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Música como ativo financeiro: plataforma de ativos digitais do MB

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No mercado de música brasileiro, um dos mais promissores do mundo, a inovação tecnológica está abrindo espaço para novos modelos de investimento. Impulsionada pela tecnologia blockchain, a tokenização de royalties musicais tem oferecido aos investidores uma nova forma de diversificação, enquanto dá aos artistas uma maneira inovadora de financiar projetos.

Um exemplo emblemático dessa tendência é a música “Manda um Oi”, interpretada por Simone Mendes e a dupla Guilherme & Benuto. Com mais de 560 milhões de reproduções nas plataformas digitais, a canção é agora parte de um modelo que permite aos investidores adquirirem frações de seus royalties futuros, gerados por execuções públicas e reproduções em plataformas como Spotify e YouTube, com valores iniciais a partir de R$100. A oferta está disponível no aplicativo do MB, na seção de Renda Variável Digital, que reúne ativos tokenizados de diversos setores. Nesse espaço, startups também utilizam a tokenização como uma estratégia para captar recursos, conectando seus negócios a uma base mais ampla e diversificada de investidores.
 

A operação, estruturada pela gestora americana MZIC LLC e disponibilizada no Brasil pela plataforma de ativos digitais do MB, exemplifica o potencial da tokenização no setor de ativos alternativos. “A tokenização de royalties musicais democratiza o acesso a um mercado que sempre foi restrito, permitindo que investidores comuns se conectem diretamente ao desempenho de uma obra”, explica Reinaldo Rabelo, CEO do MB.
 

A lógica do investimento em royalties musicais

A ideia por trás do modelo é relativamente simples: cada token adquirido por um investidor representa uma fração dos royalties futuros da música. O retorno, projetado entre 10,9% e 23,4% ao ano, é pago trimestralmente ao longo de uma década. É uma oportunidade de longo prazo, já que o ativo não possui um mercado secundário, ou seja, os tokens não podem ser revendidos antes do prazo final.
 

O mercado musical brasileiro, que em 2023 faturou R$2,86 bilhões — um crescimento de 13,4% em relação ao ano anterior —, é um dos motores dessa expansão. O streaming é responsável por 87% dessa receita, consolidando-se como a principal fonte de renda da indústria fonográfica. No ranking global, o Brasil ocupa a 9ª posição, sendo o segundo país que mais cresce no top 10, atrás apenas da China.
 

Nesse cenário, o sertanejo é o gênero mais popular. Das dez músicas mais reproduzidas no primeiro semestre de 2023, oito eram do gênero, incluindo “Manda um Oi”. Apenas nos últimos 18 meses, o hit gerou R$1,04 milhão em royalties, divididos entre execuções públicas (R$471 mil) e streaming (R$565 mil).
 

Tecnologia como aliada da democratização

Além do potencial financeiro, “Manda um Oi” reflete a relevância dos artistas envolvidos. Simone Mendes, após o sucesso ao lado da irmã Simaria, consolida sua carreira solo com números impressionantes: mais de 1,5 bilhão de streams em plataformas digitais. Já Guilherme & Benuto, com mais de 9 milhões de ouvintes mensais no Spotify e 2,8 bilhões de visualizações no YouTube, são expoentes da nova geração do sertanejo.
 

No coração da operação está a blockchain, tecnologia que viabiliza a tokenização. Essa inovação oferece rastreabilidade e transparência em transações financeiras, garantindo que cada investidor receba os valores correspondentes à sua participação nos royalties. Para o MB, que já movimentou mais de R$40 milhões em captações em apenas seis meses, essa abordagem não é apenas uma inovação técnica, mas uma resposta à demanda por maior segurança e acessibilidade nos investimentos alternativos.
 

“A tokenização permite trazer liquidez e diversificação ao portfólio do investidor, ao mesmo tempo em que dá aos artistas uma nova forma de monetizar seu trabalho sem depender apenas das plataformas de streaming”, complementa Rabelo.
 

O futuro dos investimentos criativos

Com a crescente relevância do streaming e a estabilidade de gêneros como o sertanejo, os royalties musicais emergem como uma opção sólida no mercado de ativos alternativos. O Brasil, como um dos mercados musicais mais vibrantes do mundo, está em posição estratégica para liderar essa transformação. “A música sempre foi uma expressão de valor cultural. Agora, é também uma expressão de valor financeiro,” conclui. “Estamos apenas no começo de uma nova era, onde criatividade e investimento caminham lado a lado.”
 

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