Uma das vozes mais marcantes da cena contemporânea, Sued Nunes une talento, força e axé no seu mais novo álbum “Segunda-feira” (Natura Musical). O lançamento é uma ode à ancestralidade, aos caminhos e ao dono desses caminhos: Exu. Ela banha no dendê, cada verso e comprova com este projeto, que é a nova voz da Bahia preta. E ainda que os ensinamentos das suas canções servem como esperança, cura, aprendizado enquanto a gente dança ou vive um amor de verão. Produzido por Issa e com arranjos de percussão de Ícaro Sá, “Segunda-feira” chega conta com a distribuição da Alá/The Orchard, além das participações de Dona Dalva do Samba e do grupo nigeriano Kabusa Oriental Choir. Os shows de estreia estão marcado para os dias 1 de novembro no Pelourinho em Salvador e 14 de novembro na Casa Natura, em São Paulo.
“Se existir uma forma mais verdadeira de falar sem ser através do movimento das ruas, eu não conheço. Ter olhado para isso foi fundamental para criação das músicas deste álbum porque eu queria trazer tudo que tem acontecido comigo desde que saí do recôncavo pra cantar”, conta a artista nascida em Sapeaçu Bahia, filha de Dona Antônia e Seu Nal e que fazia poesia para ler para as pessoas na rua.
“Eu fiz um disco que representa o que eu sou agora. Essa é a régua para me preservar e preservar o que acredito que minha música seja. Tomar consciência disso foi importante para esse momento e pros que virão. Eu quero que este álbum fique junto com os livros de história. Aqueles cantados por outras vozes que fizeram da música uma ferramenta de poesia mas também de corte. Vozes que inspiraram pessoas como eu a cantar, que me mostraram que há palco para quem quer falar as coisas que eu vejo e como vejo”, acredita.
Em “Segunda-feira”, Sued Nunes canta sobre Exu, mas só cita seu nome na primeira faixa “Eixo”. “Ele é tudo que está acontecendo. Da sagacidade ao estado de alerta, do interior ao trajeto da capital, do sonho às tomadas de atitude, da proteção à minha relação com o corpo e sua sensualidade… Exu costura todas essas linhas e é por isso que nas minhas eu não repito pra chamar. Eu apenas conto porque já está. Fé e música se encontram no início”, garante.
Sobre os ritmos que embalam “Segunda-feira”, os tambores são sempre destaque. “É impossível a música nesse território sem o batuque, as claves de tempo, a rítmica dos cultos africanos. Depois que você acessa de fato sua história, ora batendo palma e pede caminhos abertos dançando é até mais fácil dizer que não há encontro porque música e fé por aqui nunca se separaram”, define.
Uma realização da Giro Planejamento Cultural, o projeto tem patrocínio da Natura Musical e do Governo do Estado, através do Fazcultura, Secretaria de Cultura e Secretaria da Fazenda.
“Segunda-Feira” foi selecionado pelo edital Natura Musical, por meio da lei estadual de incentivo à cultura da Bahia (FazCultura), ao lado de DecoloniSate, Festival da Diversidade: Paulilo Paredão, Festival Frequências Preciosas, Gabi Guedes, Melly e Sued Nunes. No Estado, a plataforma já ofereceu recursos para mais de 80 projetos de música até 2022, em diferentes formatos e estágios de carreira, como Margareth Menezes, Luedji Luna, Mateus Aleluia, Mahal Pita e Casa do Hip Hop da Bahia
1- Eixo
Letra e composição: Sued Nunes
Direção musical: Sued Nunes
Produção Musical: Issa Mulumba
Guitarra: Igor Skay
Percussões: Ícaro Sá e Jadson Xabla
Captação por Paulinho Rocha no A Lagoa Grande Estúdios
Mixagem: Guigo Berger
Assistente de Mixagem: José Miziara
Masterização: Alexandre Rabaço
2- Bobeira
Letra e composição: Sued Nunes
Direção musical: Sued Nunes
Produção Musical: Issa Mulumba e Lucas Carvalho (C-afrobrasil)
Percussões: Ícaro Sá e Jadson Xabla
Captação por Paulinho Rocha no A Lagoa Grande Estúdios
Mixagem: Guigo Berger
Assistente de Mixagem: José Miziara
Masterização: Alexandre Rabaço
3- Nem Tenta feat Kabusa Oriental Choir
Letra e composição: Sued Nunes e Austin Chinemezu Nwamara
Direção musical: Sued Nunes e Austin Chinemezu Nwamara
Produção Musical: Issa Mulumba
Guitarra: Igor Skay
Percussões por Ícaro Sá e Jadson Xabla
Vozes coro: Kabusa Oriental Choir
Captação por Paulinho Rocha no A Lagoa Grande Estúdios, Salvador, Bahia; e por David
Chifumnanya Elumelu no estúdio Wavygang Multimedia, Abuja FCT , Nigéria.
