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Viaduto de Madureira é transformado em museu da cultura negra no Rio

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Iniciativa será inaugurada no dia 11 de maio, coincidindo com o aniversário do Viaduto de Madureira, e busca promover uma forte identidade comunitária
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Viaduto de Madureira, emblemático espaço de cultura negra e urbana do Rio de Janeiro, está prestes a se transformar em um “museu vivo” graças ao Projeto Zona de Arte Urbana (ZAU). Criado em 2023, o ZAU foca em ações artísticas e educativas por meio do grafite. Idealizado por Airá Ocrespo, grafiteiro que pintou “a primeira ministra negra do STF”, a revitalização marcará os 34 anos do Viaduto e contará a história da Black Music brasileira tanto na parte externa quanto interna. Além de Airá, outros quatro artistas participam da ação, entre eles Amora, Agarte, Cety e Seon. (Veja a bio completa dos artistas aqui).
 

O charme é um ritmo que vem da Black Music americana. Contudo, os bailes-charme e suas manifestações têm origem na Zona Norte do Rio. O termo “Charme” foi cunhado pelo DJ Corello em um baile no clube Mackenzie, nos anos 1980, localizado no Méier. Antes de chegar em Madureira, em 1990, o Charme circulou e ganhou fama em bairros como Marechal Hermes e Abolição. Em 2019, o ritmo se tornou patrimônio cultural imaterial do estado do Rio de Janeiro, a partir da aprovação da lei elaborada pela deputada estadual Zeidan Lula (PT).

A reforma da parte externa e interna está em processo de finalização, com previsão de inauguração em 11 de maio, durante o baile de aniversário do Viaduto. A concepção artística dos grafites segue uma linha histórica, contando a história da música negra, do charme e do baile do viaduto, além de abordar aspectos da negritude urbana carioca.
 

“A revitalização visual do Viaduto de Madureira é de suma importância para criar um espaço de memória da negritude urbana carioca, exibindo nas paredes do local os marcos históricos que permeiam as origens das pessoas que ali frequentam e das culturas que o Viaduto abriga, no sentido de fortalecer o sentimento de identidade e pertencimento”, comenta Airá Ocrespo.
 

Além da revitalização, o projeto contou com uma série de atividades sócio-culturais, incluindo oficinas de graffiti abertas ao público. Os participantes tiveram a oportunidade de aprender sobre o universo do graffiti, incluindo técnicas de desenho e o uso de tinta spray.
 

Um encontro de grafiteiros está agendado para o dia 5 de maio. Este evento visa promover integração entre artistas urbanos, com debates e troca de conhecimentos, acompanhada de apresentações musicais e uma batalha de graffiti. Está prevista ainda uma oficina de graffiti em uma escola pública da região, incentivando a participação dos alunos na criação de um mural em parceria com um artista educador.
 

O projeto Zona de Arte Urbana pretende ir além da revitalização do Viaduto de Madureira. Ele tem como objetivo ampliar seu impacto para outros espaços importantes para a cultura carioca e nacional. A arte urbana é reconhecida como uma ferramenta poderosa para impulsionar o desenvolvimento cultural, social e econômico dessas áreas, criando ambientes mais inclusivos, seguros e dinâmicos. Assim, o projeto não se restringe apenas a embelezar espaços físicos, mas busca transformar vidas e fortalecer comunidades por meio da arte e da cultura urbana.
 

O ZAU foi aprovado no edital Conexões Urbanas, da Lei Paulo Gustavo, pela Secretaria Estadual de Cultura do Rio de Janeiro. 

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