The Last Dinner Party hipnotiza o C6 Festival com show dramático, sensual e catártico.
Na primeira passagem pelo Brasil, a banda britânica The Last Dinner Party entregou um dos shows mais intensos e performáticos do C6 Festival, em São Paulo. Em meio a um cenário de grande expectativa, o quinteto formado por mulheres subiu ao palco como quem entra num teatro — com figurinos extravagantes, atitude desafiadora e um senso de espetáculo raro na cena atual.
Logo na abertura com “Burn Alive”, a banda incendiou o público com uma mistura vibrante de intensidade emocional e elegância estética. Na sequência, “Caesar on a TV Screen” mergulhou todos em uma atmosfera dramática, com vocais que oscilavam entre a doçura e o desespero contido. Cada música parecia uma nova cena de uma peça barroca, cuidadosamente ensaiada — mas com a crueza da emoção ao vivo.

O setlist percorreu quase todo o repertório do álbum de estreia Prelude to Ecstasy, lançado ano passado, e consolidou faixas como “On Your Side”, “Nothing Matters” e “My Lady of Mercy” como momentos de pura catarse coletiva. A entrega da vocalista foi um espetáculo à parte: teatral, potente e completamente entregue, guiando o público entre suspiros e explosões.
Um dos momentos mais marcantes foi “Sinner”, cantada em coro pela plateia, que abraçou a intensidade da faixa como um hino de liberdade. Já “Nothing Matters”, último número do show, selou a noite em clima de celebração, com o público em êxtase, dançando e gritando cada verso como se fossem velhos conhecidos.
Em um festival com tantos nomes consagrados, o The Last Dinner Party não só se destacou — como arrebatou. Com uma combinação de teatralidade, talento e um som que desafia rótulos, o grupo deixou claro que está apenas começando uma trajetória que promete ser tão ousada quanto inesquecível.
by Charlie Farewell