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Lollapalooza, chegou bem grande na 10ª. edição

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O Lollapalooza Brasil (leia mais: https://www.djsound.com.br/?s=lollapalooza), chegou na maioridade em sua 10ª. edição.  Seu maior diferencial perante outros festivais internacionais em solo brasileiro e mesmo entre os festivais “made in Brazil”, é sem dúvida o de apostar em novos nomes em seus palco, que algumas edições depois se tornam grandes nomes e consequentemente headliners, caso da Aurora nesta edição de 2023.

Nesta 10ª. edição o festival também deixou de ser realizado pela produtora T4F (que agora detém o festival espanhol Primavera Sound | www.instagram.com/primaverasoundsaopaulo), adquirido da norte-americana Live Nation, que por sua vez passa a operar o Lollapalooza no Brasil a partir de 2024.

O Lollapalooza é um dos festivais mais ricos realizados no Brasil, com ingressos em torno de R$1.500,00 (por dia, com taxa de conveniência), e gera R$400 milhões de reais para a cidade de São Paulo ficando entre ao no Top 3 dos eventos (ao lado da Parada Gay e do Grande Prêmio de Fórmula 1), realizados na capital paulista com a maior arrecadação no setor de turismo, hotelaria e alimentação e gerando mais de 3 mil empregos diretos relacionados ao festival. 

A única derrapada do Lollapalooza 2023 foi deixar Drake não vir e anunciar a não vinda do mesmo no dia do evento quando a organização sabia do fato alguns dias antes, tanto que o DJ norte-americano Skrillex, que substituíu Drake, foi visto e fotografado com fãs na capital paulista desde 22/03, quando o show de Drake era no domingo 26/03.

Os fãs não perdoaram o festival e nem Drake que teve de bloquear os comentários em seu instagram para conter a decepção e fúria dos fãs.

O Lollapalooza bateu mais de 300 mil pessoas nesta sua edição histórica de 10 anos, ao qual testemunhamos desde sua primeira edição (as duas primeiras no Jockey club de SP), e depois a mudança muito acertiva do festival ser transferido para o Autódromo de Interlagos;  e foi lindo ver o festival ser abraçado pelo público e crescer de forma exponencial; e agora já dentro de um limite de conforto para o público especialmente na mobilidade interna do festival com grandes  (e assustadores, especialmente para notívagos), deslocamentos de público. 

Vamos ao saldo final de cada um dos dias do evento em nossa maratona:

24/03 – Sexta | Público presente: 103.350 pessoas

Os DJ´s brasileiros não apresentaram nada de novo (a farofa comeu solta!), tocaram para pouca gente numa plateia vazia,  só se salvou o gigantismo de Pedro Sampaio atestando que é um dos artistas brasileiros com maior destaque no país. O palco Perry´s estava na sua maior lotação (das últimas três edições do festival), e Pedro Sampaio foi no mínimo apoteótico com tocos os seus hits, e vários solos nos disparos da sua Akai-MPC, onde metralhou seus hits de forma massiva com o público indo a loucura. Literalmente 80% do público presente no festival (as 18h), estava de frente para Pedro Sampaio,  que depois do Lollapalooza faz tour em Portugal (três datas, incluindo Açores) e Espanha, num resort em Punta Umbria, num spring break similar a Miami Music Week, em Miami. 

Na ala internacional no palco Perry´s Nora Em Pure, e Claptone velhos conhecidos dos brasileiros fizeram o de sempre entregando boas apresentações, o destaque foi mesmo para John Summit que arrasou de forma bombástica e merece voltar em clubs ou mesmo em festivais. 

A dupla Polo & Pan foi outra atração bacanuda no palco Adidas, depois seguimos para ver a sensação mundial, o rapper Lil Nas X (que está tendo seu novo álbum mixado por ninguém menos que Thomas Bangalter do Daft Punk), com direito a aparição de Pablo Vitar, a Dance Music comeu solta aliada aos figurinos extravagantes do rapper.

Mas o dia era da jovem Billie Eilish, que fez uma apresentação surpreendente com o público em uníssono nas músicas, ela foi acompanhada pelo irmão que disparava as bases e tocava os synths e de um baterista. Apresentação energética e emotiva, o público em sua boa parte foi para ver sua performance, o dia e a noite eram dela e o show nos agradou em muito!

