Em janeiro de 2020, Rhossi, líder e vocalista da banda Pavilhão 9, e o produtor Daniel Krotoszynski estavam trabalhando no novo single da banda quando a pandemia começou.
Mas a suspensão dos trabalhos e o decreto da quarentena em São Paulo não impediram que o artista produzisse.
Foi em meio ao caos e às incertezas trazidas pelo momento pelo qual passava o país que o artista viu nascer o tema para “Lockdown (Cidade Perdida)”.
No segundo semestre, com a retomada das atividades em estúdio, Rhossi e Daniel sentiram que faltava um nome que dialogasse com a urbanidade do Pavilhão 9, mas trouxesse outras referências ao som da banda.
Após muita pesquisa sonora, estava decidido: o BaianaSystem seria o nome que completaria a canção.
Apesar da distância geográfica e do isolamento social, a conexão entre os artistas foi estabelecida pelos meios digitais.
A partir daí, videochamadas semanais trouxeram a consciência de que os dois grupos estavam muito mais próximos do que imaginavam e a sintonia musical foi instantânea: “trocamos referências como ladainhas de capoeira, sons de Asian Dub Foundation, Grupo Zambo da Bahia, Chronixx, Sepultura e muito mais”, afirma Rhossi.
Conhecido por seu discurso forte, letras engajadas e pela mistura do rap com o rock, o Pavilhão 9 trouxe o peso das guitarras de Rafael Bombeck e a lírica do rap nos versos de Rhossi.
Na letra, o rapper faz reflexões sobre os acontecimentos mais recentes relacionados à pandemia mundial, mas sem deixar de lado temas como a violência policial e o racismo:
“De quarentena em casa se protegendo de vírus, vamos zelar pelas vidas desviando de tiros”.
A presença do BaianaSystem chega para trazer mais brasilidade ao som por meio da guitarra baiana de Roberto Barreto e da ladainha tocada no berimbau pelo mestre de capoeira Sapoti.
Os vocais de Russo Passapusso, aliados às batidas de hip hop criadas por SekoBass trazem ainda mais potência para a música em versos que parecem trazer alento e esperança para quem ouve, como: “Amiga, chama o povo pra viver sem medo” e um refrão que promete ficar na cabeça: “Fya, Babylon, go down. Cidade perdida, Babylon, go down”.
Responsável pela arte visual do BaianaSystem, Filipe Cartaxo (Máquina de Louco) teve a missão de aproximar os universos dos dois grupos ao fundir as máscaras das duas bandas em uma só imagem que ressignifica a estética do Pavilhão 9 e do BaianaSystem numa composição gráfica única.
A frase que fecha a letra do novo single resume bem a fusão presente em “Lockdown (Cidade Perdida)”: “Pavilhão BaianaSystem sendo assimilado!”, seja pelo simbolismo das máscaras, seja pela temática e engajamento das letras ou até mesmo pelo fato de ser difícil encaixar as bandas em um único gênero.
Produzida a distância em um mês e meio, mixada e masterizada por Rodrigo Sanches (Rootsan), “Lockdown (Cidade Perdida)” será lançada no dia 13 de novembro de 2020, uma significativa sexta-feira, véspera de eleições no Brasil.