O produtor musical e DJ Ricardo Coppini, dispensa credenciais, com mais de três décadas de profissão foi o primeiro DJ a conquistar um hit nas pistas e rádios do Brasil, trata-se do single “I Don’t Let You Go”, que assinava com o codinome de Ricco Robit.
No final de 2019, Coppini decretava que chegava para um período prolífero de lançamentos, mesmo assim diante da pandemia, teve de esperar até dezembro de 2020 para que o single “Treasure” fosse lançado dando início a uma das suas fases mais produtivas como produtor musica.
O artista assinou mais de quarenta lançamentos pelo selo DJ Sound Music, agora na Universal Music (saiba mais: https://www.djsound.com.br/dj-sound-music-selo-agora-distribuido-pela-universal-music-nos-30-anos-de-aniversario-da-dj-sound/).
Na última sexta-feira (26/03), chegou em todas as plataformas digitais o novo single “Nega Malaka”, com Ivo Meirelles, amigo de longa data de Coppini.
A música surgiu da vontade de fazer uma produção que mesclasse bateria de escola de samba, música eletrônica e letra em português, falando um pouco dessa nossa raiz do samba, da favela, do carnaval.
Coppini falou sobre a faixa: “Fiz a música pensando em produzir algo que fosse perfeito para o Ivo Meirelles, parceiro que já fiz diversos trabalhos, inclusive uma grande turnê nos anos 2000, chamada ‘Axe Journey’.
A concepção dela foi a mais inesperada de todas. Coloquei meu filho no meu colo e brinquei com ele: ajuda o papai a buscar inspiração para a próxima música.
Minutos depois a melodia veio toda na minha cabeça, como um passe de mágica.
Tenho até um áudio gravado desse momento, onde esboço a melodia e ele também ‘canta’ comigo”.
O single vai ganhar uma série de remixes para breve assinados por outros DJs e produtores musicais como: Mystical, FGON, DJ Will, Bruno Brasil, Pump Gorilla.
Conversamos com Coppini num overview da sua carreira e os planos futuros.
Fale um pouco do primeiro contato com a música no geral, e o contato com a música eletrônica?
Ricardo Coppini: Meu pai sempre teve equipamentos super sofisticados, viajava sempre para trazer o que tinha de melhor no mercado, também sempre comprou muitos discos de vinil, dos mais variados estilos. Então desde muito garotinho, já ouvia muita música, em excelentes equipamentos. Meu primeiro contato com música eletrônica, foi quando comecei ainda com 16 anos de idade a frequentar a famosa Emerald Hill, danceteria que meus primos montaram e que anos depois, eu viria a ser o Dee Jay residente.
De onde veio a idéia de focar na produção musical, após o enorme sucesso com o Ricco Robit ao lado do também produtor musical Tibor Yuzo?
Ricardo Coppini: Depois de alguns anos já como Dee Jay profissional, antes do Projeto Ricco Robit, eu já fazia remixes usando apenas uma régua de edição, lápis e uma lamina especial para cortar fitas de rolo. Depois comecei a sequenciar algumas coisas com uma bateria eletrônica, um sampler DJ 70 Roland e etc. Conheci o Tibor na Rádio Nova FM onde, no mesmo dia, fazíamos o programa Lunch Break. Descobri que ele, assim como eu, queria levar o negócio de produção musical, mais a sério. Montamos o Ricco Robit e o sucesso foi tão grande, que nunca mais parei. Parece que o amor pela produção, nunca me deixou desistir.
Qual a sua visão de um produtor musical num mercado cada vez mais competitivo como o do Brasil, e do exterior?
Ricardo Coppini: Com um mercado cada vez mais competitivo, eu procuro cada vez mais, me aprimorar na parte técnica e na teoria musical. Estou sempre estudando com engenheiros renomados, para melhorar a sonoridade das minhas produções e também fui estudar piano. A parte de criação, harmonia, melodia e letras, isso já nasce com a pessoa. Na minha opinião, não existe escolar para isso.
Conte para nós sobre o single “Treasure” que marcou o seu retorno a maratona de lançamentos?
Ricardo Coppini: Atravessei momentos difíceis durante a minha jornada e para ser sincero, pensei algumas vezes em desistir. Até que um dia conheci a Andréa, minha esposa. Recebi então, todo incentivo de que precisava. Quando nasceu meu filho, minha vida mudou muito, uma alegria jamais imaginada, uma vontade muito grande de fazer as coisas ainda melhores. Até hoje, quando pego meu filho nos braços, eu o chamo de “My Treasure”. Um dia sentado ao piano, me veio a vontade de transformar toda aquela alegria, em música. Comecei à ensaiar os primeiros acordes, a melodia e a letra. Depois construi todo o instrumental que modéstia parte, é muito complexo pelas muitas guitarras interagindo, bass acústico e muitos outros instrumentos. A letra de “Treasure”, fala sobre o meu filho e o quanto ele mudou minha vida, o quanto ele é importante e o quanto ele me salvou.
Fale sobrea collab com o duo Cármina em “Treasure”?
Ricardo Coppini: Fui jogador de volleyball profissional antes de me tornar dee jay e conheci no esporte, um grande amigo chamado Macéa. Ele é um dos integrantes do Cármina, um duo vocal e acústico sensacional. Desde da época do volleyball, sempre falávamos muito sobre música e da vontade que tinhamos de trabalhar com isso. Quando fiz a música “Treasure”, não pensei duas vezes, sabia que as vozes daquela música, tinham de ser do Cármina, que são excelentes músicos e cantores. Além das vozes, eles também gravaram violões, bass e guitarras.
Como é o seu processo de composição?
