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Evento

Jéssica Gaspar, Lirinha, Otto e Uli Costa celebram Luiz Gonzaga no Sesc Pinheiros, 20 e 21 de abril

Gonzaga Rei é uma homenagem a Luiz Gonzaga, concebida por artistas que se revezam para enaltecer sua carreira e maestria: Jéssica Gaspar, Lirinha, Otto e Uli Costa. A formação é baseada no tradicional trio de forró imortalizado por Gonzagão, com sanfona, zabumba e triângulo como base, ao lado de uma banda com pegada de rock setentista, com baixo, guitarra e bateria e um quarteto de cordas (violinos, viola e cello).

As vozes que acompanham essa formação única se relacionam de maneira muito íntima com a obra do Rei do Baião. A partir da televisão, da rádio e do festejo, a família de Jéssica foi atravessada por Gonzagão, mesmo sendo conduzida pela igreja. Já Uli, relembra o pai e o avô tocando sanfona, ambos com Gonzaga como referência e oração dos encontros familiares. Lirinha é convicto: Acredito que toda pessoa brasileira, principalmente envolvida com música, se relaciona com Luiz Gonzaga. Não só com a sua história, a memória da sua impressionante construção artística, mas também com os caminhos abertos por essa criação.

Otto, Jéssica Gaspar, Lirinha, e Uli Costa

O compositor, poeta e escritor brasileiro, diz esperar uma grande celebração para a noite, agradecendo por toda a obra de Luiz Gonzaga, por toda a sua mística, como prefere colocar. Destaca também que será uma noite de reunião de vozes da música contemporânea brasileira e um momento de conexão com a emoção das pessoas, de todas as origens, de todas as classes sociais, de todas as idades, que a música de Luiz Gonzaga é assim, e tudo isso através da sua música e poesia, diz Lirinha.

Uli conta sobre a relevância dessa celebração: Precisamos ouvir muito, mas muito mais Luiz Gonzaga, sair do Eurocentrismo. Colocar a sua obra em estudos acadêmicos, nas escolas, diariamente, pra reconectar o povo de maneira efetiva, para se ter orgulho do que somos. Penso que nós artistas fazemos bastante, um caminho diário pra manter essa identidade. Esse encontro é motivo de orgulho pra mim: estar entre tantos artistas que eu admiro e que também veem Luiz como referência maior.

Os quatro artistas consideram Gonzaga não somente uma referência na música pela tradição do ritmo mas por sua originalidade, por ter coragem de inventar. Jéssica, como artista multidisciplinar, não traça borda sobre essa influência: Nas minhas composições e criações, Gonzaga passa a ser referência, assim como Elza Soares, Sarah Cruz, Sara Tavares, Milton Nascimento, numa onda de compositores que cantam sobre a paz, que versam, que fazem a gente dançar, que fazem a gente encontrar um sentido de pertencimento na cultura negra, na cultura nordestina, na cultura brasileira, e eu como compositora me sinto muito feliz por poder me emaranhar nas canções dele, nas canções dos compositores que andavam com ele, que trouxeram interpretações fantásticas, então é desse jeito. Ele me influencia como compositora, como criadora.

No palco, os intérpretes são acompanhados por Cosme Vieira (sanfona), Zé Pitoco (zabumba e sax), Michelle Abu (triângulo/percussão), Rafa Moraes (guitarra), Lana Ferreira (baixo), Bruno Marques (bateria) e o Quadril Quarteto de Cordas, com Alice Bevilaqua e Mica Marcondes (violinos), Elisa Monteiro (viola) e Vana Bock (violoncelo). Direção musical de Rovilson Pascoal. A concepção e direção geral é de Otavio Argento.

Sobre os cantores

Jéssica Gaspar

Nascida no Rio de Janeiro e radicada em Diamantina, Jéssica Gaspar é artista multidisciplinar, escritora, compositora, performer, coreógrafa, educadora social, diretora artística, produtora independente, jovem mãe, pesquisadora e acadêmica no bacharelado interdisciplinar em Humanidades (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri). Com uma poesia sofisticada e timbre peculiar de voz, suas composições acolhem e suscitam reflexões importantes sobre ancestralidade, emancipação negra e feminina, escrevivência, necropolítica e História. Reconhecida pela composição e interpretação da canção Deus é uma mulher preta, enredo no carnaval de Salvador em 2020, com o Bloco Okánbí, a artista já se apresentou em espaços culturais consagrados como o Circo Voador-RJ, o Auditório Ibirapuera-SP, Casa Natura Musical e FAN – Festival de Arte Negra de Belo Horizonte-MG

Lirinha

José Paes de Lira é um inventivo artista brasileiro que atua na zona de fronteira entre a música, as artes cênicas e a literatura. Em 1997, idealizou e construiu o espetáculo cênico musical Cordel Do Fogo Encantado, novidade impactante e original vivenciada pela música pernambucana. Lirinha desenvolve espetáculos que misturam poesia e música, como a performance poético-musical Poesia Eletrônica.

Lirinha viu suas canções serem trilhas de diversas obras audiovisuais, como nos filmes Deus é Brasileiro (Cacá Diegues), com a canção Os anjos caídos, e em Lisbela e o Prisioneiro (Guel Arraes), com a canção O amor é filme. Como autor, o artista assina três livros: Coletânea virtual Geração 00, organizada por Heloísa Buarque (2005), O Garoto Cósmico – FTD (2007) e Mercadorias e Futuro – Ateliê Editorial (2008).

Uli Costa

Cria do Capão Redondo, periferia da zona sul de São Paulo, Uli Costa, cabocla urbana, cantora e compositora, nos brinda com um repertório fortemente afro-brasileiro e afro-latino, com influências da cumbia, do samba, do jazz, dos terreiros e do rap.

Atuando profissionalmente há 26 anos, 20 deles como líder da Sandália de Prata, a cantora segue desenvolvendo seu trabalho solo, após já ter cantado em duetos com Elza Soares, Jair Rodrigues, Wilson Simoninha, Emicida, Fernanda Abreu, Bnegão, Ellen Oléria, entre outros. Na turnê de seu álbum Quem sou eu, excursionou por Alemanha, Espanha, Equador e Colômbia. Representou a música brasileira na Rússia, durante a Copa do Mundo de 2018, ao lado de artistas como Emicida, Mart´nália, Hermeto Pascoal, Liniker, Curumin, dentre outros.

Otto

Não há limites para a musicalidade de Otto. Ao longo de quase três décadas de estrada, o cantor, percussionista e compositor nascido no sertão pernambucano experimentou diversos estilos ― do maracatu ao brega, passando por manguebeat, samba, rock, eletrônica e além ―, criando uma sonoridade notavelmente peculiar. Quase três décadas de música não abalaram o vigor do artista, que carrega consigo o estandarte da música brasileira feita com a alma ― e para a alma. Esse ânimo explica, em parte, o sucesso de suas performances por onde quer que passe, do norte ao sul do país, com sua presença de palco marcante e as jams conduzidas pelos músicos competentes pelos quais vive rodeado. Como poucos antes dele conseguiram fazer, Otto expande os horizontes da sonoridade brasileira, e segue sem acreditar em limites.

Gonzaga Rei

Dia: 20 e 21 de abril • Sábado, 21h e domingo, 18h.

Duração: 60 minutos

Local: Teatro Paulo Autran

Classificação: 12 anos

Ingressos: R$60 (inteira); R$30 (meia) e R$18 (credencial plena)

Sesc Pinheiros – Rua Paes Leme, 195 

Estacionamento com manobrista: Terça a sexta, das 7h às 21h; sábado, domingo e feriado, das 10h às 18h.

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