Owerá Chegou é o novo clipe de Owerá, artista indígena que lançou o disco Mbaraeté com apoio da Natura Musical. A faixa escolhida abre a narrativa do álbum e apresenta o rapper e produtor musical de 21 anos, que vive na Aldeia Krukutu, em Parelheiros, na zona sul de São Paulo.
Inclusive, foi na sua terra que Owerá registrou o clipe, que traz a participação especial de Para Reté, companheira do artista.
Neste trabalho Owerá assina a direção ao lado de Diana Freixo que também foi responsável pela fotografia, edição e finalização. Mantendo o protagonismo no projeto, o compositor também está à frente da produção musical, ao lado de Rod Krieger.
Na sonoridade, o rapper levanta a bandeira do que ele chama de Rap Nativo, um estilo raiz do Rap Indígena referenciado a artistas que produzem diretamente de sua terra nativa.
Além disso, ele atribui essa categoria a uma mistura de batidas eletrônicas com sons da floresta e instrumentos nativos, como o djambé e maracá, além da língua mãe presente, o que faz a cultura ainda mais presente.
A “chegada de Owerá” traz o artista no seu lugar de fala, na aldeia onde vive com a pintura que é do seu povo, fortalecendo, assim, a tradição guarani.
Esses elementos vão de encontro ao conceito do álbum, cuja tradução do título, Mbaraeté, é resistência.
“Quando falo em resistência falo como uma mensagem de força. Força para os povos indígenas se manterem em pé, resistindo.
É a resistência da língua, da tradição, da cultura, da nossa essência, da nossa espiritualidade”.
Disco
Com nove faixas, o disco é uma jornada com começo, meio e fim que se desenrola em uma narrativa cheia de revolta, dor, mas, também, com muito amor, acolhimento e paz.
Com uma mensagem bastante direta, em letras que misturam o português e o guarani, língua mãe do artista, Owerá evoca a resistência.
Os singles divulgados antes da edição do disco foram
A Transformação (com clipe aqui) e Mbaraeté, faixa-título do álbum, que teve um trecho previamente conhecido, quando Owerá subiu ao palco do projeto 2022, da HBO Max, em fevereiro, quando cantou ao lado de Caetano Veloso que, por sua vez, apresentou a canção “Um Índio”.
Ao seu lado, estão seus familiares, Pará Retê, companheira e parceira musical, Tupã, seu filho, Olívio Jekupé, o pai, e, além deles, o artista também convidou para participar do álbum Kelvin Mbarete e Bruno Veron (Brô Mc’s), Célia Xakriabá, Djuena Tikuna, Txana Ibã e OzGuarani. Diante disso, é uma obra que traz para o primeiro plano a diversidade de povos existentes no Brasil, pois reúne as etnias Guarani Mbyá, localizada no sul da cidade São Paulo, Huni Kuin e Tikuna, da Amazônia, Xakriabá, de Minas Gerais, e também Guarani Kaiowá, que está em uma das regiões mais violentas do país, Mato Grosso do Sul.
O projeto de Mbaraeté foi selecionado pelo programa Natura Musical, através do Edital 2020, ao lado de nomes como Linn da Quebrada, Bia Ferreira, Juçara Marçal e Rico Dalasam. Ao longo de 17 anos, Natura Musical já ofereceu recursos para mais de 150 projetos no âmbito nacional, como Lia de Itamaracá, Mariana Aydar, Jards Macalé e Elza Soares. “Nós acreditamos no impacto transformador que a música pode ter no mundo.
E os artistas, bandas e projetos de fomento à cena selecionados pelo edital Natura Musical têm essa potência de mobilizar o público na construção de um mundo mais bonito, cada vez mais plural, inclusivo e sustentável”, afirma Fernanda Paiva, Head of Global Cultural Branding.