Ricardo Coppini: Não tenho uma fórmula de produção muito exata na parte de criação. As vezes começo pela letra e às vezes começo pelos acordes mas, sempre no piano onde crio a harmonia e melodia. Vou então para a parte de drums, percussion, keyboards e etc. Deixo tudo já com uma pré-mixagem, com equalização, compressão, grupos e etc quase prontos. Só depois das vozes gravadas e mixadas na música, finalizo essas partes em função da mesma. Aí então, mixagem final e masterização.
Você gosta do formato pop com dance e house music, explique esse mix estilos que você faz?
Ricardo Coppini: Como eu disse na primeira pergunta, cresci ouvindo os discos do meu pai e fui muito influenciado por diferentes estilos. Ouvia Paul McCartney, Pink Floyd, Supertramp, Chic, Georgio Moroder e muitos outros estilos. Sempre gostei muito da fusão do eletrônico com o acústico e quando estou produzindo, deixo o feeling me levar, sem pensar em estilos. Mais ou menos, faço o que os ouvidos e coração mandarem.”If It Sounds Good, Is Good.”
Qual o set-up atual do seu estúdio?
Ricardo Coppini: Um Mac Pro, placa de som Apogee Ensemble, monitores KRK’S VXT8, Sub KRK 10″, as lendárias Yamahas NS-10, Central Station Control Presonus, Multi Stage Voltage Protection by Furman PL- PLUS DMC e mais alguns periféricos.
Qual a decisão mais importante na sua vida para dedicar-se a música de forma profissional?
Ricardo Coppini: Aquele sentimento que parece que não te deixa fazer outra coisa. Aquele sentimento que te diz que você nasceu para uma determinada coisa. Eu tinha um sonho que era escrever e produzir uma música que tocasse no Brasil todo e em outros países. Consegui realizar esse sonho com o Tibor Yuzo e nosso projeto, o Ricco Robit. Agora quero algo maior e é isso que me motiva a me dedicar cada vez mais à música.
A partir de que momento passou a planejar sua carreira? Recorreu a algum profissional para lhe orientar?
Ricardo Coppini: A partir do grande sucesso do Ricco Robit, o Iraí Campos, então dono da Fieldzz, selo da BMG, contratou alguns profissionais para cuidar do projeto. Depois disso, desde de sempre, quem cuida e planeja tudo, é minha esposa, Andréa Tarouca Coppini.
Descobrindo os meandros da profissão o que lhe motivou, qual foi seu maior desafio de você até aqui individualmente?
Ricardo Coppini: Sempre quero fazer as coisas muito bem feitas. Sempre quero chegar perto da perfeição quando estou produzindo. Sempre acho que as coisas não estão como eu quero e tento melhora-las incessantemente. Esse é meu maior desafio, lidar com isso que não é fácil.
Depois de tanto tempo na estrada você deve ter muitas histórias engraçadas e até casos não tão legais. Contem para nós um de cada desses momentos?
Ricardo Coppini: São muitas estórias para contar e demoraria uma eternidade. Uma que acho muito legal é que quando eu e o Tibor Yuzo fizemos o projeto Ricco Robit, fizemos também um juramento de não contarmos para ningém que música era nossa. A música estourou, vários amigos vinham me falar sobre a mesma e eu, não podia falar que era minha. A vontade de contar era grande mas, não podia quebrar o juramento. Pelo menos pelo tempo que havíamos combinado de manter silêncio.
Qual é o lado mais bacana dessa profissão e o lado por vezes mais desagradável?
Ricardo Coppini: Acho que é ver uma pista lotada, na maior vibe, principalmente se a música que está tocando, é sua. Essa realização é muito gratificante. O desagradável são as pessoas que passam pela nossa vida, e tentam atrapalhar nossos sonhos. Muitos não entendem e minimizam essa Profissão.
Quais são os planos atuais?
Ricardo Coppini: Meu plano atual é lançar mais de 40 músicas em dois anos. Todas minhas, letras e músicas que venho produzindo durante a pandemia. Meus planos atuais são essas músicas tocando everywhere.
Aonde quer estar nos próximos cinco anos?
Ricardo Coppini: Tocando e produzindo vários artistas no mundo todo.
Na sua visão quais são os maiores diferenciais do Coppini para o mercado de música?
Ricardo Coppini: As letras das minhas músicas são um diferencial, sempre com uma estória legal, contada em versos com rimas fortes, muitas metáforas e outras figuras de linguagem. Sempre fui muito elogiado por professores que diziam que eu escrevia muito bem. A letra de “I Don’t Let You Go” do Ricco Robit, já foi preterida por George Acosta, então produtor da Madonna naquela época. Outro diferencial acima mencionado, é essa fusão de estilos e instrumentos acústicos com eletrônicos, de uma forma muito fluente e harmoniosa.
Qual foi seu primeiro disco que você comprou?
Ricardo Coppini: Meu primeiro disco foi um álbum do Supertramp.
Qual foi a primeira música que te impactou de fato?
Ricardo Coppini: São muitas, mas sempre lembro de “West End Girls” do Pet Shop Boys, que foi a primeira música que toquei como DeeJay.
Tem algum hobby fora música?
Ricardo Coppini: Praticar esportes e assistir bons filmes.
Um sonho já realizado na música?
Ricardo Coppini: Um sonho era ver uma música minha tocando e todos os lugares possíveis. Realizei esse sonho juntamente com o Tibor Yuzo no Ricco Robit.
Um sonho a ser realizado na música?
Ricardo Coppini: Escrever uma letra e produzir uma música que seja um grande sucesso no mundo inteiro.
Ouça “Nega Malaka” em todas as plataformas digitais pelo link:
https://umusicbrazil.lnk.to/NegaMalaka/
Redes sociais oficiais do Coppini:
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SoundCloud: soundcloud.com/ricardocoppini
by Gonçalo Vinha