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Manic Street Preachers sinaliza seu retorno

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O trio galês Manic Street Preachers apresenta desde 1986 um dos sons mais sólidos do rock. Por “sólido”, entenda-se um pós-punk sem medo de soar às vezes como hard rock.

Nas letras e nas atitudes, uma posição política frontalmente oposta ao liberalismo.

Manic Street Preachers

Os Preachers faziam shows em Cuba muito antes que a ida à ilha de Fidel virasse por um tempo uma “modinha” entre bandas que queriam ser descoladas. Além de 14 álbuns de estúdio, James Dean Bradfield (vocal e guitarra), Nicky Wire (baixo) e Sean Moore (bateria) já soltaram 57 singles, entre eles alguns hinos que vão do rock debochado ao politizado.

No último domingo, a banda foi ao programa de Jools Holland na BBC e mostrou duas canções novas, “Decline & Fall” e “Hiding in Plain Sight” (clique nos títulos para conferir como foram as apresentações).

Elas vão fazer parte do novo álbum, “Critical Thinking”, previsto para o início do ano que vem. São canções de peso, que não fazem feio aos hits de mais duas décadas atrás, que cooptaram gerações.

Exemplos podem ser lembrados nos clipes de “Slash ‘n’ Burn”“Everything Must Go” ou nas canções abertamente de ativismo proletário “If You Tolerate This Your Children Will Be Next” e “The Masses Against the Classes”.

Quem não conhece a banda pode facilmente se encantar com o som dos Preachers, e certamente merece conhecer o episódio mais tenebroso de sua carreira.

Na primeira metade dos anos 1990, a banda era um quarteto, acrescido do guitarrista Richey Edwards. Ele foi desde o início o integrante problemático do grupo, com alto consumo de álcool e drogas que o deixava um tanto afastado do trio de colegas.

No dia primeiro de fevereiro de 1995, ele abandonou o hotel onde estava hospedado, em Londres, deixando no quarto passaporte e cartões de crédito.

Edwards nunca mais foi visto. Seu carro foi encontrado uma semana depois, perto da ponte Severen, em Bristol, local conhecido como palco de suicídios.

Depois do impacto inicial do episódio, o trio seguiu em frente e em 1998 e 2001 lançou seus melhores álbuns, respectivamente “This Is My Truth Tell Me Yours” e “Know Your Enemy”, bem raivosos. Depois dos bons momentos na BBC, há poucos dias, resta esperar por “Critical Thinking” e descobrir qual é o “pensamento crítico” que os eternos ativistas do rock desejam compartilhar.

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