Disco faz alusão ao frágil sistema através de suas 12 faixas recheadas de Techno e Electro
Existe um momento na carreira artística em que cada um precisa fazer uma pausa e refletir sobre qual é seu verdadeiro papel no mundo e qual marca gostaria de deixar através do trabalho desenvolvido.
Para o brasiliense João Komka, esse momento chegou no fim do ano passado, quando resolveu se desconectar de algumas iniciativas paralelas para dedicar-se 100% à sua jornada na música como DJ e produtor.
Foi neste momento que ele também tomou uma decisão importante: havia chegado o momento de ir além e criar um trabalho que o representasse em sua totalidade.
Foto Komka
Começava a surgir então, digitalmente e em rascunhos de papel, os esboços das primeiras faixas que fariam parte de seu debut álbum, Untenable System, disco lançado oficialmente na sexta-feira (07) através da gravadora que ele mesmo comanda, I/U Music.
Produzido intensamente nos últimos meses, o LP com 12 faixas faz um reflexo da maturidade de Komka, adquirida em seus quase 20 anos de carreira, tempo este onde boa parte foi em contato com diferentes esferas da cena eletrônica underground.
Com Untenable System é possível mergulhar, transcender, derreter e evaporar através das diferentes sensações sentidas em cada uma das tracks.
“Broken Society” que abre o disco chega eletrizando e queimando com a presença do clássico sintetizador TB-303.
“Machine” é como um aviso da força destrutiva que chegará pela frente, já “Russian Roulette” hipnotiza e a faixa-título robotiza com vocais metalizados e guitarras reverberadas.
“So Blinding” apresenta a primeira collab do disco com Fadul, um amigo de longa data e também produtor.
“Abstract Effects” embaralha os pensamentos e te leva até um universo futurista enquanto você flutua e sonha com os olhos abertos em “Daydream”, segunda collab do disco, desta vez com Perrelli.
Na sequência, Nina Mess, que já colaborou com Komka em projetos passados, empresta seus vocais doces e sombrios ao mesmo tempo para falar de mentiras em “So Many Lies”.
“Circuits” esquenta as coisas, decodifica e abre sua mente com graves fortes e marcados para que Nina revele alguns segredos ocultos em “Pure Pleasure”.
Caminhando para o fim, chega o momento de escutar “Inner Voice”, música com beats distorcidos acompanhados de melodias mágicas que criam a base perfeita para a última do álbum, “Choices”, finalizando com classe um trabalho de alto nível.
Untenable System carrega uma mensagem que reflete o colapso do sistema injusto e insustentável que vivenciamos diariamente.
É um trabalho autêntico, cheio de personalidade, com abordagem experimental e eclética que foge dos caminhos mais óbvios e entrega uma experiência sonora bastante imersiva. Ouça já:
