo (que arrependimento tive muitos e vendi……. “silencio”).

Era você ter um dinheiro e conseguia achar alguém falando deixa eu me desfazer desta velharia e então os poucos produtores arrumavam um dinheiro e compravam.

Mas isso foi antes de 97, eu já estava com equipos em 97 com Collor.

Bom eu não estava com dinheiro no Banco, quando recebia dos shows ia juntando e comprava: synths, samplers, mesa de som, sequencers…

Enfim muita gente se danou e agora com esta crise esta bem difícil.

Musico sempre tem vida difícil sem crise, em crise, claro piora, ou então esta por cima andando num outro universo.

O Habitants é um dos artistas mais individuais da cena eletrônica brasileira, não se viu colaborações nem em remixes? Isso faz parte da sua estética de ser ou foi algo que não aconteceu por falta de oportunidades?

Bom o Habitants sempre foi individual rs…  Com colaborações desde 95, mas entendi… Eu fiz um remix para o Suba, um para o album do Alex Twin (da banda individual Industry da Cri du Chat).

O do Suba foi para a cantora Taciana, fiz outro para o DJ Renato Lopes.

Uma trilha para um curta metragem europeu… Sei la…

Gosto mais de fazer as minhas musicas, mas faco remixes, só que não é uma coisa que faça com frequencia.

Fiz muito poucos, e trilha gostaria de fazer mais por que já é uma composição especial, para outra arte.

E teve o álbum e remixes que falei e não foi lançado.

As suas músicas eram executadas pelos DJs antes mesmo do lançamento em formatos como vinil e CD. Qual era o caminho que a música fazia para chegar até a mão desses DJs?

Então foi como começamos um dia num club nos apresentamos para os DJs Renato Lopes e Gil Barbara, levamos uma demo tape, uma fita cassete e eles gostaram muito.

Começaram a tocar e armaram nosso primeiro show em 94 no clube Sra. Krawitz.

Foi muito bom e engraçado, pois as pessoas já conheciam algumas faixas e de repente estávamos lá tocando ao vivo…

Meio hummm banda ? Não DJ são gringos… rs…

Exerce alguma profissão em paralelo a carreira artística?

Profissao hummm… Estou virando produtor.

Mas não produtor de musica eletrônica, produtor de outros artistas, de outros estilos.

Já estou começando a trabalhar com isso.

Fiz bico de modelo para publicidade, mas isso na época do primeiro álbum.

Já fui professor de natação, meu primeiro emprego, já trabalhei em vídeo locadora meu segundo emprego.

Já toquei covers, nisso já era musico obvio, mas me deu uma experiencia de palco muito grande.

Muitos na música eletrônica optam por serem DJs, mas você escolheu criar as suas próprias de onde partiu essa vontade?

Bom sou musico em primeiro lugar.

Mas quanto a ser DJ eu discotecava em casa com vinil mesmo tinha os toca-discos, comprei um mixer e discos; e comecei a discotecar, treinar ver qual era meu estilo, ainda tenho os discos, mas as pick-ups vendi.

Precisei e só não toquei ainda por falta de oportunidade, só festas caseiras, mas não corri atrás, coisa que pretendo fazer ainda.

Qual era o seu envolvimento com música antes do Habitants?

Com 5 anos ja tocava (tocava nao apertava as teclas, e saia som… Eh tocava bem experimental. rs), no piano da minha irma.

Aos 15 fui aprender guitarra e baixo, aos 16 fui fazer teste de vocalista na minha primeira banda, dai peguei a vaga de tecladista.

O som era meio Duran Duran, meio Japan com influencias de Roxy Music, Chic, Bowie, Depeche Mode, etc.

Teve medo em algum momento de alguma rejeição por parte de outros profissionais do mercado?

Não… Acho que um ou outro, mas sempre procurei fazer amizade e meu trabalho sempre foi respeitado.

Tive problemas com empresários, mas deixa para la, quando envolvia ou envolve dinheiro a coisa muda e sua arte vira o ganha pão deles.

Ai normal, mas quando eles ficam com seu dinheiro e você fica praticamente sem nada dai você fala poxa esta pessoa não era tao legal e sincera, assim como falava e dizia deixa pra la o que importa e fazer musica e ter saúde, amigos, viver a vida.

Habitants em Live no ra Krawitz
Habitants em Live no Sra Krawitz com banner Hell´s Club

Alguma coisa lhe chateia no segmento de música eletrônica nacional?