25/03 – Sábado | Público presente: 98.500 pessoas 

O segundo dia do festival, estava com o sol a pino castigando os presentes, mesmo para nós festivaleiros natos. No palco Perry´s foi o alemão D-NOX que imputou ritmo, a dupla Almanac surpreendeu levantando a galera sendo o melhor set do dia até então. Liu parecia um passarinho num set arroz com feijão, prato cheio para Mochakk nova sensação brasileira que esta ganhando o mundo graças a performance de cabine (com poses engraçadas e inusitadas!), e acima de tudo pela sonoridade diferenciada, como sua característica mostrando ter uma imagem própria que muitos artistas dificilmente conseguem especialmente no meio DJ onde muitos se copiam. Foi tudo bem do início ao fim! Chegava a hora do alemão Purple Disco Machine (num set igual ao do EDC México, realizado dias antes), de forma elegante misturou house music com disco, havendo pitadas de ítalo-disco, em mixagens perfeitas.

Público foi a loucura com sorrisos, mãos para cima, pura body music para o corpo e alma além de ter tido uma das melhores iluminações feitas para um DJ no festival, incluindo lasers (Alok o show não foi só teu em 2022!), num colorido cativante.

O contraste de Purple Disco Machine foi o DJ set híbrido (com uso de sintetizadores modulares) de Jamie XX, num som esquisitóide e cabeçudo (os discos da Warp em casa me fariam melhor), dava náuseas num clima after hours com palco de iluminação escura, foi um anticlímax derrapante do line up feito pela curadoria do Lollapalloza, afinal Jamie XX era dispensável (muito melhor em seu formato Live Act, visto por este escriba), e merecia um eject supremo! A dupla Twenty One Pilots e Tame Impala foram os grandes nomes do dia no palco principal, além é claro do esquizo Jane´s Addiction, banda de Perry Pharrel, criador e fundador do Lollapalooza que era para ter tocado na edição 2022 do festival mas que acabou remarcando para esta 10ª. edição, momento mais que apropriado. 

26/03 – Domingo | Público presente: 100.750 pessoas

A maratona do terceiro dia exigiu muito líquido com o sol escaldante.

No palco Perry´s o DJ Santti sofreu com um set mixado onde deu apenas um play, e o som esgasgou parando literalmente quebrando a vibe (mas que vibe?!), onde o desespero o levava ao microfone com uma dicção horrível (muitos DJs precisam de curso para aprender a falar ao microfone!). No mesmo palco o trio Rooftime fez bela apresentação e mostrando o significado de ser o artista número #1 do selo Controvérsia de Alok.

De lá partimos para o palco Budweiser onde vimos uma impressionante apresentação de L7NNON, que mostrou o trap e funk de quilate sonoro que nada fica a dever a nomes como Drake (o L7NNON mandou indiretas pela ausência de Drake no festival), pedindo para o público valorizar o que era feito aqui no país. Ficamos chapados com a sonoridade e potência do soundsystem que estava rampante nos ouvidos!

De lá fomos para o palco Adidas ver o show de Baco Exu do Blues, que emocionou na musicalidade e também tirou barato com a ausência de Drake no festival. 

A essa altura o Lolla tinha passado da sua metade da duração e vimos a apresentação da espanhola Rosalia, com uma introdução de show das mais espetaculares do festival num palco especialmente preparado para ela e seus dançarinos, foi puro dancefloor com o publico cantando seus sucessos. Já no caminho de saída do festival paramos para ouvir Skrillex que ocupou o horário de Drake, esta segunda vinda do norte-americano no Lollapalooza Brasil foi pesada e tinha música brasileira no meio com direito a participação da cantora Ludmilla.

Mas fomos mesmo curtir o set do holandês Armin van Buuren que teve a missão de encerrar o festival.

O rei do trance mesclou as melodias do estilo com pedradas sonoras e o público estava em êxtase.

Armin comunicava-se pelo microfone e pelos seus habituais belos visuais aliados ao soundsystem potente e uma iluminação com muito laser vista nos melhores festivais de EDM

by Gonçalo Vinha e pics by Emiliano Boccato

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