Mixagem: Guigo Berger
Assistente de Mixagem: José Miziara
Masterização: Alexandre Rabaço
4- Um lance
Letra e composição: Sued Nunes
Direção musical: Sued Nunes
Produção musical: Issa Mulumba
Guitarra: Igor Skay
Percussões por Ícaro Sá e Jadson Xabla
Captado por Paulinho Rocha no A Lagoa Grande Estúdios
Mixagem: Guigo Berger
Assistente de Mixagem: José Miziara
Masterização: Alexandre Rabaço
5- Menino Molhado
Letra e composição: Sued Nunes
Direção musical: Sued Nunes
Produção musical: Issa Mulumba
Guitarra: Igor Skay
Percussões por Ícaro Sá e Jadson Xabla
Captado por Paulinho Rocha no A Lagoa Grande Estúdios
Mixagem: Guigo Berger
Assistente de Mixagem: José Miziara
Masterização: Alexandre Rabaço
6- Mais do que um poste pode fazer por uma rua
Letra: Sued Nunes
Direção e produção: Sued Nunes
Captado por Paulinho Rocha no A Lagoa Grande Estúdios
Mixagem: Guigo Berger
Assistente de Mixagem: José Miziara
Masterização: Alexandre Rabaço
7- Propósito
Letra e composição: Sued Nunes
Direção musical: Sued Nunes
Produção musical: Issa Mulumba
Arranjo: Igor Skay e Felipe Pires
Violão: Felipe Pires
Captado por Paulinho Rocha no A Lagoa Grande Estúdios
Mixagem: Guigo Berger
Assistente de Mixagem: José Miziara
Masterização: Alexandre Rabaço
8- Deixa o menino jogar
Letra e composição: Alexandre Carlo Cruz Pereira do Natiruts
Direção musical: Danilo Panda
Produção musical: Danilo Panda
Guitarra: Jad Venttura
Captado por Paulinho Rocha no A Lagoa Grande Estúdios
Mixagem: Guigo Berger
Assistente de Mixagem: José Miziara
Masterização: Alexandre Rabaço
9- Palavra perdida
Letra e composição: Sued Nunes
Direção musical: Sued Nunes
Produção musical: Issa Mulumba
Guitarra: Igor Skay
Percussões por Ícaro Sá e Jadson Xabla
Captado por Paulinho Rocha no A Lagoa Grande Estúdios
Mixagem: Guigo Berger
Assistente de Mixagem: José Miziara
Masterização: Alexandre Rabaço
10- Se essa rua fosse minha feat Dona Dalva do Samba
Letra e composição: cantiga popular
Direção musical: Sued Nunes
Produção musical: Issa Mulumba
Percussões por Ícaro Sá e Jadson Xabla
Coro por Samba de Dona Dalva
Captação do coro no estúdio da Orquestra Reggae de Cachoeira
pelo Maestro Flávio Santos em Cachoeira-Ba
Captação de voz de Sued Nunes por Paulinho Rocha no A Lagoa Grande Estúdios
Mixagem: Guigo Berger
Assistente de Mixagem: José Miziara
Masterização: Alexandre Rabaço
Sobre a artista
Nascida em Sapeaçu (BA), Sued Nunes começou sua jornada musical aos 7, quando ganhou seu primeiro violão. Apresentou-se em igrejas, formaturas e casamentos, e foi com os anos de carreira que a artista do Recôncavo Baiano faz da música portal para abordar temas que a atravessam como mulher, negra e de axé. Voz potente da MPB, música preta brasileira, traz também a religiosidade em suas canções. E é em Cachoeira (BA), um dos grandes lugares de preservação da cultura africana no Brasil, que firma sua trajetória como cantora e compositora enquanto cursava História na UFRB e lançava seu primeiro trabalho completamente autoral. Sua sensibilidade é premiada como ‘Melhor Música e Letra’ no 19 Festival de Música Educadora FM e como ganhadora da seletiva que deu origem ao seu primeiro clipe. Sued tem uma carreira marcada pela coragem de desbravar e pela construção coletiva, saindo da Bahia para se apresentar em uma série de estados brasileiros. Dividiu line-ups com artistas como Iza, Lenine e Criolo, e em seu primeiro álbum, Travessia, trouxe o hit “Povoada”, viralizado no TikTok com mais de 10 milhões de plays. Essa estreia foi fundamental no trilhar caminhos de seu novo lançamento ‘Eixo’, mais uma de suas criações que celebram sua negritude, fé e ancestralidade por meio da arte. Sued é musicalidade que balança, com manha, jogo de cintura e conexão com o sagrado. Desta vez, transita do voz e violão para uma maturidade musical que explora novas estéticas, timbre e elementos sintéticos.