Se alguma coisa me chateia na musica eletrônica nacional, é que não tem tantos espaços pra tocar conheço gente muito boa, pessoal novo como Kakophilia por exemplo, que devia ter um álbum já lançado eu mesmo como te disse por ter abaixado muito os BPMs em 2011 com o “Fumaça Blue” e estar com uma banda não consegui armar nenhum Live.

Também a falta de profissionais tanto produtores de shows, gravadoras, técnicos e som específicos para o estilo, mas tem muita gente boa sim!

Qual é a parte mais desgastante e a mais prazerosa da carreira como produtor musical?

Parte mais degastante…

Fazer turnê sem ter infra para isto, sem ter equipamento no lugar do show, trabalhar com gente que não entende do negocio, e que por dinheiro faz parte do mundo da musica eletrônica…

Ser traído por supostos amigos, ter que procurar advogados para ver contratos e pior, não receber, tomar calote.

Enfim o resto e prazeroso; fazer, produzir musica tocar, cantar, ir para o palco, viajar (não tanto rs).

Quais os equipamentos que usa nas suas produções? Tem algum favorito que você usa em muitas das músicas?

Eu mudei diversas vezes de equipamento entao tive meus prediletos estou com os roland´s jp 8000 o gaia (do jeff rs).

O Jupiter 6 me marcou muito, o W 30; estes foram embora.

Tenho meu Ensoniq VFX SD na assistencia técnica já faz um tempçao, este me marcou demais, no primeiro álbum do Habitants ele era o principal.

O Ensoniq quero recupera-lo e tenho meu primeiro synth o Yamaha DX-1oo (bem pequeno), o usava junto com um pedal de delay da Boss as MC-S 303 (propaganda hein, rs…), Korgs também como o DW 8000, vendi se eu pudesse não teria vendido nada.

Mas precisamos comer pagar contas, foi o que te disse de vida de musico, produtor, sei la artista num modo geral.

Em sua opinião um setup de estúdio deve envolver somente softwares ou hardwares?

O dois se for possivel.

Nos shows ao vivo você cria alguma estratégia para o tracklist ter algum efeito sobre a plateia como fazem os DJs?

Se crio um track list às vezes sou meio técnico de futebol acho que por ter jogado muito tempo aprendi a criar táticas…

Só que nem sempre dão certo, mas na verdade eu decido o que estou a fim de tocar e pronto.

Se alguém me pede antes do live alguma música eu vejo se é possível.

Com as músicas que produziu imaginou de alguma forma que elas seriam lançadas por gravadoras?

Sim… Eu acreditava sim no meu trabalho, tinha certeza eu decidi que mesmo se ninguem lançasse eu daria um jeito.

Quando teremos oportunidade de ouvir um novo álbum do Habitants?

No fim do ano…

Começo do próximo no máximo.

Agora por onde vou lançar e senão assinar com alguém vai demorar para sair.

Dai eu não sei, mas ano que vem no máximo!

Este ano se não tiver álbum novo, tem EP com seis músicas.

Podem cobrar!

Acredita num som eletrônico com alguma cara brasileira, assim como os alemães impuseram estilos como o minimal e techouse pelo mundo afora?

Hummm…

Uma pergunta delicada. Acredito numa fusão de estilos: eletrônico com samba por exemplo, o que já foi feito.

Agora um som eletrônico nacional na minha opinião puro sem ter referencias ou só tendo referências nacionais, é complicado!

Acredito em uma coisa que um amigo DJ e jornalista falou uma vez tudo vai ser filtrado pela eletrônica de um jeito ou de outro (já eh faz tempo) agora eu acho que você pode fazer um som muito original tendo o seu estilo.

Qual é o seu hobby?

Ah rs…

Conversar, ouvir musica com meus filhos, tomar um cafe na padaria, cinema, tocar violão, tirar fotos, andar brincar com meu filhote de gato.

Conversar com mendigos, comprar bugigangas; coisas baratas sei la… Tem um monte… Discos de vinil, tênis, bonés, xiiii…

Alguma obstinação?

Ser sempre uma pessoa melhor em todos os sentidos.

Algum sonho que gostaria de realizar na música, e o que almeja agora e para o futuro da sua carreira?

Sonho na musica…

Muitos…

Alguns já estao começando a se realizar como virar produtor de outros artistas.

