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Zarref personifica a experimentação eletrônica do baterista Tuto Ferraz, com o lançamento do disco Sundaes Bloody Sundaes

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Ouça Zarref – Sundaes Bloody Sundaes

O beat é o motor primordial dos rituais de celebração; dos batuques nos festejos da umbanda até o transe numa pista de dança, a batida é o pulso que nos une num mesmo compasso.

Então, quando um baterista de mão cheia e muitos quilômetros de estrada se muda para o estúdio de produção para criar composições do zero, é certo que o groove vai ser uma prioridade.

À frente de projetos de sucesso, como o Grooveria, e do seu projeto autoral de jazz, o Tuto Ferraz Quinteto, além de habitué na cozinha de astros da MPB,

Tuto sempre gostou de apresentar suas diferentes facetas musicais para o mundo. Com espírito de um DJ jazzista, sempre pronto para improvisar, Tuto acredita que “alguém realmente é artista quando se expõe”.

Seu mais novo projeto traz à tona sua paixão pela música de pista.

Sob o heterônimo Zarref, anagrama de seu sobrenome, Tuto apresenta ao mundo seu lado experimental eletrônico.

O álbum ZarrefSundaes Bloody Sundaes, uma brincadeira com o dia da semana em que o artista tinha tempo e inspiração para pirar em gravações solo, combinada com sua paixão por sorvete, sobrevoa o vasto mundo da música eletrônica, sem a menor preocupação em se encaixar neste ou naquele nicho ou em determinada tendência musical.

É um disco livre, impossível de encaixar num escaninho apenas.

Nas 7 faixas de ZarrefSundaes Bloody Sundaes, Tuto Ferraz traz o modo de pensar de um DJ em seu DNA artístico.

Como baterista, nunca temeu improvisações, nem de ser colocado “na fogueira”.

Causos que comprovam sua habilidade de improviso são diversos, como o dia em que andava de skate pelo Ibirapuera depois de fazer um show com Max de Castro e deu de cara com um desesperado Seu Jorge, que se viu sem baterista para um show que aconteceria dali a alguns minutos.

Tuto só teve tempo de pegar seu kit e subir para tocar, sem nem mesmo ter passado o som.

A ginga na hora do improviso, aliada a uma profunda paixão pela Disco Music desde adolescente, fazem de Zarref um profundo conhecedor do que significa “fazer um bom baile”.

Zarref

No disco, Zarref faz tudo, compõe, produz, toca todos os instrumentos, canta, grava, mixa e masteriza.

A única parte que não fez pessoalmente foi a capa, que conta com o talentoso parceiro de longa data Gian Paolo La Barbera, designer gráfico com um extenso currículo de capas de discos de artistas como : Ed Motta, Clube do Balanço, e muitos outros além de é claro, Tuto Ferraz Quinteto e Grooveria.

No comando da Grooveria, projeto que completa 20 anos de existência em 2021, Tuto faz o Brasil dançar com um repertório longe de hits óbvios e uma banda que funciona como celeiro de novos talentos.

Foi desta fábrica de grooves que saíram nomes como Serginho Carvalho (Djavan), Dudinha Lima (Criolo, Max de Castro), Magno Vito (Marianna Aydar, Tulipa Ruiz) e muitos outros.

Ainda garoto, Tuto se apaixonou por bandas da Disco e do Funk Soul, como Earth Wind & Fire, Gap Band, Foxy e Frankie Goes to Hollywood. Montou em em 1998 a banda Funkacid & The Sundance Kids, dedicada ao estilo, com um único álbum lançado, homônimo.

Desde cedo, portanto, demoliu os limites que separam a música acústica e a eletrônica, fusão hoje característica no álbum de estreia de Zarref.

Sua estrada pela produção de música eletrônica, porém, não vem de agora.

De posse de um computador Atari ST, criou trilhas sonoras, tocou na banda Sect, projeto de Pop Eletrônico de Gui Boratto, fez um dos primeiros live PAs do Brasil, no lendário B.A.S.E. em São Paulo, e seguiu experimentando, misturando e ousando, sempre de olho na pista de dança.

Apesar de produzir há tanto tempo, Tuto decidiu que 2021 seria o momento de soltar o disco no mundo e definitivamente “expor” este seu lado eletrônico.

“A galera conhece o Tuto Ferraz baterista de groove, apesar de eu sempre me expressar, mesmo que secretamente. com este lado eletrônico”, conta.

Com o  álbum de estreia, o Zarref definitivamente ganha corpo personificando a visão da experimentação eletrônica do artista.

Em ZarrefSundaes Bloody Sundaes você encontrará pirações com harmonizações vocais feitas pelo próprio artista, flertes jazzísticos à la Ludovic Navarro (do projeto Saint Germain) e viagens por vários lugares e tempos que nos remetem desde Underworld ao Trip Hop de Massive Attack.

Zarref

Tuto Ferraz descobriu ainda criança a paixão pelo ritmo.

Estudou bateria nos EUA com mestres como Joe Porcaro, Ralph Humphrey, Efrain Toro, Peter Erskine.

No Brasil, acompanhou artistas, em gravações e turnês, de diversas pegadas diferentes, como Black Rio, Seu Jorge, Pedro Mariano, Claudio Zoli, Max de Castro, Fernanda Abreu e até Sandy & Junior, para citar apenas alguns.

Além dos já citados Grooveria e Tuto Ferraz Quinteto, o baterista é o responsável por diversos outros projetos musicais, como o seu novo selo Batuki Records, apostando em novos nomes da cena instrumental brasileira lançando álbuns do baterista Thiaguinho Silva (filho do grande Robertinho Silva) e Joabe Reis (aclamado trombonista revelação de Vila Velha – ES), produzidos, gravados, mixados e masterizados pelo próprio Ferraz em seu Estúdio do Tuto, construído em 1995.

ZarrefSundaes Bloody Sundaes foi lançado dia 10 de Dezembro em todas as plataformas digitais com distribuição da Tratore, além do Bandcamp, abrindo as portas para a criação de Tuto.

“Apresentando finalmente esse trabalho para as pessoas, me sinto livre para seguir experimentando como Zarref”.

Muito mais do que encerrar um ciclo de produções em um álbum, o novo trabalho dá uma pinta do que esperar das novas experimentações do artista.

Desta vez, muito além dos domingos solitários de outros tempos.

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