Foram necessários dois palcos e mais de 30 artistas em quase 24 horas de festa para podermos dizer: os grandes festivais estão de volta ao Rio de Janeiro.
Separamos aqui algumas das músicas mais quentes e vários detalhes do rolê para você matar a saudade do Deep Please Festival – ou se não foi, ao menos não ficar totalmente de fora.
Como é mágico o dia do Festival… escolher aquela roupa bacana, combinar com os amigos e amigas, dar aquela olhada nos horários que os artistas preferidos vão tocar e, enfim, já naquela expectativa, pegar o rumo da festa.
Chegar lá significou muito!
Passamos por uma pandemia que nos afastou por tanto tempo e poder reencontrar tanta gente que não se via há tempos… é demais.
Somado a tudo a isso, ainda as músicas que gostamos, o entardecer mágico, o amanhecer fantástico e aquele sentimento de liberdade… que saudade que dá, né?
O Deep Please Festival rolou dia 22 de Janeiro na zona oeste do Rio de Janeiro, bem próximo as instalações criadas para as Olimpíadas de 2016.
De fácil acesso, o Riocentro dispõe de estacionamento e bastante espaço.
Logo na entrada a constatação: Que festão!
A loja da marca, Deep Please Store, saudava a todos no caminho que uniu a estrutura gigante que foi montada para oferecer duas pistas de curadorias sonoras distintas.
Vale destacar um fator importantíssimo: a acústica de um palco não estava interferindo na do outro.
Além disso, você podia mover-se livremente entre as duas pistas e inclusive pegar alguma comida ou bebida pelo caminho – quase sempre sem fila.
Outro ponto positivo que vale destacar é a responsabilidade social envolvida no Deep Please Festival que, através do projeto Seja Luz, arrecadou quase uma tonelada de alimentos que serão encaminhados a instituições de ação social.
“A solidariedade é um dos valores que cultivamos e um pilar na construção do Festival.
Estamos muito felizes em poder contribuir com tantas famílias que precisam de ajuda”, comentou Cleber Junior, coprodutor do festival.
O som começou pontualmente às quatro da tarde nos palcos Forget – posicionado no gramado – e Inimigos do Fim – com estrutura coberta no Pavilhão das Artes.
A tarefa de abrir o festival coube a dois artistas:
Lipy, no palco Inimigos do Fim, e Heloah, no palco Forget.
Heloah foi a vencedora de um concurso promovido pela AIMEC RJ – escola de DJs que fica na Barra da Tijuca – que envolveu dezenas de artistas.
Na sequência Elisa Amaral assumiu os decks e empolgou o público em um set diurno.
Enquanto isso na outra pista Ana Olivetti destrinchava seu case recheado de um creme variado antes da chegada de Attractive Noise que assim como Watzgood, conduziu o público através do pôr do sol em um ritual mágico e muito aguardado por todos.
A vibração foi geral e a energia poderia ser sentida de longe.
A queima de fogos marcou o que já não se tinha dúvida. Tudo poderia acontecer naquele divisão!
O fogo também fez parte das performances realizadas no palco e o time de artistas do festival não teria ficado completo sem o espetáculo criado por Mavi Gouveia.
A produtora escalou um timaço para realizar performances no palco que chamaram a atenção do público.
Logo no primeiro ato do espetáculo, ouvia-se gritos e pessoas celebrando no meio da multidão, reconhecendo que algo especial acontecia ali.
“Todas as coreografias, a composição do grupo e inclusive o figurino, tudo foi criado especificamente para este espetáculo, para o Deep Please Festival” comentou a produtora Mavi Gouveia.
Com a chegada da noite, o palco Forget acendeu e seus telões deram o tom da magnitude da festa.
Quando Meca subiu ao palco o panorama já estava mudando e ele correspondeu a expectativa do público, assim como Fancy INC que veio na sequência, dois talentos em ascensão na cena eletrônica nacional.
Às dez e meia da noite o público já havia curtido vários shows e muitas pessoas ainda estavam chegando numa pista cheia quando Chemical Surf assumiu os decks com “I Wanna Do” e a multidão explodiu.
Os tablados colocados no gramado para prevenir da chuva saltavam junto.
Eles sempre tocaram na Deep Please e tem uma relação especial com o público. Esperava-se um grande show e assim foi: Wow, Bubbalicious, My Favorite Song e Hey hey hey fizeram parte do set dos cariocas que ainda tocaram remix de Paranauê.