Tocar fora do país, tocar com David Sylvian, Nick Rhodes, Brian Eno, Bryan Ferry, Martin Gore abrir um show do Depeche Mode, me tornar um bom pianista, tocar sax, abrir uma gravadora, começar a discotecar profissionalmente.

Fazer um projeto novo de?…rs… Já estou agilizando e sempre fazer musica…

Tocar jazz muito.

Algum tenho certeza que se concretiza, tocar com o Jimmy Page um dia misturar a guitarra dele com alguma piração eletrônica, lançar material por selo gringo, etc.

Tem algum ritual ou mania que realiza antes ou durante cada apresentação?

Gosto de passar o som.

Ter alguns cuidados físicos, mas relaxar com um copo de vinho.

Sei que e errado, mas fumo cigarro, não devia, não aconselho, mas fumo e em dias tensos fumo muito.

Durante o show também rezo checo tudo, gosto de ter algo azul no corpo.

E aprendi não deixe o Jeff perto de uma extensão, régua, filtro de linha; ele vai pisar…

Ai para tudo ou alguma coisa rsrsrs… É sério.

Como você se define como pessoa e profissional?

Honesto, profundo, profissional dedicado faco porque q amo acho que tive depressão por amar tanto a vida, as pessoas e não entender muito elas.

Enfim isso é papo de terapia.

Quanto tempo se imagina dentro do mercado de música eletrônica? É algo que prospectou para seguir como carreira de longa duração?

Musica eletrônica…

Posso mudar de estilo.

Tocar meus synths ou mexer numa machine, gravar um piano de jazz, e colocar umas coisas sampleadas.

Brincar com um baixo elétrico, fazer uma levada e depois misturar com alguma maquina.

Acho que nunca vou parar!

Digo acho, pois não sei nem o que vai acontecer nos próximos 5 segundos.

Mas se depender de mim nunca.

Diga suas dicas para aqueles que desejam entram na profissão para valer como você entrou?

Faça!

Nao espere nada!

Crie e continue criando com o que tem na mão.

Pode ser que seu bisneto ouça uma gravação sua e goste um pouco.

Crie por criar, faça por amor. (faça né? rs).

Quais são as maiores dificuldades atuais na noite de SP para se fazer um show do Habitants?

Dificuldades: espaços, gente qualificada, som de qualidade, transporte, segurança com os equipamentos.

Todo mundo quer festa, os músicos também, mas precisam de coisas básicas para poder.

Enfim não é pedir muito.

Respect!

Habitants e artistas do Mundo Mix Music
Habitants e artistas do Mundo Mix Music – da esquerda para direita (de pé): Vanni (M4J), Ramílson Maia, Franco Jr. (M4J), Paula e Xerxes (Friendtronik), Gonçalo Vinha (Nude/Oil Filter), Renato Cohen (abaixados): Renato Malim (Habitants), Loop B e Marcelo Gallo (Nude)

Qual o pior lugar em que tocou até hoje?

Não lembro…, tiveram shows péssimos (o melhor lugar pra se tocar um deles, vai…

E o Sesc tudo eh muito bom, mas foi meu ultimo show como Habitants.

O som estava muito baixo por causa do evento, eu estava anemico, o tecnico de som desligou o som…

Parou tudo… Foi ruim e logo no Sesc...

E fui por convite de um diretor que admirava meu trabalho e não rolou… Fiquei muito chateado enfim).

O melhor lugar para se tocar um deles de novo…, é o Sesc, então não vejo a hora de tocar pisar no palco de um Sesc toco de graça!

Só para apagar esta imagem deste último Show meu!

Qual foi melhor lugar que tocou até hoje?

Agora um show bom maravilhoso Sound Factory da Penha (em SP), Campo Grande (MS) o show foi bom, mas a passagem de som tocando para crianças pobres e elas dançando muito, esta imagem grudou na minha cabeça e não saiu mais.

Shows importantes Hells Club (tipo uma vez por mês na época) Chemical Brothers (Via Funchal (SP) e Metropolitan (RJ)), Sesc Festival tribos eletronicas, Cha!Cha!Cha!

Lançamento do primeiro CD do pela Cri du Chat disques e também Sra Krawitz.

Parada A.M.E. toquei como Renato Malim, som horrível na qualidade, mas valeu por voltar a tocar e o Jeff pisou na extensão rs…

Tocamos com o Jungle Bells, projeto do produtor Apollo 9, no Hells pura viagem sonora, Latino Club, Columbia.

