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Mercado de venda de Direito Autoral: nova onda de comercialização

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O mercado musical está vivendo uma fase de transformação e crescimento impulsionado pela ascensão de artistas midstream — aqueles que preenchem o espaço entre o underground e o mainstream. Também fluem por uma estética de maior liberdade criativa e contratos mais flexíveis, fora do roteiro das majors. Nomes como Silva, Marina Sena, Duda Beat, Liniker, BaianaSystem, Luedji Luna e o duo Anavitória são exemplos dessa categoria, que vem conquistando cada vez mais relevância, sobretudo por meio das redes sociais. Com avanço da tecnologia e das plataformas de streaming, surgiram novas oportunidades no mercado musical que permitem que esses artistas monetizem seus trabalhos de maneira expressiva e imediata.

Os artistas midstream, antes considerados “indies”, diferenciam-se por não dependerem exclusivamente dos meios tradicionais, como televisão e rádio, para obter visibilidade. Em vez disso, utilizam as plataformas digitais para construir uma base sólida de fãs e estabelecer suas carreiras. “As oportunidades no midstream apresentam uma perspectiva positiva. Com as ferramentas da internet e das redes sociais, o acesso à música foi democratizado, favorecendo artistas que sabem se posicionar estrategicamente”, afirma Bruno Savastano, fundador da Powerhouse, broker estratégico que lidera a venda de catálogos musicais no Brasil.

Sustentado pela força do streaming, a comercialização de catálogos musicais, que antes era um privilégio de grandes estrelas e das majors, agora está ampliada. Nesse contexto, as plataformas de compra e venda de direitos autorais têm criado uma nova dinâmica no mercado musical, oferecendo a possibilidade de viver de música por meio da remuneração tecnológica e do uso de tokens. Entre as plataformas globais, destacam-se: ANote (Luxemburgo), Songvest (EUA, que permitem artistas disponibilizem seus catálogos musicais para investidores, que, em troca, recebem parte dos royalties gerados.

Durante a pandemia, essas plataformas se consolidaram, levando o mercado de venda de direitos musicais passar por uma verdadeira revolução. A necessidade de liquidez levou muitos artistas a venderem seus catálogos, e novas plataformas surgiram para atender essa demanda. A democratização dessa economia permitiu que músicos de diferentes níveis garantissem uma fonte de renda sustentável em tempos de crise. Artistas midstream passaram a se beneficiar diretamente desse modelo, já que seus catálogos, mesmo que não gerem cifras exorbitantes, oferecem estabilidade.

“Esses catálogos, geralmente gerando entre R$ 30 mil e R$ 40 mil por ano, são atraentes para empresas que adotam uma estratégia de volume. Em vez de apostar em um único sucesso, essas plataformas acumulam uma série de catálogos menores, garantindo um retorno contínuo e diversificado. A Bell Partners e a Hurst, por exemplo, se destacam no Brasil adquirindo catálogos midstream, expandindo suas participações no mercado local, além dos big ones”, explica Bruno Savastano.

No Brasil, embora o mercado ainda esteja em fase de amadurecimento, já há sinais claros de potencial significativo. Os catálogos musicais são considerados ativos financeiros, e para os artistas midstream, que ainda experimentam certa volatilidade, o momento da venda pode ser crucial. Esse aquecimento no mercado de compra e venda de direitos musicais reforça o posicionamento estratégico do país, que tem se destacado globalmente no cenário do streaming. Plataformas como Spotify, que cresce cerca de 30% ao ano, são exemplos claros desse dinamismo.

“O grande diferencial dessas plataformas é a ausência de custo de capital, permitindo que fãs e pequenos investidores adquiram catálogos diretamente, sem intermediários, o que aumenta o valor final da transação e democratiza o mercado.”, explica Bruno. Com uma gestão fiscal mais eficiente e a ampla adesão às plataformas digitais, o Brasil tem potencial para representar até 20% do mercado global. Esse avanço atrai investidores estrangeiros e expande as oportunidades para artistas midstream. “O cenário brasileiro é extremamente otimista, com o mercado musical em constante ascensão, impulsionando novas oportunidades e consolidando o país como um polo dinâmico”, conclui.

A Powerhouse

Recentemente, a intermediação da Powerhouse na venda da Adaggio, que possui catálogos de artistas como Legião Urbana, Mamonas Assassinas, Jorge Aragão e Cidade Negra, para a sueca Bell Partners por R$ 150 milhões destaca a atuação da empresa no mercado musical.

Entre as transações notáveis, estão os direitos autorais do produtor Sterling Fox, conhecido pelo hit “Video Games” da Lana del Rey, que também trabalhou com Maroon 5, Britney Spears, Madonna e Avicii. Bruno Savastano facilitou a venda dos direitos autorais do guitarrista Logan Mader, da banda Machine Head, para um fundo europeu, evidenciando sua capacidade de conectar talentos a oportunidades estratégicas.

Além disso, Savastano é reconhecido por descobrir e desenvolver produtores e compositores que criaram sucessos para artistas como The Weeknd, Joji, John Legend e Hot Chip. Como A&R, ele foi fundamental para o sucesso de “Sanctuary”, de Joji, e facilitou a colaboração entre Daniel e Doc McKinney, resultando no single “Sidewalks” do The Weeknd com Kendrick Lamar.

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