Era uma grande oportunidade para que o aclamado ZAMNA Festival de Tulum desembarcasse no Brasil trazendo toda a energia e magia das culturas indígenas do Caribe mexicano em uma vibe eletrônica sem igual. Mas alguns problemas de produção deixaram o evento com a vibe de aprendizado.
O tempo ajudou
Todos os forecasts de tempo avisaram durante a semana que haveria uma grande chance de chuvas torrenciais durante o festival. Muita gente nos bastidores e grupos de whatsapp buscando compradores para os ingressos de pista e procurando pelos de Backstage, com área coberta para evitar surpresas.
Mas o fato é que os deuses da chuva ajudaram e durante as apresentações não caiu uma gota sequer na Fazenda Santa Margarida em Campinas. Melhor assim, afinal seria muito ruim para uma estréia ter todos os problemas ao mesmo tempo e para um público bonito que fez uma vibe realmente bonita por lá.
Bodzin em sua melhor forma
Com uma belíssima condução, Bodzin foi incrivelmente profundo e preciso levando a timbragem de seu techno melódico penetrar na alma das cerca de 7.000 pessoas presentes. Entre expansão e freezies, abusou de momentos com volumes baixíssimos e entregou ao público, nuances melódicas entorpecentes, que respondeu com grande empatia e introspecção.
Agents Of Time em apresentação padrão
Nenhuma novidade na apresentação anterior ao alemão. O Agents Of Time, levou o público para uma viagem esperada nas timbragens After Life. Mas nem por isso deixou de ser uma apresentação com uma condução belíssima da dupla.
Frustração do Mind Against
Um dos momentos estranhamente bizarros e não esperados foi o momento em que o Mind Against em B2B com outra atração, perdeu a paciência com o som e chegou a jogar os fones de ouvido na mesa.
Segundo o que foi possível apurar, um grupo de pessoas no front da cabine estava reclamando que o som estava muito baixo. Foi então que a dupla passou a reclamar com os organizadores e o comando de som.
Não há como negar que problemas ocorreram
Comunicação
Um dos problemas percebidos foi na condução da comunicação da organização do festival com público. Mudanças nos horários de início e término do evento, assim como timetable.
Nos grupos de whatsapp relacionados a festa estavam completamente perdidos, até no sábado pela manhã, antes do evento.
Problemas com banheiros
Faltou planejamento na distribuição dos banheiros, e uma súbita falta de água do meio para o final da festa foram, no mínimo, fatores chatos para um evento deste porte.
Falta de equipe de atendimento nos bares
Alguns bares na área de backstage estavam com um número insuficiente de pessoas para atender a demanda do público, ocasionando filas insuportáveis e tempo de atendimento longos demais. Ao que apuramos isso foi corrigido do meio para o fim do evento.
A narrativa visual fez falta
A exemplo dos eventos similares, a narrativa visual é tão importante quanto a narrativa sonora. E ela fez muita falta no ZAMNA Brasil. E como o problema nunca vem sozinho, em um momento o telão passou a ter partes apagadas, mas que foram corrigidos posteriormente.
Um ano de aprendizado
Concluindo, o que podemos dizer é que foi um ano de aprendizado para a marca no Brasil.
É um evento que tem tudo para ser um espetáculo assim como é o original de Tulum, entretanto precisa evoluir bastante por aqui e nós torcemos por isso.