Não como Habitants, mas Aeroanta, Dama Xoc, e Olympia isso no começo covers.

Esqueci um monte… Abertura do Sesc Pinheiros, Sound Factory Pinheiros sempre.

Depois virou Nation…

Maresias, RJ (muitas vezes), Minas Gerais, Curitiba… Esqueci…tiveram tantos palcos, casas noturnas, eventos, estúdios… Ah…

Qual musica lembra sua infância?

Musica da infancia uma que meu irmao grande musico guitarrista (falecido) ouvia do Deep Purple.

Ouvia do album “Come Taste The Band” não lembro bem…

Acho que é “This Time Around”, uma da minha irma pianista não dela, mas ouvia Debussy e Satie por causa dela, e Earth Wind and Fire “Lets Groove”.

Qual foi seu primeiro disco comprado?

Duran Duran ”arena”, e a primeira fita-cassete comprada foi uma do earth wind and fire.

Qual sua resposta para tudo?

Minha resposta.

Tudo tem solução seja sincero com você mesmo e aproveite cada tempo da sua vida.

Você vai ter que passar mesmo não importa se é ótimo, bom, médio, ruim ou péssimo, tem que passar por algo, tire proveito da situção e se ligue em arte.

Acredite agora!

Resposta para tudo não tenho, talvez um pacote de whiskas… rs…

Pelo menos seu gato vai amar… rs.

E ame alguém e sempre ajude alguém que você goste.

Tenha respeito por tudo que é importante para você. 

A vida só pertence a você (nós) mesmos.

O que você vem ouvindo nos últimos tempos? Que som você houve quando não esta focado no Habitants?

Last Shadow Puppets, Japan álbum “Gentlemen Take Polaroids” Rap, Jazz, Rock.

O Habitants evoluiu no jeito de ser para estar no mercado atual dentro inclusive das redes sociais (Instagram, Twitter, Face book)? 

Evoluiu sim!

Eu estou mais no Facebook, E Mail, ainda rs.

E no Instagram eu deixo umas imagens quando dá.

Em relação o Habitants vai ter uma FanPage com discografia, noticias shows, biografia, matérias, fotos, novidades, etc.

Lembro que você se decepcionou um pouco com o mercado da música o business como um todo? Hoje depois de tudo que passou se sente mais maduro?

Sim estou mais velho, mais maduro, mas continuo impulsivo com uma personalidade forte.

Mas sou muito acessível e tranquilo.

Levo a serio o que tem que ser levado a serio.

Amor, saúde, arte (no meu caso musica) amizades verdadeiras (pode ser uma irma, um ou outro primo, um musico, um mendigo, um açogueiro, um padeiro…).

Estou dando exemplos bem enfim…

Sinceridade… Animais, filhos, ainda tenho minha mãe (esta idosa, mas e bem companheira).

O que acha de todo esse mercado da música digital que em 1997 era muito criticado pelos obstinados em vinil e CDs não acreditarem em formatos que não fossem físicos e hoje são uma realidade para a música?

Quanto ao mercado digital eu acho muito pratico.

Quanto ao ritual, a qualidade, a arte de capa, a arte em si ainda prefiro um vinil mesmo.

Mas esta realidade esta ai, e é muito pratica, acessível, tem qualidade de som.

O Habitants estra preparado para a era digital?

Sim estamos…

Mais preparados para fazer musica, compor, produzir tocar ao vivo.

Temos um VJ agora trabalhando com a gente, temos uma pessoa para filmagens também.

Quais são os planos agora e os futuros?

Agora? Já!… Ir jantar. rs…

Bom eu e o Jeff estamos preparando as bases.

Depois daqui uns 10 dias começamos os ensaios já com os outros músicos e nos prepararmos para fazer um show, para que o próximo seja melhor até ficarmos ótimos ao vivo (Live shows).

Conseguir espaços com bom palco, com boa qualidade e som.

Já estamos trabalhando em novas músicas, para um novo EP, e depois um novo álbum.

Alguma coisa tipo um documentário isso já mais para frente, não para já.

Vou começar a produzir o álbum de um cantor pop meio Folk enfim…

E começo um novo projeto ainda este ano de Rap e finalmente estrear como DJ profissional, e talvez produza outro cantor não daqui do Brasil.

Onde se vê nos próximos dez anos?

Trabalhando com musica seja la onde for!

