Após 2 anos de hiato derivado da pandemia Covid19, a quarta edição do “JN North Festival” pode ser considerado aquela que oficialmente abriu a temporada de festivais portugueses em 2022.
Nascido em 2017 na cidade de Guimarães, o “Festival do Norte” passou a se realizar na galardoada cidade do Porto, às margens do Rio Douro e instalado nas históricas e multifuncionais dependências da Alfândega do Porto, conseguindo ali algumas de suas características ímpares.
Organizado pela “Vibes & Beats”, com cartaz eclético e mais de duas dezenas de artistas, o festival desta vez foi dividido em 3 dias, nomeados “Let´s Rock”, “Let´s Dance” e “Let´s Remember”.
O recinto é bem provido em Serviços, Restauração e também reserva espaço para a contemplação do pôr do sol.
Para além da programação do palco principal e com o intuito de proporcionar experiências singulares aos festivaleiros, a organização reservou também a possibilidade de passeios de barcos rabelo no Rio Douro e “espaço clubbing” para as After Parties, com nomes como Riot, Marc Vedo, Throes + The Shine, Zanova, Peace Maker!, DJ Vibe e Moullinex & Xinobi.
A quinta-feira focou na música portuguesa, com as apresentações de S. Pedro, Paraguaii, Paus, ZEN, Linda Martini e culminou com os Ornatos Violetas, a celebrar os 30 anos de existência, o seu regresso aos grandes palcos nacionais e o retorno dos festivais ao país.
O segundo dia contou com a participação de Cassete Pirata, T-Rex e do emocionado artista gaiense Domingues, responsável por temas como “Romance de Cinema”.
Ainda em onda rapper, foi a vez de Capicua, artista portuense que segue a destruir estigmas do Hip-Hop e que declamou suas rimas envelopadas por sonoridades cintilantes, como a pérola presente no palco.
Temas envolventes como “Gaudi”, “Madrepérola”, “Circunvalação” e “Planetário” mereciam um público mais composto para um concerto que se revelou um dos pontos altos do festival.
Já com Sol posto, a afluência consideravelmente aumentou para as festivas e pirotécnicas apresentações dos renomados DJs internacionais.
A iniciar por Robin Schulz, alemão conhecido por temas como “Waves” e “Sugar”, que acrescentou alguns hits em seu set e incendiou a pista do palco principal.
Na mesma batida e não menos empolgante, o neerlandês Don Diablo, ocupante da 7ª posição no DJ MAG Top, despejou material exclusivo e vibrante para encerrar a sexta em grande.
O último dia, destinado a bandas clássicas, iniciou com o rock alternativo dos Keep Razors Sharp e em seguida o palco foi preenchido com os inúmeros elementos do interessante Conjunto Cuca Monga, “Big Band” que reúne artistas como Capitão Fausto, Ganso, Luís Severo, Rapaz Ego e Zarco.
Outro indiscutível ponto alto foi a apresentação dos incontornáveis GNR, o Grupo Novo Rock, que assinalaram os 40 anos de carreira oferecendo uma atuação repleta dos maiores clássicos da banda, acompanhados com entusiasmo pelo composto recinto.
Com sua mescla única entre o Rock, Country e Folk, os primeiros escoceses a subirem ao palco foram os The Waterboys que realizaram uma apresentação empolgada, dinâmica e com todos os êxitos da banda, como “The Whole of The Moon”, que levaram os festivaleiros ao êxtase.
Para encerrar o festival, subiram ao palco os The Jesus and Mary Chain, com seu tradicional “dark shoegaze”.
Muito fumo, pouca interacção, temas de culto (por vezes com erros e repetições) e alguns momentos de costas viradas para o público; tudo esteve presente. Infelizmente não foi o show que empolgou de todo a audiência.
Com temperaturas a anunciar o verão e num dos melhores destinos turísticos do mundo, situado em localização com beleza ímpar e com cartazes que certamente atingem algumas das suas preferências musicais; a bússola dos festivais continuará a indicar o Norte, o North Festival.
Websites:
www.northmusicfestival.com |www.facebook.com/northmusicfestival |www.instagram.com/northmusicfestival
especial collab by Luiz Soncini e pics by Luciana Ribeiro