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O segredo do sucesso do SXSW

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Nasce um Festival

Como o grande Paulinho da Viola diz, “quando eu penso no futuro, não esqueço o meu passado”. E é isso que o SXSW faz de melhor.

Para entender como o evento está hoje, antes vamos olhar para a sua história. 

O South by Southwest surge em 1987 como um festival de música, fruto de um sonho ambicioso do empresário artístico Louis Jay Meyers e três jovens do Austin Chronicle, um jornal alternativo local que até hoje patrocina o evento.

Austin foi o cenário ideal para o nascimento desse festival. A cidade mais progressista do Texas é criativa, acolhedora e tem uma atmosfera que nem NY ou LA conseguiriam replicar. E era isso que eles queriam provar.

O SXSW carrega no seu DNA a arte, a cultura e a música.

Mas ele não se limita a isso. Pelo contrário.

Ascensão do Festival

1º: Um festival de música

Como falamos, o SXSW começou como um festival exclusivamente de música.

Foi um evento para apenas 700 pessoas, com um line-up que buscava mostrar a potência dos artistas locais e de outros nomes alternativos do país.

O festival nasce com essa pegada mais cult e indie. Inclusive no seu nome.

South by Southwest é uma alusão ao título do filme North by Northwest, um clássico do diretor de cinema Alfred Hitchcock.

2º: Filmes e “multimídia” entram na programação

Falando em filmes, em 1996, o SXSW expandiu sua programação para além do festival de música, somando um festival de cinema e uma conferência que chamou de “multimídia”, depois renomeada Interactive.

Esse foi o primeiro grande ponto de virada para o SXSW. Quando o festival passou a ser dividido em três: música, filme e tecnologia.

Essa santíssima trindade de conteúdos permanece ao longo das próximas décadas, só ampliando novas experiências.

Essa nova programação, principalmente o Interactive (conferência de tecnologia e inovação), deu uma nova faceta para o festival: os negócios.

É neste ponto que o SXSW começa a atrair profissionais de diversas indústrias e, consequentemente, expandir os assuntos que aborda.

3º: A era da economia da experiências

O fim da primeira década dos anos 2000 foi a era do entusiasmo tecnológico, das redes sociais e das startups.

A programação do SXSW Interactive começou a destacar-se no festival, atraindo speakers cada vez mais relevantes (Mark Zuckerberg, Larry Page, Jeff Bezos e até o Obama já em 2018), mais assuntos, mais PR e, consequentemente, mais patrocinadores.

Lembro que em 2012, quando fomos ao SXSW pela primeira vez, todo mundo ia para descobrir quais seriam “os aplicativos do ano”. O Twitter X e o Uber foram promovidos no SXSW, o Spotify fez seu lançamento americano por lá…

E devido à crescente produção de conteúdo online, o evento passou a existir para além de si. O South by explodiu no Twitter e nas outras redes sociais, o que atraiu ainda mais pessoas que estavam procurando por essas novidades.

A geração millennial redescobriu o festival e passou a promovê-lo, da mesma forma como outros festivais do século passado – Burning Man, Lollapalooza, Coachella – foram redescobertos e ampliados pela primeira geração de influencers da web 2.0.

Inclusive brasileiros. Os publicitários foram os primeiros a começarem a ir para o SXSW, principalmente pelo DNA do evento ser a criatividade, ali por volta do início dos anos 2010 (entre eles, esse autor que vos escreve).

Vemos essa crescente em público até 2019, quando o SXSW atinge o maior número de participantes de sua história.

E então… veio ela: a pandemia.

4º O South by pós-pandemia

O SXSW foi o primeiro grande festival norte-americano cancelado na pandemia, uma vez que acontece sempre no começo de março. 

Foi um período turbulento para o evento, com edições online, problemas jurídicos e até uma aposentadoria de parte de seus fundadores. 

Até 2021, quando foram comprados pela Penske Media Corporation, grupo de comunicação que é dono de marcas como Variety, Billboard e Rolling Stone.

O evento renasceu em 2022, mas quem foi (e estávamos lá) dizia que parecia até uma edição antes de 2010: mais enxuta e experimental , em filas, um clima de novidade… sdds dessa edição, viu?

Corta a cena e em 2023 o SXSW volta a explodir! Especialmente para os brasileiros, que viram a primeira marca nacional virar uma patrocinadora oficial do festival, o banco Itaú Unibanco. Influencers como a empresária Bianca Andrade (Boca Rosa) dão mais holofote ao SXSW para um público que nunca ouviu falar nele antes.

E 2024?

Foi o ano com o maior número de brasileiros na história do festival.

Os números oficiais finais ainda não foram divulgados, mas percebe-se uma tensão cada vez maior nas filas e falta de estrutura para acomodar todos os seus participantes.

Esse é o ano da Casa São Paulo, uma parceria entre o Governo de SP, a Secretaria de Cultura do Estado de SP, a InvestSP e a ONG Gerando Falcões. O espaço se tornou a “embaixada do Brasil em Austin” e, só no primeiro dia, passaram por lá mais de 2.500 pessoas.

Mas também é o ano em que um número recorde de brasileiros invade a programação do festival, com direito até a uma roda de samba do carioca Marcelo D2.

E já que o papo é samba, a pergunta que fica é essa: “Como será o amanhã? Responda quem puder”.

A gente já volta com pistas para essas e outras perguntas sobre o futuro do festival de inovação e criatividade mais amado do Brasil.

Anote na Agenda

Nossa curadoria quinzenal de eventos que merecem a sua atenção (e presença). 

no Brasil:
○ Brunch Eletronik em São Paulo (16/03)
○ South Summit Brasil em Porto Alegre (20 a 22/03)
○ Lollapalooza em São Paulo (22 a 24/03)
○ Path Plus Wellness em São Paulo (23/03)
○ Festival de Curitiba em Curitiba (25/03 a 07/04)

na gringa: 
○ Estereo Picnic na Colômbia (21 a 24/03)
○ Ultra Music Festival nos Estados Unidos (22 a 24/03)

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