ASSISTA AQUI:
FICHA TÉCNICA
Música
Letra: Owerá
Produção musical: Owerá e Rod Krieger
Maracá por Owerá
Violão, ukulele, baixo, teclado, bateria eletrônica por Rod Krieger
Efeitos sonoros por Nikolas Gomes
Voz por Owerá
Música gravada no estúdio Magic Beans em Leiria – Portugal
Percussão gravada na Aldeia Krukutu em São Paulo – Brasil
Voz gravada no Estúdio Matéria Rima em São Paulo – Brasil
Técnico de som Estúdio Matéria Rima: Nicolas MC
Mixagem: Nikolas Gomes
Masterização: Isadora Nocchi Martins
Vídeo
Direção: Owerá e Dia Freixo
Participação: Pará Retê
Filmado na Aldeia Krukutu, 2022
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Gerenciamento: Thais Pimenta
Patrocínio: Natura Musical
LINKS
SOBRE OWERÁ
OWERÁ vive na Aldeia Krukutu, na região de Parelheiros, no sul da cidade de São Paulo, tem 21 anos e ficou conhecido como o indígena que abriu a faixa “Demarcação Já” na abertura da Copa do Mundo de 2014, minutos antes de Brasil e Croácia começarem o jogo.
Desde então, ele estrelou o documentário My Blood Is Red (Prime Video /Vimeo On Demand) com Criolo e Sônia Guajajara, lançou o EP My Blood Is Red (Needs Must Film, 2017), o álbum Todo Dia É Dia de Índio (Bico do Corvo, 2018), além de vários singles como Demarcação Já – Terra Ar Mar feat Criolo (Matilha Cultural, 2019), Xondaro Ka’aguy Reguá (independente, 2020) e Jaguatá Tenondé (Let’s Gig, 2021), com o qual Owerá deixou de lado as rimas do RAP e apresentou um ritmo característico da cultura guarani, conhecido como música de rezo.
Importante destacar também o cypher Resistência Nativa (Matte Records, 2021), em parceria com o Oz Guarani e Brô MC´s e Resistir Pra Existir (Café8, 2022), que tem Kelvin Mbarete (Brô MC’s) como beatmaker/produtor musical.
Owerá representou o Brasil, ao lado de Daniela Mercury, na comemoração dos 50 anos do Dia Internacional dos Direitos Humanos, em evento promovido pela ONU da América Latina, em 2020 (veja aqui).
Neste ano, Owerá também foi vencedor, ao lado de Marcelo D2, Coletivo Imune e João Gordo, do Prêmio Arcanjo de Cultura, na categoria Música – aqui.
O artista também tem parceria com Alok – em breve, vão lançar uma música com título a ser definido, mas enquanto isso, fizeram a cerimônia de abertura do festival mundial Global Citizen 2021, direto da Amazônia – assista aqui.
Ano passado também ganhou destaque no site da The White Feather Foundation, fundação de Julian Lennon, que apoia comunidades indígenas pelo mundo – veja aqui, foi citado pelo blog do Youtube como um dos cinco criadores indígenas de destaque – aqui -, participou da Mostra Museu, com curadoria de Pedro Henrique França, e estrelou o especial Falas da Terra, da Rede Globo – assista aqui -, ao lado de nomes como Ailton Krenak, Daniel Munduruku, Djuena Tikuna, etc. No final do ano, estampou a edição especial da Wired – Festival Brasil, que elencou os 50 nomes mais criativos de 2021 – aqui.
Em 2022, lançou o disco Mbaraeté (resistência, em guarani), em parceria com a Natura Musical.
Sobre Natura Musical
Natura Musical é a plataforma de cultura da marca Natura. Desde seu lançamento, em 2005, o programa investiu cerca de R$ 184 milhões no patrocínio de mais de 560 projetos – entre trabalhos de grandes nomes da música brasileira, lançamento e consolidação de novos artistas e projetos de fomento às cenas e impacto social positivo.
Os trabalhos artísticos renovam o repertório musical do País e são reconhecidos em listas e premiações nacionais e internacionais.
Em 2021, o edital do Natura Musical selecionou 33 projetos em todo o Brasil e promoveu mais de 280 produtos e experiências musicais, entre lançamentos de álbuns, clipes, festivais digitais, oficinas e conferências.
Em São Paulo, a Casa Natura Musical se tornou uma vitrine permanente da música brasileira, com uma programação contínua de shows, performances, bate-papos e conteúdos exclusivos.