Notícia triste para os fãs de Dance Music na manhã desta segunda-feira (04/03), o vocalista Keith Flynt do grupo The Prodigy faleceu aos 49 anos de causa, ainda, indeterminada (mas foi suicídio disse Liam Howlett, mentor do Prodigy, em estado de choque na sua publicação em redes oficiais da banda), em Dunmow, região de Essex na Inglaterra.
Um porta-voz da polícia de Essex confirmou que um homem de 49 anos morreu.
“Fomos chamados para preocupações com o bem-estar de um homem em um endereço em Brook Hill, North End, logo depois das 8h10 da segunda-feira”, disse ele.
“Participamos e, infelizmente, um homem de 49 anos foi declarado morto no local.
Seus parentes mais próximos foram informados.
A morte não está sendo tratada como suspeita e um arquivo será preparado pelo legista ”.
No entanto um colega da banda afirmou que Keith Flynt deve ter cometido suicídio, esse comentário foi dado a Liam Howlett que entrou em estado de choque.
Somente a autopsia vai revelar a causa da morte.
O vocalista era uma das figuras mais icônicas do mundo da música em geral tornou-se famoso pelo seu visual, cuja aparência no videoclipe do single “Firestarter”, fez os pais de muitas crianças ligarem para os canais de TV pedindo a proibição do videoclipe, o que acabou não acontecendo, e os canais apenas veiculavam este em horários mais avançados em sua programação.
O cabelo o remetia ao palhaço Bozo saído do limbo escuro pronto para pregar uma peça no primeiro que aparecesse na frente.
No Brasil a imagem de Keith Flynt tornou-se inspiração para muitos jovens da periferia amantes da música eletrônica, que receberam a denominação de “Cybermanos”, mas que com toda alegria lotavam as pistas de dança e foram aos shows.
Era início dos anos 90 e São Paulo e depois o Brasil descobriam e teriam sua própria geração de clubbers e ravers.
DJs como Marky e Patife, antes do Drum ‘ N ‘ Bass (e quando foram chamados de loucos por muitos, inclusive por muitos DJs profissionais “desavisados”), destilaram muito Prodigy nos sets no período Techno-Harcore pré-Drum N´Bass.
O som do Prodigy, tem muito a ver com a expansão da música eletrônica de forma massiva para o público brasileiro, especialmente São Paulo, tido como berço do estilo, assim como na Inglaterra.
Prodigy ao lado de nomes como Chemical Brothers, Underworld tornaram-se nomes do mainstream para a música eletrônica, seria o Prodigy o filho endiabrado do Kraftwerk?
Keith tornou-se vocalista no The Prodigy, após estrear como dançarino em 1990, e tornou-se a cara do grupo para o mundo todo.
Nas apresentações ao vivo esbanjava energia ao lado do rapper Maxim e da barreira de sintetizadores erguida por Liam Howlett.
De rapazes fanáticos por raves, e fãs dos belgas da música eletrônica do Front 242 (cujo Prodigy chegou a remixar), ao qual começaram a tocar juntos por pura diversão, tomaram de assalto o mundo com a bordoada sônica do álbum “The Fat Of The Land” (de 1997), onde o crossover de música eletrônica com Rock foi bem azeitado e aceito por muitos, incluindo os roqueiros mais enrustidos.
Dos palcos improvisados das raves inglesas passaram a vender ingressos e a figurar em festivais graúdos como o alemão Rock In Ring, e a esgotar tickets em suas apresentações solo.
Nada mal para um bando de punks da música eletrônica em similaridade com os roqueiros que alcançaram a fama e suce$$o.
As apresentações ao vivo eram uma descarga sônica para sempre que subiam ao palco, e Keith puxava a plateia como um grande Freddie Mercury da música eletrônica.
No Brasil apresentaram-se por três vezes, a primeira em 1999 no festival Close Up Planet, outra no Via Funchal (em 2009), e a última no finado festival Skol Beats (em 2006), onde quase não entraram no palco (numa causa de grande segredo mantido até hoje), e causaram tumulto e ferimentos num cenário de caos no festival, devido ao aglomerado de pessoas que queriam ver o Prodigy em ação, resumindo, o publico do festival de outras tendas rumou à área do palco que já concentrava muita gente, de repente o público do festival estava praticamente todo num mesmo local para ver o show que foi incrível mais uma vez.
Exauridos com a sua gravadora XL Recordings que os projetou mundialmente, optaram por abrir o próprio selo e lançar os álbuns seguintes de forma independente, detendo então todo o controle sobre suas obras e monitorando sua distribuição globalmente.
Todos os álbuns do The Prodigy chegaram ao número #1 no Reino Unido, o último é o elogiado “No Tourists”, lançando em novembro de 2018.
Um dos hobbys de Keith Flyint eram as motocicletas, inclusive montou sua própria de motociclismo de competição profissional, e antes de falecer havia retornado de um compromisso com sua equipe de motociclismo.
Keyth era casado com a DJane Mayumi Kai e não tinha filhos.
A perda de Keith Flynt será lamentada por muito tempo, mas a missão de nos fazer dançar e viver loucamente todos os dias ele nos deixou como inspiração!
Reveja alguns momentos de Keith Flynt com o Prodigy no Brasil:
Close UP Planet (1999, São Paulo)
Skol Beats (2006, São Paulo)
Via Funchal (2009, São Paulo)
by Gonçalo Vinha