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Indústrias culturais, criativas e desafios da inteligência artificial para a cultura são temas de debate entre Brasil e Coreia

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Missão do MinC na Coreia tem o objetivo de fortalecer o intercâmbio cultural entre os países

O Brasil e a República da Coreia têm 65 anos de relações diplomáticas.

Com o objetivo de fortalecer o intercâmbio cultural entre os países, o secretário-Executivo do Ministério da Cultura (MinC), Márcio Tavares, participou de uma série de atividades na capital Seul, entre os dias 3 e 5 de junho.

As indústrias criativas da Coreia foram pauta de encontro com o ministro adjunto de Assuntos Culturais Internacionais e Relações Públicas do Ministério da Cultura, Esporte e Turismo, Yong Hoseong.

A Coréia tem diversas políticas e ações importantes e estratégicas no ramo das indústrias criativas com reconhecimento internacional.

“A Coréia do Sul, com o K-Pop, tem sido cada vez mais fruto, também, do sucesso das suas políticas para a economia criativa. Nós também compartilhamos informações e falamos a respeito da nossa construção da Política Nacional para a Promoção da Economia Criativa. Afinal, o presidente Lula entende a cultura e o desenvolvimento da nossa economia criativa como prioridade. E nós estamos empenhados nessa construção”, afirmou Márcio Tavares.

No Brasil, a economia criativa é responsável por 3,11% do PIB e emprega cerca de 7,5 milhões de pessoas nas mais de 130 mil empresas formalizadas no setor.
 

Memorandos de Entendimento

Foram tratados durante o encontro dois Memorandos de Entendimento entre os países. O primeiro acordo trata da promoção de intercâmbios culturais e cooperação mais abrangente em áreas como audiovisual, festivais, patrimônio, design, museus, bibliotecas, arquitetura e gastronomia, que deverá ser assinado em breve pelos ministros dos dois países.

Já o outro memorando traz o tema dos direitos autorais e inteligência artificial. O assunto foi amplamente conversado entre os representantes dos dois países. “Os coreanos são nossos parceiros em nível global para garantir os direitos culturais. Eles também veem como uma necessidade a proteção dos direitos dos produtores, roteiristas, dos criadores de conteúdo”, explica o secretário Márcio Tavares. A previsão é que esse documento também seja assinado também em 2024.

“Além disso, o Ministério da Cultura coreano se colocou à disposição para apoiar a criação de um festival de cinema brasileiro na Coreia”, conclui o secretário.

K-Culture

Outra agenda de destaque na programação foi a reunião com o diretor da Korea Creative Content Agency (Kocca), Jo Hyun-rae, ex-ministro da Cultura, Esportes e Turismo da Coreia.

A Kocca é uma agência governamental de promoção de conteúdo K-Culture, que promove a produção, criação, distribuição e exportação de conteúdo criativo em diversos gêneros, como videogame, música, moda, animação e quadrinhos. Na reunião foi falado sobre os planos de expansão da agência, incluindo a instalação de um escritório no Brasil ainda em 2024.

“Conversamos sobre a promoção do conteúdo coreano para que a gente tenha a partir do próximo ano cada vez mais presença de compradores sul-coreanos nos nossos mercados que tem um enorme potencial para que a cultura do nosso país seja cada vez mais apreciada, consumida, valorizada”, explica o secretário do MinC.

Neste encontro o tema da inteligência artificial foi novamente debatido, em especial a questão da legislação. “Esse realmente é um ponto em comum entre os dois países, a preocupação em relação à inteligência artificial e os seus impactos sobre a produção de conteúdos e sobre o trabalho dos fazedores de cultura”, conta o coordenador-Geral de Assuntos Internacionais do MinC, Vinicius Gurtler.

“Esse também é um desafio para o Brasil, que busca, inclusive, tratar desse tema no âmbito do G20 deste ano, como um ponto de necessidade e atenção para a gente evoluir”, afirmou Márcio.

Também fez parte da agenda um encontro com a diretora do MMCA, um dos principais museus de arte do país, Kim Sunghee. Em seu atual plano de expansão (2022-2024), o MMCA destaca a “sustentabilidade como resposta às mudanças climáticas e avanços tecnológicos”.

“Nós nos reunimos com o Museu de Arte Contemporânea e de Arte Moderna da Coreia do Sul, onde nós alinhamos uma parceria com o Instituto Brasileiro de Museus para que a gente tenha cada vez mais também não só presença de circulação dos nossos artistas, mas intercâmbio técnico entre essas instituições”.

A agenda em Seul também contemplou o encontro com a embaixadora do Brasil no país, Márcia Donner e a reunião com o diretor do Seoul Design Foundation, Kyung Don Rhee. No primeiro encontro foram tratados os temas da presidência do Brasil no G20 e as oportunidades que se abrem para o relacionamento bilateral entre o Brasil e a Coreia, ambos membros do grupo. Já na segunda reunião foi explorado o potencial do desenvolvimento criativo da Coreia como um modelo e como uma oportunidade para o Brasil desenvolver as suas indústrias criativas.

A agenda do secretário teve continuidade na Ásia nesta semana, em visita oficial à China para participar da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação, onde também foram abordados temas da cultura e do desenvolvimento de parcerias entre os dois países.

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