Foi sensacional e ao final o Chemical ainda ficou alguns minutos no palco curtindo com o público cheio de bandeiras e gente sentada no pescoço do outro. Que vibe…
No palco Inimigos do Fim, o início da noite teve Fella – em grande fase – fazendo um back to back com Doug que estava afinado, cheio de músicas próprias assim como Mochakk que veio na sequência. O carioca Awka mostrou um set sério e que preparou toda uma atmosfera mais noturna, entre ou house e o Techno.
Bem pensado pois na sequência veio Tough Art e o Techno rolou solto antes de uma das apresentações mais aguardadas da noite: b2b entre Rodrigo Vieira e Rod B., – um DJ produtor musical de longa data, residente de Green Valley além de Mau e Tree House de Miami.
Outro, o único artista brasileiro residente do Ultra Music Festival, de Miami – junto de Carl Cox e outras lendas no palco Resistance.
O repertório incluiu Audioleptika & Housekeepers – Freak; Daniel Kazuo – Technology (Extended Mix); Paco Capel – Smoke (Original Mix) ; Papa Marlin & Bondar – Mama Acid; Javi Colina, Quoxx, Vicente Ferrer & Victor Perez – Every Body Dance Now (Original Mix) entre outras pérolas antes da chegada de Breaking Beatz que conduziu a pista madrugada adentro
Dubdogz acima!
Noutro palco, Dubdogz preparava-se para fazer um show inédito no Rio de Janeiro, como prometido em entrevista publicada poucos dias antes do festival.
“Temos uma relação muito especial com o público do Rio de Janeiro”, afirma o duo mineiro que conquistou o Brasil.
Para esse show houve uma estreia muito especial além da apresentação fantástica feita pelo humorista Rafael Portugal:
Foi a primeira vez que o Dubdogz tocou seu remix oficial da faixa “Lipstick”, de Kungs, coproduzida por Jord.
O show parecia sincronizado com a noite em si, tudo fluiu de uma forma muito natural e o público se emocionou com “Beggin” (Dubdogz, Ghostt Feat. Giana), Ain’t No Sunshine (Dubdogz, JORD feat. Jasmine Pace), You Get (Volkoder, Dubdogz) e Dog Days (Dubdogz, Brannco, Rodrigo Luca) para citar algumas.
O final foi antológico e marcou um show de gente grande na maior Deep Please de todas e primeiro festival da marca que mostra ter um público fiel.
Bandeiras circulavam na multidão lembrando essa relação estreita com o público.
Felguk é sem dúvida uma das apresentações mais aguardadas por onde passa e no Deep Please festival não foi diferente.
Em dezembro lançou uma coletânea chamada “Felguk Classics” pela Hub Records e foi muito bem recebido.
No palco, um show contagiante.
Os efeitos visuais em sua apresentação também foram um show a parte.
Poucos artistas tem o público cantando junto e Felguk é um deles.
GUILC (acima) fez do palco sua casa e ficou à vontade.
O residente da Deep Please leva muito a sério o que faz e criou grande expectativa quando ano passado teve sua música “Take my Hand” apontada a oitava música mais ouvida do Brasil no Kwai.
Claro que “Take My Hand” esteve no set, assim como “London”, “Paris”, “Put it on you” e já de manhãzinha “Who my Boo”! Hugo Doche teve o set muito elogiado e Dom finalizou a pista Forget em grande estilo, com o sol batendo forte as oito de manhã.
Hora de pegar uma água e conferir a pista Inimigos do Fim.
Maz foi o responsável por guiar a experiência do fim da noite até o início da manhã e o fez com maestria e várias músicas próprias.
O carioca ainda fez back to back com D-Nox que depois seguiu solo “sendo D-Nox”.
A passada cheia de estilo do alemão-brasileiro é amiga e reconhecida pelo público de longa data.
Hipnótico, progressivo e melódico, D-Nox deixou sua marca em um momento onde públicos das duas pistas se uniram numa pista só que ainda seguiu até as três da tarde do sábado.
Foram sets especiais de duas horas de D-Nox, Volkoder, Fflora e Chapeleiro até que The Pups finalizou.
A Deep Please é produzida pela agência Sommar e desta vez foi entregue um festival que começou em uma tarde e terminou na outra tarde.
Muita coisa rolou e uma coisa ficou certa: a produção da Deep Please conseguiu expandir sua festa para um festival sem perder seus padrões de qualidade nos serviços de pista, de camarote e infra estrutura em geral.
Os grande festivais estão de volta ao Rio de Janeiro.