Se pudesse escolher, tocaria fora do país; Londres, Nova Iorque (pois veio dela uma das primeiras mensagens de fax de um DJ que chegou na Cri du Chat, elogiando muito o álbum de estréia), França, Espanha, Capão Redondo (SP)… Sério no meião da Paraisópolis…

Todos os lugares tem sua cultura, aprendemos coisas, fazer amigos, parceiros.

Um sonho?

Viver!

Com muita saúde e música!

Alegrias!

Com meus amigos (amigos podem ser filhos, amigos que na verdade são irmãos muitos musico (a)s).

Um arrependimento?

Arrependimento!

Eu nao sei!… rs..

Ter vendido alguns equipamentos que vão ser muito difíceis de achar.

Um arrependimento mais serio, ter confiado em pessoas bem erradas, mas talvez isso tenha me ensinado…, talvez não me ensinou muito… Valeu pessoas erradas… rs.

Como se vê daqui a cinco anos dentro e fora da música?

Dentro da música.

Vejo-me um profissional muito feliz progredindo tecnicamente como compositor, como produtor, DJ, tecladista, vocalista, pianista, talvez outros instrumentos.

Ter minha própria gravadora, mas com novos álbuns e projetos.

Enfim com a corda, as teclas, os pads, os tambores!…

Fora a música, ter uma nova paixão daquelas que acabam em casamento…

Estar bem financeiramente para poder comprar muita bugiganga e equipamentos.

E claro se realmente casar de novo dai, né tem que produzir mais, comprar a cama de casal, meditando, sempre me reinventando, ser feliz!

Uma mensagem para os seus antigos fãs?

Putz obrigado.

Muito obrigado o Respeito é o mesmo (quem gosta da minha musica não sabe o bem que faz por mim), e continuem ouvindo vem coisa nova.

Sejam sinceros comigo, pois me importa muito a opinião de voces.

Entrem em contato um grande abraço!

Qual seria o discurso do Habitants hoje para angariar novos fãs?

Novos fâs? Ah entrem e ouçam se gostarem deêm um toque, escrevam, enviem opinioes se realmente gostarem. Comprem o novo album que saira em breve. Claro, se tiverem condicoes de comprar e entrem em contato.

Página oficial no Facebook: https://www.facebook.com/renatomalim

Vídeo do ensaio do Habitants:

Single “Drama” (lançado apenas em vinil 12”, gravadora: Cri Du Chat Disques):

Single “Shadow Flame” (da compilação “Minimal Synth Ethics 3”, gravadora: Cri Du Chat Disques):

Single “Swing Café” (do álbum “Home”, gravadora: Mundo Mix Music/Sony Music):

Single “Sintética” (do álbum “Home,” gravadora: Mundo Mix Music/Sony Music):

Single “Fumaça” (do álbum “Fumaça Blue”, gravadora: Tupy):

Conheça as músicas preferidas do Habitants:

ANOS 80:

 

BRYAN FERRY – “WINDSWEPT”

DEPECHE MODE – “DRESSED IN BLACK”

DURAN DURAN – “THE REFLEX VS ARENA VIDEO”

DURAN DURAN – “LIKE AN ANGEL (B SIDE)”

CULTURE CLUB – “TIME”

THE CURE – “PUSH”

ECHO AND BUNNYMAN – “KILLING MOON”

DAVID SYLVIAN – “RED GUITAR”

DURAN DURAN/DAVID BOWIE – “FAME” (B SIDE)

DAVID BOWIE – “THIS IS NOT AMERICA”

JAPAN – “TAKING ISLANDS IN AFRICA”

KAJAGOOGOO – “HANG ON NOW”

SIOUXIE AND BANSHES – “CRISTINE”

TEARS FOR FEARS – “PALE SHELTER”

THE SMITHS – “CHARMING MEN”

 

ATUAIS (MEIO ATUAIS ALGUMAS MUITO OUTRAS NEM TANTO):

 

TAME IMPALA – “LET IT HAPPEN”

LAST SHADOW PUPPETS – “BAD HABITS”

JUSTICE – “DANCE”

GORILLAZ/LITTLE DRAGON – “EMPIRE ANTS”

MONONEON – “RAIN”

JAMIROQUAI – “SHE S A FAST PERSUADER”

A TRIBE CALLED QUEST – “VERSES FROM THE ABSTRACT”

OPUS lll – “IT´S A FINE DAY”

MONONEON – “LALALA”

DAVID BOWIE – “BLACK STAR”

por Gonçalo Vinha

pics by Ney Ayres

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